Saltar para o conteúdo principal

Publicidade

Publicidade

 
 
  Siga a Folha de S.Paulo no Twitter
09/02/2006 - 10h02

Promotor do U2 fala do caos na venda de ingressos

Publicidade

THIAGO NEY
da Folha de S.Paulo

Ele é o responsável pelos dois maiores shows pop do país neste (mas também nos últimos e provavelmente nos próximos...) ano. Em um intervalo de 48 horas, Luiz Oscar Niemeyer coloca no palco os Rolling Stones (em 18 deste mês, na praia de Copacabana, no Rio) e o U2 (nos próximos dias 20 e 21, no estádio do Morumbi, em São Paulo). O evento de Mick Jagger e Keith Richards é considerado mais trabalhoso, mas o de Bono e The Edge é, pelo menos até agora, o mais problemático.

No dia 16 de janeiro, quem tentou comprar ingresso para a primeira apresentação da banda irlandesa sofreu com uma das mais catastróficas operações de logísticas do ramo já testemunhadas no país. Mais de 100 mil pessoas ficaram paradas por horas em filas enormes nos poucos pontos-de-venda colocados à disposição. Com a alta procura, o sistema eletrônico falhou e até as transações pela internet foram desastrosas. Por que, afinal, deu tudo errado?

"O que aconteceu foi que houve uma demanda muito acima das expectativas. A gente sabia que os ingressos iam esgotar, mas as características do mercado brasileiro não são essas. Se você fizer uma análise do que acontece no Brasil com relação aos grandes eventos, [verá que] os ingressos são sempre vendidos na semana dos shows. Fomos pegos de surpresa", disse Niemeyer à Folha.

Para a segunda apresentação do U2, Niemeyer e o outro promotor do show, Alexandre Accioly, decidiram fazer as vendas apenas por telefone, no domingo passado. Desta vez, gerou um congestionamento no sistema telefônico do Rio e de SP, mas em pouco mais de sete horas as entradas para a apresentação estavam esgotadas.

Já o evento com os Rolling Stones será gratuito. São esperadas 1,5 milhão de pessoas.

"O que os diferencia é que o show dos Rolling Stones tem proporções muito maiores, para uma quantidade muito grande de gente. O show do U2 é uma megaprodução, mas se limita à capacidade do estádio. Apesar de a quantidade de pessoas que tentou comprar ingresso do U2 ser semelhante à quantidade de pessoas que irá ver os Stones na praia."

Após a confusão de 16 de janeiro, Niemeyer e Accioly foram alvo de críticas pesadas de outros produtores. "O que existiu foi uma dor-de-cotovelo de quem está no mercado e não conseguiu fazer [o show do U2]. A resposta que eu posso dar é essa. Quem não tem competência, não se estabelece."

O empresário nega que o Brasil seja o paraíso dos cachês de bandas e DJs. Alguns promotores denunciaram à Folha, no final do ano passado, que grandes empresas de eventos faziam verdadeiros leilões para trazer artistas ao país. "Isso não é verdade. A gente paga o que é possível pagar. Os valores que os grupos ganham nos EUA e na Europa são muito maiores."

Niemeyer está nesse negócio de grandes shows há 20 anos. Começou em 1985, como assistente de Roberto Medina na primeira edição do Rock in Rio. Trouxe Eric Clapton, Bob Dylan e montou o extinto Hollywood Rock. Em 1993, aceitou convite para ser presidente da gravadora BMG, onde ficou até 2004. Voltou ao ramo de eventos no ano passado, quando chamou Moby ao Brasil.

Foi ele o responsável pela primeira apresentação de um beatle no país: Paul McCartney em 1990, quando ele cantou para 360 mil pessoas, em dois Maracanãs lotados. "Foi logo após o Plano Collor, então quase tivemos que cancelar porque perdemos os patrocinadores. Mas conseguimos renegociar os contratos."

Leia mais
  • Produção do U2 no Brasil alerta sobre ingressos falsos

    Especial
  • Leia o que já foi publicado sobre o U2
  •  

    Publicidade

    Publicidade

    Publicidade


    Voltar ao topo da página