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13/02/2006 - 09h57

Com Gael Garcia, filme de Gondry é aplaudido em Berlim

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FABIO CYPRIANO
da Folha de S.Paulo, em Berlim

Mesmo sem concorrer ao Urso de Ouro, a nova produção do diretor francês Michel Gondry, "The Science of Sleep" (a ciência do sono) revelou-se o filme visualmente mais sofisticado, entre os oito filmes exibidos no Festival Internacional de Berlim, até sábado. Foi, até o momento, o mais aplaudido na sessão de imprensa.

Estrelado por Gael Garcia Bernal, "The Science of Sleep" é o mais experimental filme de Gondry. Tendo em vista seus dois anteriores, "Natureza Quase Humana" e "Brilho Eterno de uma Mente sem Lembrança", isso significa uma virtuose, especialmente porque ambos foram escritos por Charlie Kauffman, e, agora, Gondry assina também o roteiro.

O roteiro é simples: Stephane (Bernal) vai viver com a mãe em Paris após perder o pai, com quem vivia no México. Lá arruma um emprego abaixo de suas expectativas, já que ele se considera um artista, e se apaixona pela vizinha, Stephanie, interpretada por Charlotte Gainsbourg. Tal simplicidade, entretanto, é permeado por constantes delírios visuais, já que sonho e vigília são estados que se mesclam, confundindo o que poderia ser real. Romântico, como costuma ser, Gondry é dos diretores que melhor transpôs o videoclipe, sua linguagem original, para a tela de cinema.

Entre os filmes na competição, o alemão "Partículas Elementares", baseado no livro de mesmo nome de Michel Houellebecq, causou maior sensação, em Berlim. Primeiro por reunir os astros da nova geração de atores alemães como Franka Potente e Moritz Bleibtreu, que levaram fãs a lotarem as imediações da praça Marlene Dietrich, onde ocorre o festival. E, acima de tudo, por se tratar da transposição do livro erótico e politicamente incorreto de uma sensação literária francesa.

"Expor pornografia da forma íntima como é relata no livro seria impossível, e por isso reduzimos as cenas de sexo", explicou Oskar Roehler, diretor e roteirista, que ainda classificou o filme de "mais conciliador" que o livro.

Por aí já se pode ter uma idéia que a versão cinematográfica fica bem aquém da radicalidade de Houellebecq, que, aliás, não acompanhou o processo de produção do filme. "Eu nunca me encontrei com ele, e mesmo o Oskar só uma vez; ele não é de falar e nem conseguimos mostrar a ele o resultado, pois nem o agente dele sabe como encontrá-lo", justificou o produtor Bernd Eichinger.

Mesmo assim, a cínica revisão dos padrões de comportamento hippie e da liberalidade sexual dos anos 60 e 70 segue presente e traz fortes chances de Ursos para "Partículas Elementares".

Ainda anteontem, a Berlinale exibiu a nova produção de Terrence Malick, fora de competição, "O Novo Mundo", um roteiro criado nos anos 70, mas que apenas agora surge nas telas. Tendo base a história de Pocahontas, a índia norte-americana que, em 1607, se apaixona pelo veterano inglês John Smith (Colin Farrell), "O Novo Mundo" é um visualmente requintado, cheio de impressionantes imagens da natureza e de lutas. Nada mais.

O jornalista Fabio Cypriano viaja a convite do evento.

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