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21/02/2006
-
13h37
da France Presse, em Londres
Quatro atores que interpretam suspeitos de terrorismo no premiado filme "The Road to Guantánamo" foram detidos pela polícia britânica em sua chegada a Londres, vindos do Festival de Cinema de Berlim, informou nesta terça-feira a organização dos direitos civis Reprieve.
Os atores do filme do diretor britânico Michael Winterbottom, agraciado no domingo com o Urso de Prata no Festival Internacional de Cinema de Berlim, foram presos na quinta-feira passada pela polícia no aeroporto de Luton, informou a associação de defesa dos direitos civis, sediada em Londres.
Os atores Rizwan Ahmed e Farhad Harun foram detidos no aeroporto de Luton, nas proximidades de Londres, ao lado de Shafik Rasul e Rhuhel Ahmed, os ex-prisioneiros de Guantánamo que os atores interpretam na aclamada obra cinematográfica de Winterbottom, informou a Reprieve em um comunicado.
A polícia britânica informou que havia interrogado os atores com base na lei antiterrorista, mas que não havia efetuado prisões. "Foi um procedimento de rotina. Ficaram detidos por menos de uma hora", disse uma porta-voz da Polícia de Bedfordshire, distrito onde está localizado o aeroporto de Luton.
O premiado filme de Winterbottom relata o destino de três muçulmanos britânicos que vão para um casamento no Paquistão em 2001 e que terminam na prisão de segurança máxima administrada pelos Estados Unidos em sua base naval no leste de Cuba, por suspeita de terrorismo.
Após o casamento no Paquistão, os três jovens são transferidos para o Afeganistão, para ajudar a população, e são presos por forças americanas. Dois deles são torturados e presos sem julgamento durante três anos em Guantánamo. O terceiro deles desaparece no Afeganistão sem deixar pistas.
Sem acesso
Rizwan Ahmed, um homem formado em Oxford que vive Shafiq no filme, contou que havia sido interrogado por três agentes dos serviços especiais antiterroristas. Quando pediu para falar com um advogado, a polícia disse a ele que poderia ser detido durante 48 horas sem ter acesso a ninguém, acrescentou o comunicado da Reprieve.
Ahmed, que não quis fazer declarações públicas sobre sua detenção, pedindo à Reprieve que as fizesse em seu nome, informou que uma mulher policial o havia interrogado sobre se havia se "tornado ator para difundir a luta dos muçulmanos". "Os atores ficaram traumatizados com esta experiência", concluiu a Reprieve, que exigiu uma "investigação urgente sobre este incidente".
A maioria dos cerca de 500 presos que permanecem em Guantánamo foi capturada no Afeganistão em 2001, e vive em uma espécie de "limbo legal", já que ainda não foi iniciado nenhum tipo de processo judicial contra eles.
A ONU pediu aos Estados Unidos que todos os prisioneiros de Guantánamo sejam julgados rapidamente ou que sejam postos imediatamente em liberdade, mas Washington rejeitou novamente na semana passada os insistentes pedidos para que Guantánamo fosse fechada, afirmando que o centro de detenção em Cuba era indispensável para a luta contra o terrorismo.
Especial
Leia o que já foi publicado sobre "The Road to Guantanamo"
Polícia inglesa detém atores de filme sobre Guantánamo
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Quatro atores que interpretam suspeitos de terrorismo no premiado filme "The Road to Guantánamo" foram detidos pela polícia britânica em sua chegada a Londres, vindos do Festival de Cinema de Berlim, informou nesta terça-feira a organização dos direitos civis Reprieve.
Os atores do filme do diretor britânico Michael Winterbottom, agraciado no domingo com o Urso de Prata no Festival Internacional de Cinema de Berlim, foram presos na quinta-feira passada pela polícia no aeroporto de Luton, informou a associação de defesa dos direitos civis, sediada em Londres.
Os atores Rizwan Ahmed e Farhad Harun foram detidos no aeroporto de Luton, nas proximidades de Londres, ao lado de Shafik Rasul e Rhuhel Ahmed, os ex-prisioneiros de Guantánamo que os atores interpretam na aclamada obra cinematográfica de Winterbottom, informou a Reprieve em um comunicado.
A polícia britânica informou que havia interrogado os atores com base na lei antiterrorista, mas que não havia efetuado prisões. "Foi um procedimento de rotina. Ficaram detidos por menos de uma hora", disse uma porta-voz da Polícia de Bedfordshire, distrito onde está localizado o aeroporto de Luton.
O premiado filme de Winterbottom relata o destino de três muçulmanos britânicos que vão para um casamento no Paquistão em 2001 e que terminam na prisão de segurança máxima administrada pelos Estados Unidos em sua base naval no leste de Cuba, por suspeita de terrorismo.
Após o casamento no Paquistão, os três jovens são transferidos para o Afeganistão, para ajudar a população, e são presos por forças americanas. Dois deles são torturados e presos sem julgamento durante três anos em Guantánamo. O terceiro deles desaparece no Afeganistão sem deixar pistas.
Sem acesso
Rizwan Ahmed, um homem formado em Oxford que vive Shafiq no filme, contou que havia sido interrogado por três agentes dos serviços especiais antiterroristas. Quando pediu para falar com um advogado, a polícia disse a ele que poderia ser detido durante 48 horas sem ter acesso a ninguém, acrescentou o comunicado da Reprieve.
Ahmed, que não quis fazer declarações públicas sobre sua detenção, pedindo à Reprieve que as fizesse em seu nome, informou que uma mulher policial o havia interrogado sobre se havia se "tornado ator para difundir a luta dos muçulmanos". "Os atores ficaram traumatizados com esta experiência", concluiu a Reprieve, que exigiu uma "investigação urgente sobre este incidente".
A maioria dos cerca de 500 presos que permanecem em Guantánamo foi capturada no Afeganistão em 2001, e vive em uma espécie de "limbo legal", já que ainda não foi iniciado nenhum tipo de processo judicial contra eles.
A ONU pediu aos Estados Unidos que todos os prisioneiros de Guantánamo sejam julgados rapidamente ou que sejam postos imediatamente em liberdade, mas Washington rejeitou novamente na semana passada os insistentes pedidos para que Guantánamo fosse fechada, afirmando que o centro de detenção em Cuba era indispensável para a luta contra o terrorismo.
Especial
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