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22/02/2006 - 12h34

Fernando Meirelles vai filmar globalização e Pompéia

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PEDRO ALONSO
da Efe, em Londres

Apesar do relativo fracasso de "O Jardineiro Fiel" no Bafta, o chamado Oscar britânico, Fernando Meirelles não perde o otimismo e já pensa nos seus próximos filmes: o primeiro sobre a globalização e outro sobre Pompéia.

A sorte deu as costas para Meirelles no domingo passado, quando seu filme, baseado na novela homônima de John Le Carré, que concorria a 10 categorias na premiação da Academia Britânica de Cinema, só obteve uma estatueta --a de melhor edição.

"Pensávamos que iríamos ganhar o prêmio de melhor filme britânico. É uma decepção", admitiu Meirelles em entrevista à agência EFE. No filme, os atores britânicos Rachel Weisz e Ralph Fiennes (famoso por seu papel em "O paciente inglês", de 1996) interpretam os protagonistas.

No entanto, Meirelles se consolou ao ressaltar que a produção teve mais indicações que o esperado e que o filme teve boa repercussão no mundo todo. "Estamos muito contentes, não posso me queixar", acrescentou.

"O Jardineiro Fiel", uma trama que denuncia o lado obscuro da indústria farmacêutica, enfrenta agora o desafio da Academia de Hollywood, já que concorre a quatro prêmios na 78º edição do Oscar, que acontece em 5 de março.

Entre as indicações está a de melhor trilha sonora, cuja autoria é a do compositor espanhol Alberto Iglesias, conhecido por suas colaborações nos filmes de Pedro Almodóvar.

Por outro lado, Meirelles, que não parece se impressionar pelo glamour de Hollywood, não estará presente à cerimônia de entrega. "Vou ficar no Brasil. Quero parar um pouco", comentou, aparentemente mais interessado em seus futuros projetos do que no tapete vermelho de Los Angeles.

"Estou trabalhando em um roteiro que se chama 'Intolerância 2'. É sobre a globalização. Esperava começar a rodar em julho, mas acho que vou iniciar as filmagens em outubro ou novembro", adiantou.

Questionado sobre os atores que participarão do filme, o cineasta quis guardar segredo e se limitou a responder que "será uma surpresa" e que contará com "estrelas internacionais".

Ao contrário do venerado "Cidade de Deus" (2002), que rendeu fama internacional ao diretor, "Intolerância 2" não carregará a bandeira da denúncia social, mas falará "sobre como está funcionando o mundo hoje e sobre felicidade".

O cineasta, que esteve presente nesta segunda-feira na Embaixada do Brasil em Londres em uma recepção em sua homenagem, também planeja outro projeto ambicioso: "Pompéia". Trata-se de um filme que pretende relatar os últimos suspiros da lendária cidade romana antes de desaparecer soterrada pelas lavas do vulcão Vesúvio.

"O projeto está um pouco parado porque temos um roteiro que vai mudar um pouco. Não há data para fazê-lo. É um projeto para o futuro", acrescentou.

O cineasta também opinou sobre a situação da indústria cinematográfica brasileira: "Acho que atravessa seu melhor momento, porque há muitos filmes que estão sendo feitos no Brasil com sucesso de crítica e de público", afirmou Meirelles. "Há oito anos, o cinema brasileiro tinha entre 3% e 4% do mercado [nacional]. Agora, tem 15%, que é uma porcentagem muito boa se comparada a outros países. Há uma nova geração de diretores e de roteiristas."

Sempre inquieto em relação à realidade política brasileira, Fernando Meirelles expressou sua decepção com a gestão do presidente Lula. "Todo mundo tinha muitas esperanças em Lula, mas foi uma decepção. No ano passado, revelou que estava envolvido em corrupção. Ele não está conseguindo fazer um bom trabalho. Não acho que seja reeleito neste ano."

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