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24/02/2006 - 09h17

Charlize Theron vai além da beleza em "Terra Fria"

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MARY PERSIA
da Folha Online

Para quem já interpretou uma prostituta serial killer e ganhou um Oscar por isso (em 2004, por "Monster - Desejo Assassino"), viver uma operária das minas de ferro em Minnesota (EUA) não é tarefa das mais difíceis. Aos 30 anos, dez de carreira, Charlize Theron se sai bem em "Terra Fria" ("North Country"), que estréia nesta sexta no Brasil.

Divulgação
Veja galeria de imagens do filme com Charlize Theron
Veja galeria de imagens do filme com Charlize Theron
Seu papel no filme lhe rendeu outra indicação de melhor atriz ao Oscar deste ano. Curiosamente, ela está também em outro longa-metragem que chega aos cinemas nesta sexta, "Aeon Flux", baseado na série de animação de Peter Chung que foi exibida na televisão pela MTV. Nesta ficção futurista, Charlize está morena, cabelos curtos, figurino sexy à moda "Matrix". Bem diferente de "Terra Fria", em que a atriz passa por uma tentativa de "enfeiamento" para viver Josey, uma mulher recém-separada de um marido violento, com dois filhos, que vai trabalhar nas minas para sustentar a família.

Estamos no final dos anos 80, apenas uma década após a liberação da presença feminina entre os trabalhadores das minas, em uma pequena cidade norte-americana marcada pela manutenção das tradições machistas. Junte-se a isso operários que se sentem invadidos e receosos com o aumento da concorrência, e tem-se um sem-número de atos de desrespeito às mulheres.

É nesse contexto (com base em fatos reais) que Josey desencadeia um processo na Justiça contra o assédio sexual dos colegas de trabalho, algo que se tornaria um marco na história jurídica dos EUA. Nessa tarefa ela é ajudada pela amiga Glory (Frances McDormand, indicada a melhor atriz coadjuvante no Oscar deste ano, ganhadora de uma estatueta em 1997 por "Fargo", e que também está em "Aeon Flux") e pelo advogado Bill White (Woody Harrelson). No elenco, vale também um destaque para Sissy Spacek como Alice, mãe de Josey, cujo olhar importa mais do que o texto.

Divulgação
O drama "Terra Fria" é baseado em uma história real
O drama "Terra Fria" é baseado em uma história real
No correr da história, é possível que se tenha um "déjà vu", algo que remeta a "Erin Brockovich - Uma Mulher de Talento", estrelado por Julia Roberts. Como no filme de 2000 de Steven Soderbergh, o longa de Niki Caro traz uma mulher bonita que se vê obrigada a provar que a beleza não lhe confere um valor diferente do das demais pessoas.

Obrigada a provar que as mulheres sofrem assédio nas minas, Josey é humilhada e ridicularizada no tribunal. Naturalmente sexy, tem de provar que não provoca seus companheiros e que o fato de ter sido "saidinha" na adolescência e ser mãe solteira não a torna uma vagabunda, na pior acepção da palavra.

Entre imagens da precursora Anita Hill, professora norte-americana que em 1991 acusou seu chefe de molestamento sexual, Josey tem de provar que não é louca para ter imaginado a situação que denunciou, nem vadia para ter merecido aquilo. O roteiro fraqueja, especialmente em seu final, mas vale para lembrar que o tema continua na ordem do dia.

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