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24/02/2006 - 14h01

Uruguai encontra arquivo de fotos após 30 anos

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da Ansa, em Montevidéu

O valioso arquivo fotográfico do jornal "El Popular", de Montevidéu, fechado em 1973 pela ditadura militar, foi resgatado depois de permanecer três décadas escondido no edifício onde funcionava a redação.

O fotógrafo Aurelio González, que escondeu os negativos e as cópias pouco antes de o jornal ser tomado pelo Exército e que passou nove anos no exílio, conseguiu encontrar a coleção.

Em declarações ao "La República", González disse ter recuperado 30 mil negativos. "Pelo que vi, são negativos que vão de 1959 a 1973, mas precisa haver negativos de antes de 59, porque o jornal começou em 57. Eu trabalhava no Justicia, que era um semanário, desde 1955", explicou.

A redação do "El Popular", jornal do Partido Comunista, funcionava no edifício Lapido, na avenida central 18 de Julho, e pouco depois do golpe de Estado de 27 de junho de 1973 foi fechado e suas instalações foram invadidas pelos militares.

González relatou que, quando acontecia uma greve geral em protesto contra o golpe militar e dois dias antes de uma grande manifestação de trabalhadores em 9 de julho de 1973, decidiu esconder as cópias e negativos porque sabia que cedo ou tarde cairiam nas mãos da polícia.

O esconderijo escolhido foi "um buraco sobre a porta de um elevador", em um lugar de difícil acesso. "Mas depois de nove anos de exílio, quando voltei ao Uruguai, vi que no local onde tinha deixado o arquivo havia novas obras, e todas as caixas e pacotes haviam desaparecido", disse González.

Depois de uma paciente busca, há poucos dias conseguiu encontrar a coleção de negativos em outro esconderijo no edifício. Os negativos estão em perfeito estado de conservação. Muitos não chegaram a ser revelados e contêm fotografias inéditas da greve geral de resistência ao golpe militar.

"Imagino que, durante as obras no edifício Lapido, alguém encontrou o arquivo, percebeu do que se tratava e não quis entregá-lo. Tirou de lá e colocou em dois lugares desse mesmo edifício, em dois locais muito difíceis de se chegar", explicou González. Disse que ao encontrarem essa "pilha" de latas, "tivemos que usar uma longa vara e um imã. Fomos tirando caixa por caixa".

Adiantou que "hoje recuperamos grande parte do arquivo, mas não tudo. Há outro lugar com mais negativos, mas para chegar a ele é preciso entrar por uma garagem e ainda não temos autorização para isso".
 

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