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01/03/2006 - 17h06

"Brokeback" lança tendência gay em Hollywood

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MARC LAVINE
da France Presse, em Hollywood

No grupo de filmes que despontam como os favoritos para a 78ª cerimônia do Oscar, no próximo domingo, "O Segredo de Brokeback Mountain" introduziu com maestria a temática 'gay' em Hollywood, uma indústria tradicionalmente conservadora que agora dá ao amor homossexual lugar de destaque.

No que foi batizado de "ano gay" de Hollywood, ao romance entre os caubóis de "Brokeback Mountain" se somam "Capote", uma biografia sobre o excêntrico escritor americano Truman Capote (interpretado por Philip Seymour Hoffman) e "Transamerica", a história de um transexual interpretado por Felicity Huffman, da série "Desperate Housewives".

Diante da aclamação dos filmes gay que competirão no próximo domingo aos prêmios máximos da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas de Hollywood, tanto pelo júri do espetáculo quanto pelos cinéfilos, já estão sendo preparados pelo menos dois longas-metragens cujos roteiros falam de outro grande romance entre personagens do mesmo sexo.

"Infamous", filme também sobre Capote, com Gwyneth Paltrow e o novo "James Bond" Daniel Craig, entrará em cartaz este ano, enquanto um reconhecido produtor comprou no mês passado os direitos do romance "The Dreyfus Affair", de Peter Lefcourt, sobre a paixão entre dois jogadores da maior liga de beisebol americana.

Além disso, segundo notícias publicadas pela imprensa especializada, o diretor taiwanês Ang Lee, de "Brokeback Mountain", estaria preparando outro filme baseado na vida de Dusty Springfield, uma cantora lésbica dos anos 1960, no qual a atriz sul-africana Charlize Theron faria par romântico com a modelo britânica Kate Moss.

"Antes de 'Brokeback (Mountain),' Hollywood não queria nem tocar em histórias de amor gay, ninguém queria gastar dinheiro com isso", explicou Patricia Nell Warren, autora de "The Front Runner", um romance sobre dois atletas homossexuais, em 1974, e que prosseguiu com o tema em um outro livro sobre caubóis gays dois anos depois.

"Muitos projetos passaram por aí em determinado momento, mas cada um (em separado) teve medo de tocá-los. Agora Hollywood vê que é possível fazer dinheiro com um filme sobre homossexuais e isto está abrindo as portas para outros projetos", disse.

Seguindo a tendência dos filmes, a lenda da música country nos Estados Unidos Willie Nelson lançou uma canção sobre vaqueiros homossexuais, chamada "Cowboys are Frequently, Secretly (Fond of Each Other)" (em uma tradução literal, "Os caubóis com freqüência amam secretamente uns aos outros)".

Mais de 30 anos depois de que "Frontrunner" tenha impressionado leitores americanos incomodados com a idéia de imaginar que dois atletas poderiam ser 'gays', Warren sustenta que se renovou o interesse por seu livro, enquanto especula sobre uma versão para o cinema com Paul Newman.

"Meu livro estava na retaguarda na lista de best-sellers da Amazon, pouco depois de 'Brokeback (Mountain)'", contou, explicando que agora as vendas dispararam.

O filme sobre os dois vaqueiros tem oito indicações ao Oscar, seguido por "Capote", com cinco, e "Transamerica", com duas, além de receberem elogios do público em todo o mundo. Mas a aceitação popular ocorre 24 anos depois de o drama do diretor Arthur Hiller "Making Love", de 1982, sobre um médico casado que se descobre bissexual, causar repulsa no público, que deixava as salas quando o protagonista beijava outro homem.

Tampouco houve muita abertura na história de amor homossexual contado em "Filadélfia", de 1993, protagonizado por Tom Hanks e Antonio Banderas, centralizado no tema da Aids, e em "Meninos não Choram", de 1999, marcado por imagens duras de violência sexual.

Embora nos dois casos os atores principais tenham sido aclamados, as fitas não chegaram perto de ser indicadas a Melhor Filme.

Definitivamente Hollywood está pronta para contar outro tipo de história tendo homossexuais como protagonistas, explicou Tom O'Neil, especialista em entretenimento.

"Os homossexuais continuam sofrendo discriminação e Hollywood agora sente que é importante manter a luta, especialmente com a administração conservadora que está em Washington", declarou.

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