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14/03/2006
-
10h58
GABRIELA LONGMAN
da Folha de S.Paulo
"O trabalho de Livio Abramo é muito falado, mas pouco visto." Assim o crítico e curador Olívio Tavares de Araújo introduz a obra de um dos mais importantes gravuristas brasileiros, ao lado de Oswaldo Goeldi (1895-1961).
A partir de hoje, o trabalho de Abramo (1903-1992) pode ser mais visto e ainda mais falado. O Instituto Tomie Ohtake inaugura mostra com 78 obras que contemplam diferentes fases da carreira do gravurista (também jornalista e militante de esquerda): de sua interpretação para a Guerra Civil Espanhola, na década de 30, à sensualidade da noite carioca e do candomblé.
Resultado de três anos de pesquisa, a mostra coincide com a edição de um livro de Tavares de Araújo ("A Gravura de Livio Abramo", editora do Instituto Tomie Ohtake, lançamento dia 25/4; preço a definir). As gravuras vêm principalmente dos acervos do MAM (Museu de Arte Moderna) e do MAC (Museu de Arte Contemporânea) paulistanos e do IEB (Instituto de Estudos Brasileiros); a maioria tem matriz em madeira, com riqueza de detalhes.
"No início, Livio trabalha com temas tradicionais: o nu, a paisagem, a natureza; aos poucos essa perspectiva se transforma, em direção a obras que beiram a abstração. Era uma resposta pessoal ao que acontecia em seu entorno", diz o curador, que chegou a visitar o artista --nascido em Araraquara (SP)-- no Paraguai, onde Livio viveu seus últimos 30 anos.
Sobrevivência
"Não fui para o Paraguai por nenhum motivo nobre", dizia o artista, que mudou-se atraído pelo salário pago pelo Itamaraty que lhe garantia a sobrevivência.
Foi justamente no Paraguai que Livio produziu a série "Las Lluvias" (as chuvas), no início dos anos 70, e que posteriormente emocionaria o artista plástico Nuno Ramos.
"Fui para o Paraguai e lá vi 'Chuva' ao lado da viúva de Livio. O trabalho me emocionou muito", diz Ramos, para quem a atuação cultural de Livio no Paraguai é comparável à de Mario de Andrade no Brasil "pela pesquisa e pelo levantamento de acervo".
Entre os destaques da mostra, estão as 27 gravuras feitas por Livio de 1946 a 1948 para ilustrar edição limitada de "Pelo Sertão", livro de Afonso Arinos. As obras pertencem à coleção do bibliófilo José Mindlin e representam o conjunto de emoção mais expressiva dentre o material exposto.
Junto à exposição, será exibido o documentário "Livio Abramo, Sempre", de 1989, com depoimentos do artista sobre seu trabalho e sobre seu relacionamento com o Partido Comunista, do qual foi membro até 1932.
Livio Abramo
Quando: abertura hoje, às 20h (para convidados); de ter. a dom., das 11h às 20h; até 14/5 Onde: Instituto Tomie Ohtake (av. Faria Lima, 201, tel. 0/xx/11 2245-1900)
Quanto: entrada franca
Especial
Leia o que já foi publicado sobre Livio Abramo
Gravuras de Livio Abramo ganham mostra em SP
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"O trabalho de Livio Abramo é muito falado, mas pouco visto." Assim o crítico e curador Olívio Tavares de Araújo introduz a obra de um dos mais importantes gravuristas brasileiros, ao lado de Oswaldo Goeldi (1895-1961).
A partir de hoje, o trabalho de Abramo (1903-1992) pode ser mais visto e ainda mais falado. O Instituto Tomie Ohtake inaugura mostra com 78 obras que contemplam diferentes fases da carreira do gravurista (também jornalista e militante de esquerda): de sua interpretação para a Guerra Civil Espanhola, na década de 30, à sensualidade da noite carioca e do candomblé.
Divulgação |
Obra "Paraguay", de 1966 |
"No início, Livio trabalha com temas tradicionais: o nu, a paisagem, a natureza; aos poucos essa perspectiva se transforma, em direção a obras que beiram a abstração. Era uma resposta pessoal ao que acontecia em seu entorno", diz o curador, que chegou a visitar o artista --nascido em Araraquara (SP)-- no Paraguai, onde Livio viveu seus últimos 30 anos.
Sobrevivência
"Não fui para o Paraguai por nenhum motivo nobre", dizia o artista, que mudou-se atraído pelo salário pago pelo Itamaraty que lhe garantia a sobrevivência.
Foi justamente no Paraguai que Livio produziu a série "Las Lluvias" (as chuvas), no início dos anos 70, e que posteriormente emocionaria o artista plástico Nuno Ramos.
"Fui para o Paraguai e lá vi 'Chuva' ao lado da viúva de Livio. O trabalho me emocionou muito", diz Ramos, para quem a atuação cultural de Livio no Paraguai é comparável à de Mario de Andrade no Brasil "pela pesquisa e pelo levantamento de acervo".
Entre os destaques da mostra, estão as 27 gravuras feitas por Livio de 1946 a 1948 para ilustrar edição limitada de "Pelo Sertão", livro de Afonso Arinos. As obras pertencem à coleção do bibliófilo José Mindlin e representam o conjunto de emoção mais expressiva dentre o material exposto.
Junto à exposição, será exibido o documentário "Livio Abramo, Sempre", de 1989, com depoimentos do artista sobre seu trabalho e sobre seu relacionamento com o Partido Comunista, do qual foi membro até 1932.
Livio Abramo
Quando: abertura hoje, às 20h (para convidados); de ter. a dom., das 11h às 20h; até 14/5 Onde: Instituto Tomie Ohtake (av. Faria Lima, 201, tel. 0/xx/11 2245-1900)
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