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14/03/2006 - 11h36

Punk sobrevive com Sex Pistols contra o Hall da Fama

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ROBERTO ARNAZ
da Efe, em Nova York

Black Sabbath, Blondie e Lynyrd Skynyrd ingressam hoje no Hall da Fama do rock'n'roll, num ato em Nova York do qual não participarão outros homenageados, os Sex Pistols, que rejeitaram a honra na melhor tradição punk.

Numa nota escrita à mão e publicada há dias em seu site, o vocalista dos Sex Pistols, Jonnhy Rotten, não hesitou em qualificar o Salão da Fama de "mijo", e o seu museu de Cleveland de "xixi no vinho".

Em entrevista à rede de televisão norte-americana ABC, o cantor confirmou também, ontem à noite, o que já se esperava: ele e seus companheiros não assistirão à cerimônia formal de entrada no Hall da Fama, que será realizada nesta noite em grande estilo no Waldorf-Astoria, um dos hotéis mas exclusivos da cidade.

"Temos problemas com o Hall da Fama há muito tempo. Eles nunca quiseram saber quem somos nós e também não corrigiram os erros no seu museu sobre nossa história e nosso legado. Rejeitaram nossa indicação há três anos e agora nos querem", afirmou Rotten.

Glen Matlock, baixista da mítica banda punk, admitiu ao jornal britânico "The Independent" que "inicialmente estava animado com a proposta" mas que mudou de opinião quando lhe quiseram cobrar para levar seus filhos ao evento.

"Não tem nada a ver com as bandas de música, é só uma oportunidade de fazer dinheiro para um grupo de multimilionários sem escrúpulos", criticou.

Com sua recusa, os Sex Pistols fizeram jus mais uma vez à atitude que os fez famosos nos anos 70, durante sua curta, mas bem-sucedida carreira de pouco mais de dois anos, na qual lançaram um álbum e quatro singles.

Num comunicado, Susan Evans, diretora-executiva do Hall da Fama do Rock, minimizou o assunto assegurando que os Sex Pistols "continuam sendo os escandalosos punks que sempre foram", e que, afinal de contas "o rock and roll é isso".

Ozzy

Quem garantiu sua presença no evento foi o cantor Ozzy Osbourne, ex-integrante do Black Sabbath, a banda britânica que no fim dos anos 60 ajudou a cunhar o conceito de heavy metal e cujo legado é considerado crucial no gênero.

Ozzy também tinha criticado no passado o Hall da Fama, mas, aparentemente, mudou de opinião. O cantor chegou a qualificar em 1999 a iniciativa de "totalmente irrelevante, porque a escolha não é feita pelo voto dos fãs" e pediu então que seu grupo não voltasse a ser considerado no futuro como possível membro desse seleto clube de músicos.

Um dos momentos mais esperados desta noite será a aparição do Blondie, representante da new wave nova-iorquina dos anos 80 e que, como o resto dos grupos selecionados para a cerimônia, vai tocar no hotel.

A incógnita é quem serão os integrantes do grupo que vão subir ao palco, já que dois de seus membros, Higel Harrison e Frank Infante, processam seus companheiros por terem sido excluídos da formação em 1999, quando foi reformada.

A cantora e líder do grupo, Debbie Harry, foi taxativa ao dizer que Harrison e Infante não tocarão nesta noite com o resto da banda.

Jazz

A inclusão do trompetista de jazz Miles Davis como membro do "olimpo do rock", foi outro dos focos de polêmica na eleição deste ano. Muitos consideram que Miles representou uma grande influência no rock, mas não pode ser considerado estritamente como um astro do gênero, devido à sua formação como músico de jazz.

Um comitê de 600 especialistas, entre músicos, críticos e estudiosos do rock, decidem anualmente os cantores e bandas que serão incorporados ao Hall da Fama, criado em 1983.

A instituição tem sua sede em Cleveland (Ohio), onde conta com um museu no qual se mostram as lembranças, roupas e instrumentos originais das estrelas do rock ao longo do meio século de vida do gênero.

Especial
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