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03/11/2000 - 04h10

BC investiga participação do banco Rural na Rede TV!

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ALEX RIBEIRO, da Folha de S.Paulo

Fiscais do Banco Central abriram uma investigação para averiguar a suposta participação acionária do banco Rural na Rede TV!. As regras do BC obrigam os bancos a informarem ao órgão sempre que adquirirem participação acionária relevante em instituição financeira ou empresa não-financeira. No caso, o órgão federal não teria sido comunicado sobre o assunto.

A diretora de Fiscalização do BC, Tereza Cristina Grossi Togni, disse que os fiscais da instituição souberam da suposta participação acionária em agosto e, desde então, os técnicos estão verificando a informação.

O banco Rural declarou, por meio de sua assessoria de imprensa, que não possui participação acionária na Rede TV!.

A suposta participação acionária do banco Rural na Rede TV! foi apontada por Rogério Gallo, ex-superintendente artístico da emissora, em entrevista à Folha no último sábado.

Gallo afirmou que o banco adquiriu 9,99% da rede. A informação teria sido passada a ele pelos acionistas da empresa.

Dívida

Segundo Gallo, em agosto deste ano, a Rede TV! renegociou uma dívida de R$ 40 milhões com o banco Rural e conseguiu um novo empréstimo de R$ 12 milhões. Além disso, de acordo com ele, os donos da emissora -Amílcare Dallevo e Marcelo de Carvalho- teriam comunicado que o banco iria participar da TV.

Carvalho nega que o banco tenha participação acionária na emissora e alega que foi feita apenas uma reengenharia nas finanças da empresa.

Gallo disse ainda que o volume de dinheiro que o banco tem investido é maior do que os acionistas colocaram. Ele justifica que a emissora fatura R$ 3 milhões e gasta R$ 7 milhões por mês. E diz que o banco controla o fluxo de dinheiro da empresa.

O fato de um banco deter participação acionária em uma emissora de TV não é proibido pelo BC, desde que a empresa controlada não crie riscos elevados à instituição. O BC vem realizando uma inspeção consolidada sobre todos os bancos do país.

Isso significa que, periodicamente, os fiscais vasculham não só a contabilidade dos bancos, mas também as operações de todas as empresas não-financeiras ligadas ao grupo.

Riscos

Participações acionárias em empresas não-financeiras podem causar dois tipos de problemas. O primeiro é quando o banco investe muitos recursos em ações de empresas e fica com pouco dinheiro em caixa. Há também riscos quando crises das empresas não-financeiras afetam a imagem do banco.

Se comprovada, a falta de informação adequada ao BC sujeita os bancos a penas de advertência, multa e, em casos mais graves, inabilitação para exercer cargos no sistema financeiro.

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