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13/07/2009 - 18h22

Aventuras amorosas dos músicos dos Rolling Stones inspiraram composição de letras; veja trecho do livro

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da Folha Online

Criada em 25 de maio de 1962, a banda de rock inglesa Rolling Stones tem mais de 40 anos de carreira e é uma das mais antigas em atividade. Hits como "(I Can't Get No) Satisfaction", "Start Me Up", "Sympathy For The Devil", "Jumpin' Jack Flash", "Miss You" e "Angie" fizeram dos Stones uma das mais conhecidas bandas do rock mundial.

Além do sucesso, a fama trouxe riqueza e também gerou conflitos entre os integrantes da banda, que teve casos de dependência de drogas. Apesar do ambiente caótico em que viviam os músicos, rodeados de muito sexo e entorpecentes, foram criadas letras que marcaram gerações. O vocalista Mick Jagger foi detido em 1967 por porte de drogas, o guitarrista Keith Richards é ex-viciado em heroína. O outro guitarrista do grupo, Ron Wood, já consumiu cocaína a ponto de machucar o nariz.

O livro "Sexo, Drogas e Rolling Stones" (Agir, 2008), dos autores José Emílio Rondeau e Nélio Rodrigues, fala dos 45 anos de carreira ininterrupta da banda de Mick Jagger, Keith Richards, Charlie Watts e Ron Wood, desde da formação do grupo até o lançamento de "Shine A Light", documentário de Martin Scorsese sobre os roqueiros exibido no Festival de Berlim.

Em fevereiro de 2006, mais de 1 milhão de pessoas assistiram a um show gratuito do grupo na praia de Copacabana, no Rio de Janeiro (RJ), durante a turnê "On Stage".

A gravadora Universal Music vai relançar neste ano 14 discos clássicos remasterizados dos Rolling Stones. Os CDs também serão reunidos em um box que conterá os 14 álbuns gravados depois de 1971.

Leia abaixo um trecho do livro "Sexo, Drogas e Rolling Stones".

Atenção: o texto reproduzido abaixo mantém a ortografia original do livro e não está atualizado de acordo com as regras do Novo Acordo Ortográfico. Conheça o livro "Escrevendo pela Nova Ortografia".

*

(...)

Divulgação
A vida tumultuada e cheia de agito da famosa banda de rock inglesa
A vida tumultuada e cheia de agito da famosa banda de rock inglesa

Era uma forma, também, de Mick evitar os confrontos entre sua mulher e a de Keith. Anita nunca ocultou sua antipatia por Bianca, a ponto de espalhar que ela, na verdade, seria um transexual! Tanto se opunha a ela que estava decidida a explorar ao limite a apreciação de Jagger por mulheres negras para mandar Bianca para escanteio. Pallenberg planejava libertar a ativista negra Angela Davis, uma professora universitária alta, bonita e carismática, presa na Califórnia sob a acusação de assassinato, e levá-la a Nellcote para convencer Mick a largar Bianca e ficar com ela. A história mostra que Jagger jamais trocou Bianca por Angela. Mas Davis serviu de inspiração para "Sweet Black Angel," faixa incluída no álbum que os Stones estavam gravando na França.

No seu livro A Season In Hell With The Rolling Stones, sobre a temporada dos Stones em Nellcote, Robert Greenfield afirma que Mick, "intelectualmente inquieto e facilmente entediado, estava sempre em busca de sexo." E o sexo, de acordo com Robert, poderia surgir na forma de jovens fãs na estrada que o stone sabia que nunca mais encontraria de novo, da mulher de um amigo ou conhecido (e sua proximidade de Anita Pallenberg, existente desde os tempos de Performance, perdurou até o sul da França, e chegou a fazer Pallenberg acreditar, em certo momento, que estivesse grávida de Mick, quando o filho --ou melhor, filha-- era de Keith) ou mesmo de mulheres variadas que aceitavam qualquer condição imposta por Mick para prolongar casos --mesmo quando ele estava casado. E muitas vezes Jagger nem se esforçava para esconder suas atividades extra-maritais e seus flertes inconseqüentes. De certa forma, parecia se exibir para sua parceira do momento --por bem ou por mal.

Arnaldo Brandão confirma isso. Numa noite em Roterdã, em meio a uma turnê dos Rolling Stones, Mick "começou a dar em cima" de Cláudia, na época mulher do baixista, "e a Bianca ficou puta da vida," recorda Arnaldo. "Mick tinha convidado (a mim) e a Cláudia para jantar depois do show. A Cláudia já conhecia a Bianca, tinha saído com ela pra fazer compras, junto com a Rose (mulher de Mick Taylor). Mick fez um elogio qualquer para Cláudia e a Bianca deu um ataque." De acordo com Arnaldo, sua mulher também "ficou puta" e recusou o convite de Mick. Jagger não se fez de rogado e foi até o quarto de Arnaldo e Cláudia: "Esquece," argumentou, "é besteira da Bianca." Mas Cláudia, "muito orgulhosa," segundo Brandão, não deu conversa. E Mick e Bianca saíram sozinhos para jantar.

Nessa mesma noite, ainda segundo Arnaldo, Anita também bateu no quarto do casal brasileiro. "No camarim, ela já tinha falado loucuras pra mim," Arnaldo conta. "Eu não tinha entendido porra nenhuma, por que ela estava ligadona, misturava italiano com inglês, e falava muito, falava muito. Então, ela foi lá no quarto e perguntou quais eram nossa fantasias sexuais." Mas nada aconteceu.

Não que Anita topasse tudo. Bill Wyman conta que, certa vez, de férias no Marrocos, Brian Jones contratou prostitutas locais para transar com Anita. Ela não apenas recusou, como se mostrou indignada com a proposta de Brian. "Até mesmo para Anita, aquilo era um pouco demais," comentaria Wyman.

Por outro lado, a troca de casais acontecia com certa frequência em Nellcote, mesmo porque metade dos cônjuges ou namorados estava sempre doida demais para conseguir transar ou se dar conta do que estava acontecendo. Conta-se que, certa vez, o bon vivant inglês Tommy Weber, que chegou ao sul da França acompanhado dos dois filhos pequenos (um dos quais, Jake, faria par com Patricia Arquette na série de TV Medium, trinta anos mais tarde) a pretexto de operar no Mediterrâneo uma rádio pirata para os Rolling Stones, transou com Anita ao lado de Keith. Mas Richards, nocauteado por uma combinação de Mandrix e conhaque, nem parou de roncar.

(...)

A turnê americana de 1972 reescreveu a cartilha das excursões de rock - pela eletricidade dos shows (abertos, a cada noite, por Stevie Wonder), pelo nível de frisson causado, pela quantidade e variedade das drogas consumidas e negociadas (e a desintoxicação de Keith na Suíça acabou indo para o espaço em dois tempos), pela cobertura de imprensa (agora, os Stones eram notícia importante, prioritária, nas TVs e na imprensa careta), pelo condimento sexual (simbolizado - mas nem de longe restrito - pelos quatro dias que a banda passou na mansão de Hugh Hefner, dono do império Playboy), pela maneira como enfeitiçou gente de todas as camadas da sociedade (Truman Capote seguia a turnê para a Rolling Stone, Norman Mailer, Tennessee Williams e a princesa Lee Radziwill, irmã da ex-primeira dama Jackie Onassis, eram figurinhas carimbadas nos camarins ou no Electra enfeitado com o a língua-logo que transportava a banda) e pelas cifras (51 shows, que renderam quatro milhões de dólares, um recorde monumental).

Os quatro dias passados na mansão de Hugh Hefner renderam a Mick e Keith dividendos outros, mais difíceis de se computar: um verdadeiro cortejo de mulheres mais que dispostas a transar com dois dos maiores astros pop do seu tempo. O jornalista americano Robert Greenfield, que seguia a turnê para a Rolling Stone, conta que as coelhinhas trocavam impressões sobre o desempenho de cada stone. Segundo as moças, era melhor transar com Keith. Demorava mais - "viciados em heroína custam a gozar," argumenta Greenfield - e Keith "era do tamanho de um boi."

*

"Sexo, Drogas e Rolling Stones"
Autor: José Emílio Rondeau e Nélio Rodrigues
Editora: Ediouro
Páginas: 248
Quanto: R$ 51,90
Onde comprar: pelo telefone 0800-140090 e no site da Livraria da Folha.

 

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