Saltar para o conteúdo principal

Publicidade

Publicidade

 
 
  Siga a Folha de S.Paulo no Twitter
15/04/2006 - 09h27

Ataques de 11 de setembro chegam ao cinema

Publicidade

da Efe, em Los Angeles

A iminente estréia de "United 93", o número de vôo do avião que caiu em 2001 em um campo da Pensilvânia, levanta a questão sobre se o público está preparado para reviver o horror de 11 de setembro no cinema.

Por enquanto, parece que o público não está preparado nem para o trailer do primeiro filme dos que lembrarão este ano o pior atentado terrorista da história dos Estados Unidos, já que sem aviso prévio começa alternando imagens reais para serem assimiladas no meio de tanta ficção.

Entre essas imagens está a seqüência em que o segundo avião seqüestrado nesse dia se choca contra as Torres Gêmeas de Nova York.

O mal-estar foi tanto que o anúncio da estréia do longa, previsto para 25 de abril em Nova York e três dias depois no resto do país, teve que ser retirado de várias salas de cinema.

O presidente de marketing dos estúdios Universal, Alan Fogelson, minimizou os protestos e os considerou como algo normal em todas as estréias, que sempre incomodam algum espectador.

"Mas também não me surpreende que o público reaja de forma emocional a esta obra", acrescentou.

Dirigido pelo documentarista e diretor britânico Paul Greengrass, "United 93" recria os últimos 90 minutos nas vidas dos passageiros do quarto avião, da companhia United Airlines, seqüestrado em 11 de setembro de 2001.

Os passageiros ficaram sabendo do que tinha ocorrido com dois dos três aviões seqüestrados através dos telefones celulares e tentaram tomar o controle da situação.

Em sua luta, o avião caiu antes de chegar ao Capitólio, que seria o alvo planejado pelos terroristas para mais um ataque.

As famílias dos 40 passageiros e tripulantes do Boeing 757 deram apoio unânime à meticulosa reconstrução desse dia.

Os familiares forneceram detalhes das últimas conversas, das súplicas por suas vidas e das últimas demonstrações de coragem que podem ser ouvidas nas fitas apresentadas na quarta-feira passada ao júri no caso contra Zacarias Moussaoui, o único processado nos EUA pelos atentados de 2001.

"As famílias das vítimas queriam que o filme fosse feito", afirmou Greengrass à revista "Time".

O "United 93" é o primeiro filme que trata o tema dentro do gênero da ficção, mas não é o último.

No ano em que se cumpre o quinto aniversário dos atentados que mataram mais de três mil pessoas, outro filme, "World Trade Center", mostrará em agosto a queda de outro símbolo americano.

O filme dirigido por Oliver Stone e com Nicolas Cage e Michael Pena como protagonistas, conta a história dos dois últimos bombeiros resgatados com vida das Torres Gêmeas após os atentados.

Os dois casos são histórias de heroísmo e coragem com as quais se quer passar o que ocorreu nesse dia, nessas horas, deixando de lado o âmbito político.

"Não tive que inventar nada. É uma história tão bela de heroísmo, amizade e bravura...", disse a roteirista de "World Trade Center", Andrea Berloff.

Ainda assim, a resposta de um público que nos últimos anos preferiu assistir a filmes de mero entretenimento é duvidosa.

A favor de uma boa resposta estão as tentativas anteriores, como o filme para televisão "Flight 93", que conta a história do mesmo vôo e que obteve para a rede de TV "A&E" os índices de audiência mais altos de sua história.

Mas se tratava de televisão, onde o público já se acostumou a rever várias vezes essas imagens.

O mesmo ocorreu com "Fahrenheit 11 de setembro", que arrecadou US$ 119 milhões na bilheteria americana apesar das assustadoras imagens dos corpos caindo das Torres.

Mas seu sucesso estava emoldurado dentro do gênero documentário, não do das grandes produções de ficção de Hollywood.

"Os filmes precisam mostrar o mundo tal como ele é. Temos que contar as histórias de 11 de setembro", afirmou Greengrass à "Time", convencido de que o público está preparado para ver seu longa.

Especial
  • Leia o que já foi publicado sobre cinema
  •  

    Publicidade

    Publicidade

    Publicidade


    Voltar ao topo da página