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19/04/2006
-
11h00
da Efe, em Nova York
O secretário da Defesa dos Estados Unidos, Donald Rumsfeld, que já vinha recebendo críticas pesadas de militares americanos, agora é alvo de uma peça de teatro, que o pinta como principal responsável pela Guerra do Iraque.
A peça leva o título de "Stuff Happens" ("Isso Acontece"), que foi a resposta dada por Rumsfeld às perguntas sobre abusos registrados em Bagdá, dois dias após a queda de Saddam Hussein.
O autor é o britânico David Hare, que apresenta seu texto como uma "alegoria sobre o poder", no gênero "drama histórico", ao estilo de William Shakespeare.
Com quase três horas de duração, o texto relata as tramas entre Donald Rumsfeld e o vice-presidente americano, Dick Cheney, para convencer o presidente George W. Bush da necessidade de invadir o país árabe.
"Stuff Happens" sustenta a tese de que a decisão de ir à guerra foi tomada muito antes de ser anunciada pelo Governo, sem considerar os esforços diplomáticos internacionais para evitar o conflito.
Rumsfeld é descrito na peça como arrogante e impiedoso. Bush surge como uma pessoa influenciável que, no entanto, sempre quer ter a "última palavra".
O drama estreou em 2004, em Londres, e chega esta semana à cena teatral nova-iorquina, ao mesmo tempo em que aumentam as críticas contra Donald Rumsfeld por sua gestão da Guerra do Iraque.
Crise
No fim de semana passado, mais um oficial renunciou ao seu cargo: o general Wesley Clark, ex-comandante-em-chefe das forças da Otan. Seis outros generais, alguns deles com experiência em território iraquiano, já haviam tomado a mesma decisão.
Clark opinou que Rumsfeld deveria se demitir, dado o número de mortos na Guerra: cerca de 2.400 americanos e 30 mil iraquianos.
"Stuff Happens" dividiu opiniões na imprensa nova-iorquina, não tanto por seu conteúdo político, mas principalmente por suas qualidades cênicas.
Para o jornal "New York Post", a montagem "reflete perfeitamente o processo de tomada de decisões, além de documentar bem os erros de cálculo" do Governo.
O liberal "The New York Times" augere que a peça deveria se chamar "A tragédia de Colin Powell", por mostrar com crueza o dilema enfrentado pelo então secretário de Estado, que precisou defender em púbico uma guerra que "particularmente nunca apoiou".
O conservador "The Wall Street Journal" taxa o texto de "caricatural".
Esta deve ser a última de uma série de peças na cena nova-iorquina nesta temporada centradas em Bush e na Guerra do Iraque, em todos os casos em tom crítico.
Antes de "Stuff Happens", o público de Nova York pôde assistir a "Bush is Bad" ("Bush é mau"), "Bush Wars" ("As guerras de Bush") e "Laughing Liberally" (algo como "Rindo de tudo", mas com a conotação política da palavra "liberal").
Especial
Leia o que já foi publicado sobre Donald Rumsfeld
Donald Rumsfeld vira vilão em peça americana
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O secretário da Defesa dos Estados Unidos, Donald Rumsfeld, que já vinha recebendo críticas pesadas de militares americanos, agora é alvo de uma peça de teatro, que o pinta como principal responsável pela Guerra do Iraque.
A peça leva o título de "Stuff Happens" ("Isso Acontece"), que foi a resposta dada por Rumsfeld às perguntas sobre abusos registrados em Bagdá, dois dias após a queda de Saddam Hussein.
O autor é o britânico David Hare, que apresenta seu texto como uma "alegoria sobre o poder", no gênero "drama histórico", ao estilo de William Shakespeare.
Com quase três horas de duração, o texto relata as tramas entre Donald Rumsfeld e o vice-presidente americano, Dick Cheney, para convencer o presidente George W. Bush da necessidade de invadir o país árabe.
"Stuff Happens" sustenta a tese de que a decisão de ir à guerra foi tomada muito antes de ser anunciada pelo Governo, sem considerar os esforços diplomáticos internacionais para evitar o conflito.
Rumsfeld é descrito na peça como arrogante e impiedoso. Bush surge como uma pessoa influenciável que, no entanto, sempre quer ter a "última palavra".
O drama estreou em 2004, em Londres, e chega esta semana à cena teatral nova-iorquina, ao mesmo tempo em que aumentam as críticas contra Donald Rumsfeld por sua gestão da Guerra do Iraque.
Crise
No fim de semana passado, mais um oficial renunciou ao seu cargo: o general Wesley Clark, ex-comandante-em-chefe das forças da Otan. Seis outros generais, alguns deles com experiência em território iraquiano, já haviam tomado a mesma decisão.
Clark opinou que Rumsfeld deveria se demitir, dado o número de mortos na Guerra: cerca de 2.400 americanos e 30 mil iraquianos.
"Stuff Happens" dividiu opiniões na imprensa nova-iorquina, não tanto por seu conteúdo político, mas principalmente por suas qualidades cênicas.
Para o jornal "New York Post", a montagem "reflete perfeitamente o processo de tomada de decisões, além de documentar bem os erros de cálculo" do Governo.
O liberal "The New York Times" augere que a peça deveria se chamar "A tragédia de Colin Powell", por mostrar com crueza o dilema enfrentado pelo então secretário de Estado, que precisou defender em púbico uma guerra que "particularmente nunca apoiou".
O conservador "The Wall Street Journal" taxa o texto de "caricatural".
Esta deve ser a última de uma série de peças na cena nova-iorquina nesta temporada centradas em Bush e na Guerra do Iraque, em todos os casos em tom crítico.
Antes de "Stuff Happens", o público de Nova York pôde assistir a "Bush is Bad" ("Bush é mau"), "Bush Wars" ("As guerras de Bush") e "Laughing Liberally" (algo como "Rindo de tudo", mas com a conotação política da palavra "liberal").
Especial
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