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26/04/2006 - 10h29

Angeli, Glauco e Laerte recuperam parcerias

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MARCO AURÉLIO CANÔNICO
da Folha de S.Paulo

Eles são "los três amigos", a trinca que ajudou a redefinir o cartum brasileiro de humor na década de 1980, nas páginas de revistas como "Chiclete com Banana" e "Geraldão", pela Circo Editorial.

Hoje, o trio formado por Angeli, Laerte e Glauco volta ao centro do picadeiro, desta vez literalmente, para lançar "Seis Mãos Bobas" (ed. Devir e Jacaranda, 80 págs., R$ 23), livro que reúne parcerias dos três na década de 80. A festa dos autógrafos acontece no circo Zanni, na rua Augusta, em São Paulo, a partir das 20h.

Reprodução
Veja imagens do livro "Seis Mãos Bobas"
Veja imagens do livro "Seis Mãos Bobas"
A obra reúne 17 histórias e cartuns criados a seis ou quatro mãos, em todas as combinações possíveis a partir dos três elementos. São trabalhos publicados entre 1986 e 1989 nas já citadas "Chiclete" e "Geraldão", representantes do humor paulistano --enquanto a "Casseta Popular" e "O Planeta Diário", depois "Casseta & Planeta", faziam papel semelhante no Rio.

Angeli, Glauco e Laerte (todos colaboradores da Folha) também relembram, em uma ótima entrevista a Toninho Mendes (editor da Circo), publicada no final do livro, como cada uma das histórias surgiu. As explicações elucidam muito do processo criativo da trinca de amigos.

Humor pós-ditadura

"Tinha uma coisa de equilíbrio entre nós três", explica Laerte, em entrevista à Folha. "O Angeli tem um espírito ordeiro e estrutural, apesar de ser um cara bastante louco; o Glauco tem essa coisa da "demência" dele, que proporciona sacadas absurdas, que a gente jamais teria sozinhos; e eu, não sei, também tenho algum papel nisso, principalmente na parte de desenhar as histórias, de compô-las."

O trio já se conhecia e tinha uma carreira bem rodada por salões de humor e jornais quando começou a publicar nas revistas da Circo --"Chiclete com Banana" surgiu em 1985; "Geraldão" é de 1987; em 1990, viria a "Piratas do Tietê".

A época era a do primeiro governo civil pós-ditadura, o de José Sarney (1985-1990). A barbárie da repressão militar começava a virar história, apesar de a censura ainda existir (como bem ironiza uma das histórias do livro, feita por Laerte e Glauco). Sexo, palavrões, crítica social e ao governo ganhavam novos patamares com a liberdade.

Laerte também enxerga um outro ângulo na questão: "O que me parece mais evidente é a libertação que tivemos em relação àquela necessidade de combater a ditadura, de tomar partido e se aliar pró-democracia. A abertura trouxe a possibilidade de as pessoas serem mais interessantes, nos permitiu meter o pau em gente que antes estava do nosso lado. Isso abriu outras frentes", explica.

Para quem não teve a chance de ler os originais, "Seis Mãos Bobas" é uma boa introdução ao melhor humor da época. Para os (muitos) fãs de então, fica a oportunidade de relembrar pérolas como a saga do Descobrimento do Brasil recontada causticamente por Glauco e Laerte; ou as piadas sobre suingues e surubas escritas por Angeli e Glauco. Enfim, uma retrospectiva de parte dos anos 1980 que é, de fato, memorável.

Lançamento de "Seis Mãos Bobas"
Quando: hoje, às 20h
Onde: Circo Zanni (r. Augusta, 344, centro, São Paulo)
Quanto: grátis

Especial
  • Veja galeria de imagens do livro "Seis Mãos Bobas"
  • Leia o que já foi publicado sobre Angeli, Glauco e Laerte
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