Saltar para o conteúdo principal

Publicidade

Publicidade

 
 
  Siga a Folha de S.Paulo no Twitter
05/11/2000 - 16h48

Perfil: Serginho Groisman

Publicidade

CLÁUDIA CROITOR
da Folha de S.Paulo

Aos 50 anos, o apresentador ainda é um dos preferidos do público jovem, para quem faz programas há mais de dez anos. Há cerca de um mês, o dono do bordão "Fala, Garoto!" voltou a comandar uma atração na TV, o "Altas Horas", nas madrugadas de sábado da Globo, depois de mais de um ano de projetos e adiamentos. Ele garante que não desanimou. "Queria ter a segurança de que o programa tivesse a minha cara", diz.

BLITZ
Nome completo: Sérgio Groisman
Data de nascimento: 29/junho/1950
Local: São Paulo, SP
O que vê na TV: "Jornalismo e esportes"

Qual a principal mudança que você sentiu ao sair do SBT e ir para a Globo?
No SBT, cada programa cuida de si mesmo. Na Globo, a gente tem um trabalho de integração muito grande. Sempre considerei que o que eu fiz no SBT, de uma certa maneira, era jornalismo, mas sempre achei que poderia ter mais participação da reportagem. Minha ida para a Globo já foi com uma vontade de poder contar com o jornalismo. As TVs são sempre divididas entre jornalismo e entretenimento. E eu quero dar uma misturada nisso. Na Globo existem muitos setores, muita gente envolvida em um programa só.

Da sua entrada na Globo até a estréia do seu programa passou-se mais de um ano. Nesse tempo, Luciano Huck, Ana Maria Braga e Jô Soares, que foram contratados na mesma época que você, estrearam seus programas em poucos meses. Por que a demora?
Demorou por alguns motivos. Primeiro, elaborei o projeto do "Ação", que vai ao ar nas manhãs de sábado. Só isso tomou uns dois meses. Depois comecei a trabalhar no projeto de um programa diário, o que levou mais uns meses. Aí mudamos o programa para a noite... E quase nada do projeto do diário foi aproveitado. E fizemos o projeto para o programa à noite com quatro horas. Mas começamos a fazer os pilotos e ver que era muito tempo para o programa. E também que, no começo, seria difícil fazê-lo ao vivo. Por isso ele está sendo gravado.

Você chegou a se arrepender de ter mudado de emissora?
Eu ficava um pouco desanimado, mas, ao mesmo tempo, queria ter uma segurança de que o programa que eu iria estrear tivesse muito a minha cara. Claro que eu queria muito estrear, mas não fiquei tão bravo como a imprensa disse que eu fiquei. Quando eu entrei no SBT, depois de um mês eu já estava no ar. Mas eles queriam exatamente o mesmo programa que eu fazia na Cultura, o "Matéria Prima". Na Globo, a Marluce (Dias da Silva, diretora-geral da emissora) me falou: "Não vou pegar o "Programa Livre" e trazer para cá. Acho que você pode usar os nossos recursos de uma maneira mais ampla. Então elabora um projeto e a gente vê". Não houve nenhuma promessa. No começo, eu não queria um semanal, eu tinha um hábito de dez anos fazendo programa diário. Fizemos então um projeto de um programa diário para o final da tarde, mas só poderia ter 30 minutos, era muito pouco. Então elaborei um projeto para a noite, ao vivo.

Você está feliz com o horário do seu programa?
Estou, eu mesmo que propus. A madrugada é boa porque é um horário novo, há poucas opções na TV.

Você co-dirige seu próprio programa, algo incomum na Globo, e houve até alguns desentendimentos seus com alguns diretores de núcleo da emissora. Foi difícil conseguir isso?
Nunca houve atritos. Para eles é uma coisa nova, mas para mim também. Dirigir na Globo é diferente, mas nunca houve briga com os diretores de núcleo. O último, que foi o Alberto Luchetti, já pegou o programa praticamente pronto. Então não tinha muito o que ele fazer, já que ele é mais de criação e ficou uma situação ruim, em que ele iria ter uma função mais burocrática. Por isso ele saiu.

Como foi apresentar o "Festival da Música Brasileira", que foi muito criticado?
Ninguém me obrigou a fazer nada, é bom falar isso. Acho que o festival foi uma tentativa saudável de dar oportunidade para as pessoas. Eu não queria discutir a qualidade do festival, mas a apresentação foi difícil, especialmente no primeiro dia, que é o que marcou mais. O texto não era meu, o que deu a impressão de que eu estava perdido. É que não era a minha cara.

Quando você estava saindo do SBT, o Silvio Santos lhe ofereceu o lugar do Jô Soares. Por que você não aceitou ficar?
Para falar a verdade, foi uma sugestão minha. Eu estava feliz com o SBT, mas, depois de nove anos, estava com a mesma estrutura e no mesmo horário. O Silvio me chamou para renovar o contrato, e eu não tinha ainda nenhuma proposta, mas pedi para só assinar no dia seguinte. Cheguei em casa e, para minha surpresa, havia um recado da Globo para mim. Conversei com eles, fizeram uma proposta -tudo muito discreto, conversamos no hangar do aeroporto Santos Dummont. Depois disso, contei para o Silvio e pedi um tempo para pensar. Aí resolvi: "Estou indo para a Globo". O Silvio, então, me ofereceu uma quantia muito grande para eu ficar no SBT, não dá nem para falar quanto. Mas era muito dinheiro, eu não precisava ganhar tanto assim, era absurdo. E eu recusei.

Qual foi o momento mais memorável da sua carreira?
Já tive muitas entrevistas importantes, como o FHC, o Collor, a Sandra Bullock, o grupo Kiss etc. Mas o mais legal foi o "Programa Livre" feito dentro da Casa de Detenção de São Paulo. Foi o mais importante, com 2.000 detentos, ao vivo, falando tudo o que queriam.

O que você ainda não fez na TV e pretende fazer?
Ainda falta ter um programa no qual eu possa articular mais as idéias, um "talk show". Eu adoro a fórmula do meu programa, mas gostaria, um dia, de ter algo mais centrado em mim.

Saiba como é feito o programa de Serginho Groisman

Leia mais notícias de Ilustrada na Folha Online
 

Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página