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19/05/2006 - 10h27

Com "Volver", Almodóvar reencontra Cannes e ex-musa

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SILVANA ARANTES
da Folha de S.Paulo, em Cannes

O Festival de Cannes abre hoje os braços para receber Pedro Almodóvar em competição.

Se não é a primeira vez que isso acontece --o cineasta disputou a Palma de Ouro e foi premiado como melhor diretor por "Tudo Sobre Minha Mãe" (1999)-- esta é a segunda parte de uma história que começou bem diferente.

Quando tentou lançar sua carreira em Cannes, Almodóvar teve o filme recusado pelo festival. A decisão é um dos poucos arrependimentos confessos na história do francês Gilles Jacob como diretor do mais prestigiado festival de cinema do mundo.

"Lamento não haver percebido suficientemente rápido a importância de Almodóvar", declarou Jacob, num mea-culpa.

Reencontro

Há muito tempo reconciliado com Cannes, Almodóvar traz para a disputa desta 59ª edição do festival a história de outros reencontros. "Volver" (voltar), seu novo longa-metragem, já estreado em seu país, conquistou uma parcela do público espanhol que havia torcido o nariz para os últimos trabalhos do diretor.

Coincidência ou não, o filme é estrelado por Penélope Cruz, atriz-fetiche do cineasta, e por Carmem Maura, musa da primeira fase de sua obra, de quem ele se afastou em 1989, no auge do sucesso de "Mulheres à Beira de um Ataque de Nervos". Diretor e atriz não comentaram publicamente as razões de seu desentendimento. No entanto, Maura deixou claro que, com "Volver", ela retomou a parceria profissional com Almodóvar, não a amizade.

"O que me interessa em Pedro é o cineasta. Do resto, não quero saber nada, porque não sei se a pessoa que eu conheci ainda está lá", disse a atriz ao diário francês "Le Monde", que dedicou a capa de seu caderno especial sobre Cannes ao filme do espanhol.

Em "Volver", é a personagem de Maura que, depois de morta, retorna ao diálogo com sua família. Ela é mãe de Raimunda (Cruz), que por sua vez foi mãe aos 14 anos de idade, e de Sole.

Já adulta, Raimunda toca a vida de casada com um operário desempregado e lida com a filha adolescente. Sole é cabeleireira. Almodóvar está de novo às voltas com o universo das mulheres.

O segundo filme que estréia hoje na competição é "Fast Food Nation", do americano Richard Linklater ("Antes do Pôr-do-Sol"). A partir de um episódio de contaminação na carne do sanduíche-símbolo de uma rede de fast-food, Linklater fala de uma América em processo de apodrecimento. O filme foi aplaudido efusivamente na sessão para imprensa de ontem.

O dado curioso sobre o diretor norte-americano é que ele compete com dois filmes neste festival. Na mostra Um Certo Olhar, paralela à competição principal, Linklater assina "A Scanner Darkly", outra mirada sobre os EUA, desta vez com foco no tráfico de drogas e no terrorismo.

Elogiado Ken Loach

Com o devastador "The Wind that Shakes the Barley", sobre a Guerra Civil Irlandesa, o inglês Ken Loach arrancou aplausos da crítica na sessão de ontem e demonstrou que vai disputar com força os prêmios principais do festival. "Há sempre um Exército de ocupação em algum país ao qual a população resiste. Não é necessário dizer em qual lugar do mundo o Reino Unido, ilegalmente, mantém um Exército de ocupação", disse o engajado cineasta, em entrevista coletiva.

Com agências internacionais

Especial
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