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06/06/2006
-
10h42
CLÁUDIA GURFINKEL
Colaboração para a Folha de S.Paulo, em Madri
No dia 10 de setembro de 1981, chegou à Espanha o famoso quadro "Guernica", de Pablo Picasso, procedente do Museu de Arte Moderna de Nova York, onde se encontrava desde o final de 1939 a pedido do artista. A entrega da obra cumpria a vontade de Picasso, que queria vê-la em seu país natal quando este voltasse à democracia.
Vinte e cinco anos depois, dois dos principais museus espanhóis --o Prado, que recebeu o quadro na época, e o Centro de Arte Reina Sofía, onde a obra está hoje-- resolveram se unir pela primeira vez para prestar uma homenagem ao principal artista espanhol do século 20, no ano que marca o 125º aniversário de seu nascimento.
"Picasso. Tradição e Vanguarda", que estréia hoje nos dois museus de Madri, reúne mais de cem obras do pintor para traçar uma retrospectiva de sua trajetória. "É a primeira exposição do conjunto de obras mais importantes de Picasso que acontece na Espanha desde 1981, quando chegou "Guernica'", diz o diretor do Museu do Prado, Miguel Zugaza.
A exposição, que vai até o dia 3 de setembro, começa pela galeria central do Prado, onde os quadros de Picasso são colocados ao lado de obras de pintores que o artista admirava e que tiveram papel importante em sua formação, como Goya, Velázquez e El Greco.
As pinturas, mostradas em ordem cronológica, abordam os períodos criativos de Picasso, como o azul ("A Vida", 1903), o rosa ("Rapaz Conduzindo um Cavalo", 1906), o cubismo ("O Aficionado", 1912), a recuperação do clássico ("A Flauta de Pã", 1923), a relação com o surrealismo ("Mulher Sentada em uma Poltrona Vermelha", 1932) e as últimas décadas de sua produção ("O Mosqueteiro", 1967).
A seqüência é interrompida no centro da galeria, onde está a série "As Meninas" (1957), feita com base na obra homônima de Velázquez. A exposição permite confrontar as versões com o original, que não foi tirado de seu lugar no Prado e pode ser visto pela porta da sala em que fica. Entre outros exemplos da conexão de Picasso com mestres, está "Grande Nu" (1964), inspirado em "La Maja Desnuda" (1797-1800), de Goya.
"Enquanto no Prado se celebra a alegria da pintura, por meio da conexão de Picasso com os clássicos, no Reina Sofía mostramos sua obsessão pelos horrores da guerra", afirma a curadora Carmen Giménez.
É a dura etapa que envolve a Guerra Civil Espanhola e a Segunda Guerra Mundial que está retratada no Reina Sofía, em que a exposição gira em torno de "Guernica" (1937). O quadro é colocado em frente ao impressionante "3 de Maio de 1808 em Madri: Os Fuzilamentos na Montanha de Príncipe Pío" (1814), de Goya.
"É um diálogo entre duas imagens universais que mostram o sofrimento em confrontos bélicos", diz a diretora do Reina Sofía, Ana Martinez de Aguilar. Outras duas obras são colocadas frente a frente: "Massacre em Coréia" (1951), de Picasso, e "Execução de Maximiliano" (1868-1869), de Edouard Manet. Os quatro quadros estão dispostos como um losango na principal sala da coleção permanente do museu.
"É insuficiente dizer que se trata de uma grande exposição. É um feito histórico que marca a maneira como, na Espanha, as pessoas vêem as tragédias de uma guerra", diz o curador Francisco Calvo Serraller.
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Colaboração para a Folha de S.Paulo, em Madri
No dia 10 de setembro de 1981, chegou à Espanha o famoso quadro "Guernica", de Pablo Picasso, procedente do Museu de Arte Moderna de Nova York, onde se encontrava desde o final de 1939 a pedido do artista. A entrega da obra cumpria a vontade de Picasso, que queria vê-la em seu país natal quando este voltasse à democracia.
Vinte e cinco anos depois, dois dos principais museus espanhóis --o Prado, que recebeu o quadro na época, e o Centro de Arte Reina Sofía, onde a obra está hoje-- resolveram se unir pela primeira vez para prestar uma homenagem ao principal artista espanhol do século 20, no ano que marca o 125º aniversário de seu nascimento.
"Picasso. Tradição e Vanguarda", que estréia hoje nos dois museus de Madri, reúne mais de cem obras do pintor para traçar uma retrospectiva de sua trajetória. "É a primeira exposição do conjunto de obras mais importantes de Picasso que acontece na Espanha desde 1981, quando chegou "Guernica'", diz o diretor do Museu do Prado, Miguel Zugaza.
A exposição, que vai até o dia 3 de setembro, começa pela galeria central do Prado, onde os quadros de Picasso são colocados ao lado de obras de pintores que o artista admirava e que tiveram papel importante em sua formação, como Goya, Velázquez e El Greco.
As pinturas, mostradas em ordem cronológica, abordam os períodos criativos de Picasso, como o azul ("A Vida", 1903), o rosa ("Rapaz Conduzindo um Cavalo", 1906), o cubismo ("O Aficionado", 1912), a recuperação do clássico ("A Flauta de Pã", 1923), a relação com o surrealismo ("Mulher Sentada em uma Poltrona Vermelha", 1932) e as últimas décadas de sua produção ("O Mosqueteiro", 1967).
A seqüência é interrompida no centro da galeria, onde está a série "As Meninas" (1957), feita com base na obra homônima de Velázquez. A exposição permite confrontar as versões com o original, que não foi tirado de seu lugar no Prado e pode ser visto pela porta da sala em que fica. Entre outros exemplos da conexão de Picasso com mestres, está "Grande Nu" (1964), inspirado em "La Maja Desnuda" (1797-1800), de Goya.
"Enquanto no Prado se celebra a alegria da pintura, por meio da conexão de Picasso com os clássicos, no Reina Sofía mostramos sua obsessão pelos horrores da guerra", afirma a curadora Carmen Giménez.
É a dura etapa que envolve a Guerra Civil Espanhola e a Segunda Guerra Mundial que está retratada no Reina Sofía, em que a exposição gira em torno de "Guernica" (1937). O quadro é colocado em frente ao impressionante "3 de Maio de 1808 em Madri: Os Fuzilamentos na Montanha de Príncipe Pío" (1814), de Goya.
"É um diálogo entre duas imagens universais que mostram o sofrimento em confrontos bélicos", diz a diretora do Reina Sofía, Ana Martinez de Aguilar. Outras duas obras são colocadas frente a frente: "Massacre em Coréia" (1951), de Picasso, e "Execução de Maximiliano" (1868-1869), de Edouard Manet. Os quatro quadros estão dispostos como um losango na principal sala da coleção permanente do museu.
"É insuficiente dizer que se trata de uma grande exposição. É um feito histórico que marca a maneira como, na Espanha, as pessoas vêem as tragédias de uma guerra", diz o curador Francisco Calvo Serraller.
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