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17/06/2006 - 07h00

SP testa parada gay no sábado sem pretensão de bater recorde

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da Folha Online

Com o grito "Homofobia é crime", São Paulo promove neste sábado (17) sua 10º Parada do Orgulho GLBT (Gays, Lésbicas, Bissexuais e Transgêneros) com expectativa de reunir um público da ordem de 2 milhões de participantes na av. Paulista, em um desfile de 22 trios elétricos.

Nenhum recorde deve ser batido, segundo os organizadores. A cidade deve manter o título de maior parada gay do mundo, conquistado em 2004. No ano passado, houve um número recorde de 2,5 milhões de pessoas nos cálculos da ONG responsável ou 1,8 milhão nas contas da polícia.

O evento deixa de ser realizado no tradicional domingo, considerado mais favorável por ser o dia de lazer e descanso. O calendário foi alterado devido ao jogo do Brasil contra a Austrália na Copa da Alemanha neste domingo, quando os brasileiros devem ficar diante de TV para assistir à partida de futebol.

A avenida mais famosa de São Paulo será interditada pela CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) a partir do meio-dia, o horário marcado para o início da concentração do público.

O primeiro trio deve começar a se movimentar às 14h em frente ao Masp (Museu de Arte de São Paulo), seguindo pelas duas pistas da r. da Consolação. O fim da festa será na praça Roosevelt, por volta das 20h.

Da política ao marketing

Os trios refletem a diversidade, misturando discurso político, publicidade e marketing pessoal. Os carros trazem desde representantes de ONGs como de casas noturnas, sites de relacionamento, canal gay da TV e até de duas drag queens (Léo Áquila e Salete Campari), candidatas a uma vaga de deputado na Assembléia Legislativa nas eleições deste ano.

No Brasil, o formato "carnavalesco" da parada (música, dança, performances e humor) favorece a formação de multidões, atraindo a presença também de muitos heterossexuais, como pais acompanhados de crianças. Tudo isso ajuda a inflar os cálculos do tamanho do público.

Além de quebrar a tradição de ser realizada no domingo, a parada enfrentou outras dificuldades, como o medo de algumas caravanas do interior e de fora do Estado por causa do clima de medo criado na cidade com os ataques da facção criminosa PCC no mês de maio. Mas os hotéis localizados em regiões de forte presença homossexual, como República e Jardins, registraram forte procura e estão lotados.

Prefeitura e restrições

A prefeitura também foi alvo de polêmica com a APOGLBT (Associação da Parada do Orgulho GLBT), responsável pelo evento. A CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) cobra uma taxa de R$ 83 mil para trabalhar no evento, e a ONG diz que não tem como pagar.

Há ainda as restrições acertadas entre a ONG e a prefeitura, após protestos de moradores da região. A Paulista tem de estar livre antes das 20h. Caso contrário, organizadores serão multados em R$ 30 mil. As estações do metrô, que funcionam normalmente durante o evento, precisam ser protegidas de atos de vandalismo.

A mudança do dia da parada é vista como uma "prova de fogo" para militantes e líderes do movimento gay na maior cidade do país: o balanço final do evento neste sábado será fundamental na busca por patrocinadores e apoiadores nos próximos anos. O local da parada de 2007 ainda é incerto. Houve um acerto de que não será mais na Paulista, mas os organizadores prometem negociar, a fim de evitar a quebra de outra tradição.

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