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17/07/2006
-
13h22
da Folha Online
Joãosinho Trinta, 72, permanece internado no hospital Pró-Cardíaco, em Botafogo (Rio). Ele encontra-se acordado e respira com o auxílio de aparelhos.
O carnavalesco foi levado ao hospital após uma crise convulsiva na noite de terça-feira (11). De acordo com a assessoria de imprensa do hospital, ele se recupera de um quadro de infecção pulmonar. Seu estado é clinicamente estável e não houve novas crises convulsivas. A alimentação é feita por meio de sonda.
Logo após sua internação, o carnavalesco teve de ser submetido a uma traqueostomia (intervenção cirúrgica que consiste na abertura de um orifício na traquéia e na colocação de uma cânula para a passagem de ar).
Artista plástico, cenógrafo, bailarino
Nascido em 1933 em São Luís (MA), João Clemente Jorge Trinta é carnavalesco, artista plástico, cenógrafo e bailarino. Saiu de sua cidade natal aos 18 anos, quando foi para o Rio de Janeiro. Cinco anos depois, passou a integrar o Balé do Teatro Municipal do Rio. Amigo do poeta Ferreira Gullar, dividiu com o conterrâneo um apartamento no Catete.
Sua história com o Carnaval começou em 1963, quando ajudou o carnavalesco Arlindo Rodrigues com o enredo "Xica da Silva", para a Acadêmicos do Salgueiro (samba-enredo de Anescarzinho do Salgueiro e Noel Rosa de Oliveira). A escola foi campeã.
Mas Joãosinho, criador dos grandes carros alegóricos, só assinaria como carnavalesco em 1974, também para o Salgueiro. A partir daí, seguiu uma carreira de sucessos e polêmicas.
Em 1989, a Beija Flor de Nilópolis, então sob o comando do carnavalesco, foi impedida de desfilar com a imagem de um Cristo mendigo dentro do enredo "Ratos e Urubus, Larguem Minha Fantasia". Para burlar a proibição e ao mesmo tempo criticar a igreja, Joãosinho envolveu a estátua em plástico preto e a famosa faixa "Mesmo proibido, olhai por nós". A escola ficou em segundo lugar.
Em 2004, a escola de samba Grande Rio demitiu o carnavalesco horas antes da apuração oficial, alegando insatisfação com a concepção do enredo "Vamos Vestir a Camisinha, Meu Amor...". Segundo a Grande Rio, a idéia da escola era realizar um desfile para a conscientização do uso da camisinha e do perigo das doenças sexualmente transmissíveis.
No entanto, a escola voltou-se para um tema mais sexual e tentou levar para a avenida carros alegóricos que reproduziam imagens do "Kama Sutra" (manual indiano de posições sexuais). Dois carros com cenas de sexo foram encobertos, por recomendação da Promotoria de Infância e Juventude de Duque de Caxias (região metropolitana do Rio). A escola classificou-se em 10º lugar.
Joãosinho se afastou dos bastidores do Carnaval nesse mesmo ano, em novembro, devido ao um derrame (ou AVC, acidente vascular cerebral). Mas não abandonou a festa. No Carnaval deste ano, desfilou na ala de cadeirantes da Vila Isabel.
Especial
Leia o que já foi publicado sobre Joãosinho Trinta
Joãosinho Trinta permanece acordado e respira por aparelhos
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Joãosinho Trinta, 72, permanece internado no hospital Pró-Cardíaco, em Botafogo (Rio). Ele encontra-se acordado e respira com o auxílio de aparelhos.
O carnavalesco foi levado ao hospital após uma crise convulsiva na noite de terça-feira (11). De acordo com a assessoria de imprensa do hospital, ele se recupera de um quadro de infecção pulmonar. Seu estado é clinicamente estável e não houve novas crises convulsivas. A alimentação é feita por meio de sonda.
Folha Imagem |
Joãosinho Trinta sofreu um derrame em 2004 |
Artista plástico, cenógrafo, bailarino
Nascido em 1933 em São Luís (MA), João Clemente Jorge Trinta é carnavalesco, artista plástico, cenógrafo e bailarino. Saiu de sua cidade natal aos 18 anos, quando foi para o Rio de Janeiro. Cinco anos depois, passou a integrar o Balé do Teatro Municipal do Rio. Amigo do poeta Ferreira Gullar, dividiu com o conterrâneo um apartamento no Catete.
Sua história com o Carnaval começou em 1963, quando ajudou o carnavalesco Arlindo Rodrigues com o enredo "Xica da Silva", para a Acadêmicos do Salgueiro (samba-enredo de Anescarzinho do Salgueiro e Noel Rosa de Oliveira). A escola foi campeã.
Mas Joãosinho, criador dos grandes carros alegóricos, só assinaria como carnavalesco em 1974, também para o Salgueiro. A partir daí, seguiu uma carreira de sucessos e polêmicas.
Em 1989, a Beija Flor de Nilópolis, então sob o comando do carnavalesco, foi impedida de desfilar com a imagem de um Cristo mendigo dentro do enredo "Ratos e Urubus, Larguem Minha Fantasia". Para burlar a proibição e ao mesmo tempo criticar a igreja, Joãosinho envolveu a estátua em plástico preto e a famosa faixa "Mesmo proibido, olhai por nós". A escola ficou em segundo lugar.
Em 2004, a escola de samba Grande Rio demitiu o carnavalesco horas antes da apuração oficial, alegando insatisfação com a concepção do enredo "Vamos Vestir a Camisinha, Meu Amor...". Segundo a Grande Rio, a idéia da escola era realizar um desfile para a conscientização do uso da camisinha e do perigo das doenças sexualmente transmissíveis.
No entanto, a escola voltou-se para um tema mais sexual e tentou levar para a avenida carros alegóricos que reproduziam imagens do "Kama Sutra" (manual indiano de posições sexuais). Dois carros com cenas de sexo foram encobertos, por recomendação da Promotoria de Infância e Juventude de Duque de Caxias (região metropolitana do Rio). A escola classificou-se em 10º lugar.
Joãosinho se afastou dos bastidores do Carnaval nesse mesmo ano, em novembro, devido ao um derrame (ou AVC, acidente vascular cerebral). Mas não abandonou a festa. No Carnaval deste ano, desfilou na ala de cadeirantes da Vila Isabel.
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