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19/07/2006 - 13h22

Museu de Allende ocupa ex-sede da polícia secreta de Pinochet

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da Efe, em Santiago do Chile

Após 35 anos do fim do sonho do presidente Salvador Allende, de que todos os chilenos tivessem acesso à arte, a nova sede do Museu da Solidariedade foi inaugurada nesta quarta-feira, ocupando um antigo casarão onde funcionou a polícia secreta do ditador Augusto Pinochet.

"Os grandes sonhos não morrem e as grandes obras nascem a partir deles", afirmou Isabel Allende, filha do presidente derrubado em 1973. O museu vai exibir mais de 80 obras, de um acervo de 2.500.

Isabel Allende lembrou que o Museu da Solidariedade Salvador Allende (MSSA) nasceu em 1971 como uma homenagem de artistas de todo o mundo ao então presidente. Após o golpe militar, a maioria das 700 obras doadas na época se viu confinada aos porões do Museu de Arte Contemporânea, onde permaneceu até a volta da democracia, em 1990.

"Esta casa, que no passado foi o quartel da Central Nacional de Informação (CNI) hoje lava suas feridas com a beleza da arte solidária, que ao mesmo tempo servirá de lembrança para não voltarmos a cometer os horrores do passado", ressaltou a deputada socialista.

"Este museu não só vai abrigar uma das coleções de arte contemporânea mais importante do mundo, mas também a memória de Salvador Allende, sua obra, seu pensamento e seus sonhos, presentes para as novas e as antigas gerações", acrescentou.

Allende agradeceu também a colaboração de agências e governos de vários países, como Brasil, Espanha, França e Suécia.

O museu, que no centro de Santiago, abrigou durante a ditadura de Pinochet (1973-1990) a CNI, órgão da repressão que a partir de 1978 substituiu a Direção de Inteligência Nacional (Dina).

O velho casarão, restaurado e adaptado para abrigar as coleções dos anos 50 a 80, reúne pinturas, gravuras, esculturas, desenhos, tapeçarias e fotografias de artistas como os americanos Frank Stella e Alexander Carder, os espanhóis Joan Miró, Pablo Picasso e Antoni Tápies, o argentino Antonio Berni, o cubano Wilfredo Lam, o uruguaio Pedro Figari e o chileno Roberto Matta, entre outros.

Além das obras de arte, exibe uma instalação com imagens e discursos do presidente Allende, assim como equipamentos da Polícia secreta de Pinochet, que foram descobertos durante as obrtas na nova sede.

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