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26/07/2006 - 09h26

MAM recebe nova coleção de arte brasileira

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MARIO GIOIA
da Folha de S.Paulo

Um conjunto de 150 obras agrupadas sob um viés afetivo. Uma síntese representativa das artes plásticas brasileiras dos anos 80 e 90. Esses dois eixos podem ser observados na exposição "Sem Título, 2006. Comodato Eduardo Brandão e Jan Fjeld", que é aberta hoje para convidados (amanhã para público) no MAM (Museu de Arte Moderna) de São Paulo.

A mostra serve como cartão de visitas para o oficialização do comodato de três anos de Brandão e Fjeld com o museu. O recorte feito dentro da coleção deles --com cerca de 300 trabalhos-- foi pensado pelos curadores Andrés Hernández e Carolina Soares.

"Houve a preocupação de selecionar apenas artistas que já tivessem obras adquiridas pelo MAM, para que o museu ofereça ao público um acervo mais numeroso", diz Brandão, que faz parte da diretoria da instituição e é um dos sócios da galeria Vermelho.

Leonilson (1957-1993) e Geraldo de Barros (1923-1998) são os artistas com mais obras na mostra -21 e 13, respectivamente. "Como o MAM tem uma boa coleção de Leonilson, decidimos doar três trabalhos dele ao museu", afirma Brandão, destacando que "Ninguém Tinha Visto" (1988), acrílica sobre madeira, é importante por ser uma rara peça de Leonilson feita nesse material.

"Adoraria ficar com essas obras, mas achei que poderia suprir essas lacunas no acervo do museu", confessa. As três obras são inéditas.

Já a série "Sobras", de Geraldo de Barros, foi incorporada de uma forma menos afetiva que o restante dos trabalhos. "Ajudei a financiar a tiragem dessa última série do Geraldo, a pedido de uma de suas filhas, a Fabiana", conta ele. "Considero Geraldo um mestre, assim como a Claudia Andujar, de quem também tenho fotos."

Brandão iniciou sua coleção em 1987 e começou pouco a pouco a aumentá-la em parte como pagamento das fotografias que os próprios artistas encomendavam a ele. Também incrementou-a recebendo de presente alguns trabalhos, assim como adquiriu uma ou outra obra que admirava.

"Por isso é impossível que a coleção não tenha um componente afetivo muito forte. Você convive com os artistas, faz amizade com eles, fica horas no ateliê, viaja junto. É um recorte artístico da época completamente emocional, mas tem um lado documental, já que fotografei muitos dos trabalhos."

Curadoria

A curadora Carolina Soares diz que agrupou as obras de forma a manter o maior diálogo possível entre elas, ampliando os espaços e evitando a compartimentação em "salinhas".

"Existem diversos elementos que são típicos da produção da época. Poéticas íntimas, como as dos bordados de Leonilson e "O Coração", de Mônica Nador, são um exemplo. Também há muita apropriação, como a de figuras que lembram HQs, como em tela de Sérgio Romagnolo, ou modelos mais clássicos, como Davi, presente em fotografia de Odires Mlászho", explica a curadora.

Brandão, admirador do colecionador Gilberto Chateaubriand --que tem comodato com o MAM do Rio--, acaba por definir sua coleção como um "diário de amizades, algo caótico, no bom sentido".

Especial
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