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26/07/2006 - 10h33

Museus dos EUA atrasam busca por obras roubadas por nazistas

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da Efe, em Nova York

A organização judaica Claims Conference calcula que nos museus americanos existem cerca de 140 mil obras de arte que podem ter vindo do espólio nazista. A instituição também lamentou o limitado esforço destas instituições em regularizar a situação das peças.

As opiniões estão contidas em um estudo publicado nesta quarta-feira pela organização, criada após a Segunda Guerra Mundial para restituir propriedades às famílias judaicas vítimas do Holocausto, em associação com a World Jewish Restitution Organization.

O relatório, elaborado a partir de um questionário enviado em fevereiro a 332 museus dos Estados Unidos, conclui que estas instituições não realizaram investigações suficientes para determinar se em suas coleções há obras que podem ter sido roubadas pelos nazistas das vítimas do Holocausto.

Do total de museus contatados, 214 responderam o questionário de 28 perguntas que cobria aspectos como o orçamento e número de empregados atribuídos para a realização de tais avaliações.

Destes, 114 museus responderam que estão investigando ativamente a procedência das obras de suas coleções, enquanto os outros 100 disseram que não estavam realizando este trabalho ou não colheram informações suficientes ou conclusivas.

Segundo as diretrizes internacionais estabelecidas em 1999, que estipulam que os museus analisem a procedência de obras que podem ter sido roubadas pelos nazistas, estas devem ter sido criadas antes de 1946 e adquiridas pelas instituições após 1932.

Além disso, devem ter mudado de dono entre 1932 e 1946 e ter permanecido em alguma coleção da Europa entre essas datas.

A pesquisa aponta que dos 114 museus que investigam a procedência de obras com estas características, 52% terminaram as avaliações em menos da metade de suas coleções, enquanto 33% não reuniram informações detalhadas sobre seus avanços.

"Ainda resta muita coisa a ser feita. É decepcionante que alguns museus não tenham respondido à pesquisa", disse Gideon Taylor, vice-presidente executivo da Claims Conference, em entrevista coletiva.

Taylor acrescentou que apenas 18 mil das 140 mil obras declaradas pelos museus que podem ter sido roubadas pelos nazistas foram integralmente investigadas e estão listadas no site www.nepip.org.

"Não estamos dizendo que os museus não se importam. Houve progressos, mas ainda resta um longo caminho a percorrer. Reconhecemos que investigar a procedência de obras de arte não é fácil, pois requer tempo e dinheiro", disse Taylor.

O relatório também determinou que apenas um terço dos museus que estão avaliando a origem das obras relevantes destinou um orçamento específico para isso, e que boa parte das investigações se concentrou nas coleções de pinturas e esculturas, e raramente nas de desenhos e gravuras.

Está incluída no estudo uma lista dos 25 museus mais importantes dos EUA e sua resposta ao pedido de informação da Claims Conference. A lista indica que museus com coleções relevantes como o Guggenheim de Nova York, o J. Paul Getty, de Los Angeles, e o Museu de Arte Moderna de San Francisco não responderam a pesquisa a tempo.

Taylor indicou que o próximo passo, além de continuar supervisionando os avanços dos museus no assunto, é acompanhar a procedência de obras relevantes que poderiam estar nas mãos de casas de leilões, galerias e coleções privadas.

Além disso, a Claims Conference apresentará os resultados da pesquisa a um comitê do Congresso dos EUA nesta quinta-feira. "Devemos obter informações completas e rapidamente, porque a geração sobrevivente do Holocausto está envelhecendo. Esta poderia ser sua última oportunidade de voltar a se conectar com seu passado", comentou Taylor.

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