Saltar para o conteúdo principal

Publicidade

Publicidade

 
 
  Siga a Folha de S.Paulo no Twitter
27/07/2006 - 09h59

Evento multimídia em SP explora a live-image

Publicidade

ADRIANA FERREIRA SILVA
da Folha de S.Paulo

Está se consolidando em São Paulo um minicircuito de live-images, as performances em que artistas plásticos, músicos, VJs etc. manipulam imagem e som ao vivo. Além de festas undergrounds e festivais como o Skol Beats, o instituto Itaú Cultural realiza a segunda edição do "On-Off - Experiências em Live Image", evento que ocorre de sexta a domingo e integra a exposição "Emoção Art.ficial".

O "On-Off" começa com o Chelpa Ferro, grupo formado por bambas na arte de criar ambientes em que sons estranhos envolvem o público em experiências sinestésicas. Nessa apresentação, Luiz Zerbini e Sergio Mekler tocam uma parafernália de instrumentos convencionais e outros feitos com objetos do cotidiano, como uma batedeira, ao mesmo tempo em que editam imagens com "apelo sonoro".

"Fazemos a intersecção entre as artes plásticas e a música, sempre explorando a experiência sensorial múltipla", define o produtor Julio Callado, 25, sobre o trabalho do grupo, que já levou suas instalações para as bienais de Veneza (Itália), São Paulo e Havana (Cuba).

O ensaio mescla trabalhos anteriores do Chelpa com imagens criadas especialmente para a ocasião. "É um show experimental. Trabalhamos com a improvisação e com padrões rítmicos gerados pelo acaso", afirma Callado.

A crueldade e o erotismo são os temas do espetáculo multimídia que a artista Rachel Rosalen apresenta no sábado, acompanhada pela atriz e MC Paula Pretta e pelo compositor de música eletroacústica Wilson Sukorski.

Inspirada em textos de Bertolt Brecht e Georges Bataille, entre outros, Rosalen mostra uma versão ampliada de "Ensaio sobre a Crueldade ou o Encontro do Sr. Fatzer com a Rainha de Copas", que estreou em 2005, no MIS.

"O que vai acontecer na performance é único. Improviso a partir de um banco de imagens e de sons", explica Rosalen, 35. "Eu poderia editar um vídeo, mas não seria a mesma coisa. Nada substitui a tensão, o prazer e a situação de risco de uma performance ao vivo, e isso me interessa para potencializar o que quero dizer."

Um dos percursores das live-images no Brasil, o artista do vídeo Luiz Duva encerra o evento no domingo mostrando a "peça audiovisual" "Suspensão nº 1", na qual mistura imagens e sons pré-gravados de um salto com cenas dele próprio pulando -tudo manipulado ao vivo.

A idéia, explica ele, é fazer o contraponto entre a impossibilidade de um corpo se manter no ar com o fato dessa ação ser possível no virtual. "A suspensão se dá nas imagens", define Duva, 41. Como nos trabalhos do Chelpa Ferro e de Rachel Rosalen, o de Duva também é marcado pelo improviso. "Posso fazer muitas e muitas vezes e sempre será melhor", explica. "O primeiro dia será um ensaio aberto." "Suspensão nº 1" é a primeira fase da criação de sua "partitura audiovisual", projeto que Duva está desenvolvendo para o Prêmio Sérgio Motta e que terá a versão integral exibida numa exposição no museu alemão ZKM, em setembro deste ano.

"Em novas mídias, o cara trabalha com um software e, depois de três anos, não tem mais como mostrar porque o software não existe mais. Então a tentativa é adaptar essa peça para que ela possa ser interpretada por qualquer pessoa em qualquer momento", diz ele.

On-Off - Experiências em Live Images
Quando: sex. a dom., às 19h30
Onde: Itaú Cultural (av. Paulista, 149, Paraíso, tel. 0/xx/11 2168-1776)
Quanto: grátis

Especial
  • Leia o que já foi publicado sobre arte digital
  •  

    Publicidade

    Publicidade

    Publicidade


    Voltar ao topo da página