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08/08/2006
-
12h11
da Efe, em Washington
"Me ouça rugir, sou um homem" é a frase inicial de um anúncio televisivo de sanduíches nos Estados Unidos e também o reflexo de uma nova tendência da publicidade de celebrar uma masculinidade cheia de testosterona.
Anúncios como o do homem que ruge, da Burger King, ou o protagonizado pelo veterano ator Burt Reynolds e seus musculosos companheiros "da mesa quadrada", que discutem as leis que regem o mundo masculino entre goles de cerveja Miller, foram alguns dos que mais fizeram sucesso nos últimos meses. Entre essas leis, vale ressaltar, está a que dita quanto tempo se deve esperar antes de ir para a cama com a ex-namorada de um amigo.
Os fabricantes do carro Hummer também convocam os homens, mais especificamente aqueles que fazem compras em supermercados, a deixarem de tolices e a recuperarem a "virilidade".
Literatura
Na área editorial, o sucesso do verão americano é uma corrente literária que defende os excessos alcoólicos e sexuais e que conta, entre suas obras, com figuras como Tucker Max, autor do best-seller "I Hope They Serve Beer in Hell" ("Espero que sirvam cerveja no inferno") e cujo site já passou dos 200 milhões de visitas.
George Ouzounian e seu bem-sucedido "Alphabet of Manliness" ("Alfabeto da Masculinidade") é outro do gênero, assim como Frank Kelly e seu "The Modern Drunkard" ("O Bêbado Moderno").
Já no mundo acadêmico, Harvey Mansfield, professor da famosa Universidade de Harvard, lançou neste ano "Manliness" ('Masculinidade"), na qual convida o gênero masculino a reafirmar seu poder e identidade. Mansfield diz que os homens precisam recuperar velhas virtudes, como a firmeza de caráter e a segurança em si mesmos, e não devem ter medo de fazer uso delas em público. O acadêmico afirma que a maior parte das mulheres prefere este tipo de atitude.
Crise
Para Rose Cameron, vice-presidente da agência de publicidade Leo Burnett, o fenômeno demonstra a crise de identidade masculina. "O que vemos agora é a busca de uma nova definição do que significa ser homem", declarou. Cameron acrescentou que "a era pós-industrial e o feminismo jogaram por terra o papel tradicional do homem".
Trata-se de uma "crise mundial", segundo a executiva, que afirma que os estudos globais realizados por sua agência mostram três padrões típicos de comportamento masculino.
O primeiro grupo define sua identidade em função da mulher: "são os 'metrossexuais', homens sensíveis que se preocupam com a moda e a estética". Uma segunda categoria abrange os que definem sua identidade em função de "um papel mais amplo", como a família e o trabalho. O terceiro grupo, e o mais ruidoso, é formado pelos retrossexuais, que são definidos em oposição direta à mulher.
A este tipo de homem são dirigidos anúncios como o "Manthem", da Burger King, no qual o protagonista, um jovem faminto que fica ofendido com a minúscula porção servida para ele em um restaurante, deixa sua namorada horrorizada ao gritar: "Me ouça rugir, sou um homem!".
Em seguida, ele consegue o que quer: um Texas Double Whopper. Com o sanduíche nas mãos ele vai para a rua, onde uma legião de homens o acompanha, levando cartazes que proclamam sua virilidade.
Cameron diz que o fenômeno recebe muita atenção, porém insiste que esta é uma minoria e o que se vê cada vez mais são homens comprometidos com sua família e que assumem tarefas tradicionalmente atribuídas à mulher.
Timothy Shary, um analista de cinema da Universidade Clark (Massachusetts) diz que Hollywood ainda não aderiu à moda do "macho man". "Nos últimos cinco ou dez anos, Hollywood trocou os atores fortes fisicamente, um tanto brutais e reprimidos emocionalmente, por outros mais sensíveis, capazes de expressar suas emoções", disse à Shary, para quem, agora, acontecerá um retorno ao padrão antigo.
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"Me ouça rugir, sou um homem" é a frase inicial de um anúncio televisivo de sanduíches nos Estados Unidos e também o reflexo de uma nova tendência da publicidade de celebrar uma masculinidade cheia de testosterona.
Anúncios como o do homem que ruge, da Burger King, ou o protagonizado pelo veterano ator Burt Reynolds e seus musculosos companheiros "da mesa quadrada", que discutem as leis que regem o mundo masculino entre goles de cerveja Miller, foram alguns dos que mais fizeram sucesso nos últimos meses. Entre essas leis, vale ressaltar, está a que dita quanto tempo se deve esperar antes de ir para a cama com a ex-namorada de um amigo.
Os fabricantes do carro Hummer também convocam os homens, mais especificamente aqueles que fazem compras em supermercados, a deixarem de tolices e a recuperarem a "virilidade".
Literatura
Na área editorial, o sucesso do verão americano é uma corrente literária que defende os excessos alcoólicos e sexuais e que conta, entre suas obras, com figuras como Tucker Max, autor do best-seller "I Hope They Serve Beer in Hell" ("Espero que sirvam cerveja no inferno") e cujo site já passou dos 200 milhões de visitas.
George Ouzounian e seu bem-sucedido "Alphabet of Manliness" ("Alfabeto da Masculinidade") é outro do gênero, assim como Frank Kelly e seu "The Modern Drunkard" ("O Bêbado Moderno").
Já no mundo acadêmico, Harvey Mansfield, professor da famosa Universidade de Harvard, lançou neste ano "Manliness" ('Masculinidade"), na qual convida o gênero masculino a reafirmar seu poder e identidade. Mansfield diz que os homens precisam recuperar velhas virtudes, como a firmeza de caráter e a segurança em si mesmos, e não devem ter medo de fazer uso delas em público. O acadêmico afirma que a maior parte das mulheres prefere este tipo de atitude.
Crise
Para Rose Cameron, vice-presidente da agência de publicidade Leo Burnett, o fenômeno demonstra a crise de identidade masculina. "O que vemos agora é a busca de uma nova definição do que significa ser homem", declarou. Cameron acrescentou que "a era pós-industrial e o feminismo jogaram por terra o papel tradicional do homem".
Trata-se de uma "crise mundial", segundo a executiva, que afirma que os estudos globais realizados por sua agência mostram três padrões típicos de comportamento masculino.
O primeiro grupo define sua identidade em função da mulher: "são os 'metrossexuais', homens sensíveis que se preocupam com a moda e a estética". Uma segunda categoria abrange os que definem sua identidade em função de "um papel mais amplo", como a família e o trabalho. O terceiro grupo, e o mais ruidoso, é formado pelos retrossexuais, que são definidos em oposição direta à mulher.
A este tipo de homem são dirigidos anúncios como o "Manthem", da Burger King, no qual o protagonista, um jovem faminto que fica ofendido com a minúscula porção servida para ele em um restaurante, deixa sua namorada horrorizada ao gritar: "Me ouça rugir, sou um homem!".
Em seguida, ele consegue o que quer: um Texas Double Whopper. Com o sanduíche nas mãos ele vai para a rua, onde uma legião de homens o acompanha, levando cartazes que proclamam sua virilidade.
Cameron diz que o fenômeno recebe muita atenção, porém insiste que esta é uma minoria e o que se vê cada vez mais são homens comprometidos com sua família e que assumem tarefas tradicionalmente atribuídas à mulher.
Timothy Shary, um analista de cinema da Universidade Clark (Massachusetts) diz que Hollywood ainda não aderiu à moda do "macho man". "Nos últimos cinco ou dez anos, Hollywood trocou os atores fortes fisicamente, um tanto brutais e reprimidos emocionalmente, por outros mais sensíveis, capazes de expressar suas emoções", disse à Shary, para quem, agora, acontecerá um retorno ao padrão antigo.
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