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17/08/2006
-
20h36
SÉRGIO RIPARDO
Editor de Ilustrada da Folha Online
Onde estão as crianças? Na Grande São Paulo, talvez diante da televisão vendo desenhos de pingüins da TV Cultura. Os tempos são outros. Na infância dos trintões, a mania era ver Xuxa no "Clube da Criança" (1983) na extinta TV Manchete, e depois na Globo, ou cantar com Jairzinho, Simony, Mike, Tob e Fofão no "Balão Mágico" (1983-1986) ou com a Vovó Mafalda no "Programa do Bozo" (anos 80). Agora, chega de musas, prodígios e palhaços.
Na primeira semana deste mês, o ibope das cinco atrações infantis da TV Cultura superou a audiência dos programas da Rede TV!, emissora que aposta em formatos pouco (ou nada) educativos, como telebarraco ("SuperPop"), deboche ("Pânico") e fofocas de celebridades ("TV Fama").
As "armas" da Cultura são programas como "Cyberchase", "Camundongos Aventureiros", "Castelo Rá Tim Bum", Os Sete Monstrinhos", "Zoboomafoo", "Timothy Vai à Escola", "Pingu", "Escola dos Monstros", "Cocoricó" e "Viva Pitágoras".
Dificilmente, publicações especializadas em TV e celebridades já falaram sobre essas atrações, pois as estrelas desses programas não posam em revistas de nudez, não freqüentam festas exibidas por Amaury Jr ou eventos organizados por Alicinha Cavalcanti, não trocam de namorados nem se envolvem em baixarias.
Para a garotada fã da TV Cultura, nada é mais importante do que os ensinamentos de pingüins como Pitá e Gorá, da série "Viva Pitágoras, ou o desenho "Pingu". Para os adultos, a última vez que essas aves roliças e desengonçadas chamaram atenção foi no ano passado, quando o documentário francês "A Marcha dos Pingüins" virou febre em todo o mundo.
Com as crianças cada vez mais ligadas na internet e em outras formas de diversão, como games e desenhos japoneses, a vitória dos pingüins da Cultura no ibope dá um fiapo de esperança de que vale a pena investir em produções educativas e obter audiência, sem subestimar a inteligência das crianças. Isso pode ajudar a desfazer o mito de que programas infantis, fora do formato "apresentadora saracoteante", são chatos e sem graça.
Os dados do Ibope não poderiam surgir em momento mais significativo. Neste ano, a "rainha dos baixinhos" completa 20 anos de carreira na Globo. Xuxa não reina mais absoluta na audiência, pois chega a perder a liderança no ranking da audiência, ficando em segundo lugar. Seu programa ainda dá ibope de dois dígitos (na casa dos dez pontos), o que torna remota a hipótese de a Globo colocar a apresentadora na geladeira.
Com a fissura dos pequenos pelas aventuras de atrações com aves, só falta Xuxa imitar um antigo sucesso da dupla de humoristas Heloísa Périssé e e Ingrid Guimarães, que vestidas de pinto (Heloísa) e pingüim (Ingrid) arrancam gargalhadas de crianças e adultos.
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Editor de Ilustrada da Folha Online
Onde estão as crianças? Na Grande São Paulo, talvez diante da televisão vendo desenhos de pingüins da TV Cultura. Os tempos são outros. Na infância dos trintões, a mania era ver Xuxa no "Clube da Criança" (1983) na extinta TV Manchete, e depois na Globo, ou cantar com Jairzinho, Simony, Mike, Tob e Fofão no "Balão Mágico" (1983-1986) ou com a Vovó Mafalda no "Programa do Bozo" (anos 80). Agora, chega de musas, prodígios e palhaços.
Na primeira semana deste mês, o ibope das cinco atrações infantis da TV Cultura superou a audiência dos programas da Rede TV!, emissora que aposta em formatos pouco (ou nada) educativos, como telebarraco ("SuperPop"), deboche ("Pânico") e fofocas de celebridades ("TV Fama").
Divulgação |
Pitá e Gorá, do "Viva Pitágoras, e Pingu são novas estrelas do universo infantil na TV |
Dificilmente, publicações especializadas em TV e celebridades já falaram sobre essas atrações, pois as estrelas desses programas não posam em revistas de nudez, não freqüentam festas exibidas por Amaury Jr ou eventos organizados por Alicinha Cavalcanti, não trocam de namorados nem se envolvem em baixarias.
Para a garotada fã da TV Cultura, nada é mais importante do que os ensinamentos de pingüins como Pitá e Gorá, da série "Viva Pitágoras, ou o desenho "Pingu". Para os adultos, a última vez que essas aves roliças e desengonçadas chamaram atenção foi no ano passado, quando o documentário francês "A Marcha dos Pingüins" virou febre em todo o mundo.
Com as crianças cada vez mais ligadas na internet e em outras formas de diversão, como games e desenhos japoneses, a vitória dos pingüins da Cultura no ibope dá um fiapo de esperança de que vale a pena investir em produções educativas e obter audiência, sem subestimar a inteligência das crianças. Isso pode ajudar a desfazer o mito de que programas infantis, fora do formato "apresentadora saracoteante", são chatos e sem graça.
Os dados do Ibope não poderiam surgir em momento mais significativo. Neste ano, a "rainha dos baixinhos" completa 20 anos de carreira na Globo. Xuxa não reina mais absoluta na audiência, pois chega a perder a liderança no ranking da audiência, ficando em segundo lugar. Seu programa ainda dá ibope de dois dígitos (na casa dos dez pontos), o que torna remota a hipótese de a Globo colocar a apresentadora na geladeira.
Com a fissura dos pequenos pelas aventuras de atrações com aves, só falta Xuxa imitar um antigo sucesso da dupla de humoristas Heloísa Périssé e e Ingrid Guimarães, que vestidas de pinto (Heloísa) e pingüim (Ingrid) arrancam gargalhadas de crianças e adultos.
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