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08/09/2006 - 13h44

Cineasta Jules Naudet volta a 11/9 em novo documentário

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da France Presse, em Paris

Cinco anos depois de "Nova York: 11 de Setembro" e suas imagens exclusivas sobre a tragédia das Torres Gêmeas, o cineasta francês Jules Naudet volta a filmar os depoimentos dos bombeiros nova-iorquinos --muitos deles agora seus amigos. Às 8h45 de 11 de setembro de 2001, Naudet estava filmando uma operação dos bombeiros do quartel-general Lucky 7 quando um Boeing 767 sobrevoou as ruas onde estava a equipe. O cineasta voltou sua câmera para ele e capturou a única imagem do primeiro avião colidindo contra a torre norte do World Trade Center.

Então com 28 anos, Jules Naudet acompanhou os bombeiros dentro da torre norte e filmou tudo. Esse documentário, feito em conjunto com seu irmão (Gedeon Naudet) e com James Hanlon, foi exibido em dez países.

"Os vínculos que criamos nesse dia se mantiveram fortes. Voltamos ao quartel regularmente", disse à agência France Presse Jules Naudet, contatado por telefone em Nova York, onde mora. O cineasta encontra com freqüência Tony e Pfeifer, dois dos bombeiros que conheceu no meio da catástrofe.

"Saíamos de um almoço com eles há aproximadamente um ano, quando nos demos conta de que cada um reagia de forma diferente ao trauma daquele dia", contou Naudet. Entre os 20 protagonistas do 11 de Setembro entrevistados cinco anos depois, alguns estão bem, mas outros parecem "totalmente bloqueados", diz o diretor.

"Esse dia continua onipresente. Eles nos dizem: 'acordo de manhã e é 11 de setembro. O céu está azul, é 11 de setembro. Vejo um avião, é 11 de setembro...'. Mas nenhum deles evoca a catástrofe na frente dos familiares", revela o cineasta. "Só falamos desse dia entre nós", afirmou um deles.

As cicatrizes são múltiplas e se manifestam de várias maneiras. Alguns se aposentaram, sentindo-se incapazes de continuar exercendo a profissão de bombeiro. Outro diz ter se encontrado um dia em meio a um quarto em chamas e, mesmo sabendo que o local estava evacuado, continuou procurando pessoas. "Ele compreendeu que estava procurando a morte", diz Naudet.

Trezentos e quarenta e três bombeiros morreram em Nova York naquele 11 de Setembro. Naudet guarda deles uma imagem particular. "A de seu olhar na torre, com um misto de preocupação e decisão, firmes no propósito de subir e cumprir seu dever, apesar do que acontecia ao seu redor."

O novo documentário dos irmãos Naudet será exibido pela primeira vez no dia 10 de setembro pela emissora de TV francesa TF1, que o programou imediatamente depois de "Nova York: 11 de Setembro".

Especial
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