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14/09/2006
-
10h12
EDUARDO SIMÕES
da Folha de S.Paulo, em Toronto
Uma adolescente de classe média, que manipula o irmão e o namorado, planeja assassinar o próprio pai. Realiza seu intento e, no funeral, até mesmo chora. Apesar das semelhanças com o caso Suzane von Richtofen, a premissa não foi tirada do noticiário brasileiro. Ela é a sinopse do filme australiano "Suburban Mayhem", em cartaz no Festival de Toronto e já programado para a 30ª Mostra de São Paulo, que acontece entre 20 de outubro e 2 de novembro.
Para o diretor do filme, Paul Goldman, no entanto, coincidências não existem. Apesar de seu filme ser baseado em um roteiro original, "Suburban Mayhem" bem poderia ser um documentário ou levar o selo "baseado em fatos reais".
"Este tipo de crime parece estar ocorrendo em todos os lugares nos últimos dez anos e até tendo um aumento", diz Goldman à Folha. ""Suburban Mayhem", por exemplo, é baseado em três histórias diferentes sobre filhos que mataram seus pais na Austrália, sempre em circunstâncias misteriosas."
A gênese de "Suburban Mayhem" surgiu do encontro da produtora Leah Churchill-Brown e da roteirista Alice Bell. Ambas tinham uma atração especial por notícias de crimes familiares. Daí veio a história de Katrina, 19, mãe solteira, cuja mãe, por sua vez, abandonou a família. Katrina vive com o pai e o irmão, com quem tem uma relação ambígua.
A trama é contada por flashbacks e "depoimentos", do namorado, de uma amiga do pai etc. Danny, o irmão, comete um crime e vai preso. E Katrina começa a planejar o assassinato do pai, com a ajuda de um dos muitos homens que ela controla por meio de sexo.
"É uma estrutura fragmentada, caleidoscópica, em que a história é contada por diferentes personagens, com perspectivas distintas. Elas refletem os próprios paradoxos da personagem", conta o diretor.
Goldman diz ainda que não queria fazer um filme moralista. Tanto que o filme deixa dúvidas no ar: de quem seria a filha de Katrina? Ela teria sofrido abuso do pai? "Há várias coisas sugeridas, mas o filme trata resumidamente de uma geração muito narcisística, que tem um sentimento de poder diante de tudo.
E que, a qualquer custo, vai buscar o que pensa ser seu." Boa parte da força do filme reside no trabalho da atriz Emily Barclay ("Um Refúgio no Passado"), numa atuação ao mesmo tempo "corajosa, engraçada e sexy", nas palavras do diretor. Barclay conta que o contraste entre seus valores e os de Katrina foi emocionalmente estressante. "Quando você lê um roteiro, tenta não julgar seu personagem e deixar de lado o que pensa. Mas eu ficava irritada e ansiosa o tempo todo. Havia algo estranho comigo, uma perturbação. Não é fácil estar na pele de Katrina."
O jornalista EDUARDO SIMÕES viajou a convite do consulado do Canadá em São Paulo
Especial
Leia o que já foi publicado sobre Paul Goldman
Leia o que já foi publicado sobre Suzane von Richtofen
Festival de Toronto exibe filme com caso Suzane australiano
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da Folha de S.Paulo, em Toronto
Uma adolescente de classe média, que manipula o irmão e o namorado, planeja assassinar o próprio pai. Realiza seu intento e, no funeral, até mesmo chora. Apesar das semelhanças com o caso Suzane von Richtofen, a premissa não foi tirada do noticiário brasileiro. Ela é a sinopse do filme australiano "Suburban Mayhem", em cartaz no Festival de Toronto e já programado para a 30ª Mostra de São Paulo, que acontece entre 20 de outubro e 2 de novembro.
Para o diretor do filme, Paul Goldman, no entanto, coincidências não existem. Apesar de seu filme ser baseado em um roteiro original, "Suburban Mayhem" bem poderia ser um documentário ou levar o selo "baseado em fatos reais".
"Este tipo de crime parece estar ocorrendo em todos os lugares nos últimos dez anos e até tendo um aumento", diz Goldman à Folha. ""Suburban Mayhem", por exemplo, é baseado em três histórias diferentes sobre filhos que mataram seus pais na Austrália, sempre em circunstâncias misteriosas."
A gênese de "Suburban Mayhem" surgiu do encontro da produtora Leah Churchill-Brown e da roteirista Alice Bell. Ambas tinham uma atração especial por notícias de crimes familiares. Daí veio a história de Katrina, 19, mãe solteira, cuja mãe, por sua vez, abandonou a família. Katrina vive com o pai e o irmão, com quem tem uma relação ambígua.
A trama é contada por flashbacks e "depoimentos", do namorado, de uma amiga do pai etc. Danny, o irmão, comete um crime e vai preso. E Katrina começa a planejar o assassinato do pai, com a ajuda de um dos muitos homens que ela controla por meio de sexo.
"É uma estrutura fragmentada, caleidoscópica, em que a história é contada por diferentes personagens, com perspectivas distintas. Elas refletem os próprios paradoxos da personagem", conta o diretor.
Goldman diz ainda que não queria fazer um filme moralista. Tanto que o filme deixa dúvidas no ar: de quem seria a filha de Katrina? Ela teria sofrido abuso do pai? "Há várias coisas sugeridas, mas o filme trata resumidamente de uma geração muito narcisística, que tem um sentimento de poder diante de tudo.
E que, a qualquer custo, vai buscar o que pensa ser seu." Boa parte da força do filme reside no trabalho da atriz Emily Barclay ("Um Refúgio no Passado"), numa atuação ao mesmo tempo "corajosa, engraçada e sexy", nas palavras do diretor. Barclay conta que o contraste entre seus valores e os de Katrina foi emocionalmente estressante. "Quando você lê um roteiro, tenta não julgar seu personagem e deixar de lado o que pensa. Mas eu ficava irritada e ansiosa o tempo todo. Havia algo estranho comigo, uma perturbação. Não é fácil estar na pele de Katrina."
O jornalista EDUARDO SIMÕES viajou a convite do consulado do Canadá em São Paulo
Especial
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