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26/09/2006
-
10h51
GABRIELA LONGMAN
da Folha de S.Paulo
O trabalho de Nelson Leirner, 74, continua cumulativo, mantém-se crítico e segue provocante. A partir de hoje, sua nova instalação, "A Lot(e)", recria o mundo contemporâneo com papas, "mickeys", bichos de zoológico, iemanjás, super-heróis japoneses, um desfilar de mais de mil ícones, numa instalação que ocupa a sala principal da galeria Brito Cimino, em São Paulo.
Após a primeira visão geral, pequenos detalhes pipocam na multidão de elementos agrupados. Bonecos armados com metralhadoras dançam valsa, uma prisão de brinquedo remete a Guantánamo, "mickeys" vestidos como santos se enfileiram num altar e bolas de tênis revestidas com a bandeira americana --compradas num pet shop carioca-- se transformam em cabeças de robôs.
"Eu queria incentivar essas viagens individuais. De repente, as pessoas vão olhando e, a cada metro quadrado, descobrem uma situação. Vão se lembrando de um filme, de uma história em quadrinhos, de uma manchete de jornal", diz o artista, que há anos faz trabalhos em tom crítico sobre a simbologia e a cultura norte-americanas.
Terra e água
A instalação é dividida em áreas de terra (ícones colocados sobre uma base branca) e mar (ícones sobre fundo azul).
Em ambas, as referências são sempre das iconografias militar, religiosa e do entretenimento. Como um grande mestre-de-cerimônia, um boneco do Super-Homem introduz os visitantes. Nenhum dos objetos utilizados na instalação é propriamente produzido por Leirner. Eles são comprados no Rio onde o artista paulista mora e trabalha, ou em viagens. Lá estão, por exemplo, dezenas de bonecos do papa João Paulo 2º.
"Ainda não encontrei os de Bento 16", diz Leirner, que conta sua experiência de procurar bonecos de Hitler em uma recente ida à Alemanha: "Não existem esses bonecos. Sempre que perguntava, recebia olhares desconfiados." Em 2004, sua instalação "Auschwitz" gerou polêmica ao misturar figuras rabínicas com personagens da família Simpson.
Revisão
No segundo andar da galeria, a obra "Esporte e Cultura" (1975) remete à fase em que seu trabalho fazia alusões críticas ao regime militar brasileiro.
Mas há outra oportunidade de revisitar trabalhos e conceitos anteriores do artista. A partir do dia 3 de outubro, cinco obras de Leirner estarão na mostra "MAM na Oca", que faz parte da programação paralela à Bienal. Pertencentes ao acervo do Museu de Arte Moderna de São Paulo, "Você Faz Parte" (1990), "Paramutt"(2001), "Aprenda Colorir Gozando Gozar Colorindo" (1968-2003) e dois trabalhos da série "Construtivismo Rural" (1999) estarão expostos no parque Ibirapuera.
A LOT(E)
Quando: abertura hoje, das 19h às 23h; de ter. a sex., das 11h às 19h; sáb., das 11h às 17h; até 4/11
Onde: galeria Brito Cimino (r. Gomes de Carvalho, 842, Vila Olímpia, tel. 3842-0635)
Quanto: entrada franca
Especial
Leia o que já foi publicado sobre Nelson Leirner
Leirner expõe procissão pós-moderna em São Paulo
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da Folha de S.Paulo
O trabalho de Nelson Leirner, 74, continua cumulativo, mantém-se crítico e segue provocante. A partir de hoje, sua nova instalação, "A Lot(e)", recria o mundo contemporâneo com papas, "mickeys", bichos de zoológico, iemanjás, super-heróis japoneses, um desfilar de mais de mil ícones, numa instalação que ocupa a sala principal da galeria Brito Cimino, em São Paulo.
Após a primeira visão geral, pequenos detalhes pipocam na multidão de elementos agrupados. Bonecos armados com metralhadoras dançam valsa, uma prisão de brinquedo remete a Guantánamo, "mickeys" vestidos como santos se enfileiram num altar e bolas de tênis revestidas com a bandeira americana --compradas num pet shop carioca-- se transformam em cabeças de robôs.
"Eu queria incentivar essas viagens individuais. De repente, as pessoas vão olhando e, a cada metro quadrado, descobrem uma situação. Vão se lembrando de um filme, de uma história em quadrinhos, de uma manchete de jornal", diz o artista, que há anos faz trabalhos em tom crítico sobre a simbologia e a cultura norte-americanas.
Terra e água
A instalação é dividida em áreas de terra (ícones colocados sobre uma base branca) e mar (ícones sobre fundo azul).
Em ambas, as referências são sempre das iconografias militar, religiosa e do entretenimento. Como um grande mestre-de-cerimônia, um boneco do Super-Homem introduz os visitantes. Nenhum dos objetos utilizados na instalação é propriamente produzido por Leirner. Eles são comprados no Rio onde o artista paulista mora e trabalha, ou em viagens. Lá estão, por exemplo, dezenas de bonecos do papa João Paulo 2º.
"Ainda não encontrei os de Bento 16", diz Leirner, que conta sua experiência de procurar bonecos de Hitler em uma recente ida à Alemanha: "Não existem esses bonecos. Sempre que perguntava, recebia olhares desconfiados." Em 2004, sua instalação "Auschwitz" gerou polêmica ao misturar figuras rabínicas com personagens da família Simpson.
Revisão
No segundo andar da galeria, a obra "Esporte e Cultura" (1975) remete à fase em que seu trabalho fazia alusões críticas ao regime militar brasileiro.
Mas há outra oportunidade de revisitar trabalhos e conceitos anteriores do artista. A partir do dia 3 de outubro, cinco obras de Leirner estarão na mostra "MAM na Oca", que faz parte da programação paralela à Bienal. Pertencentes ao acervo do Museu de Arte Moderna de São Paulo, "Você Faz Parte" (1990), "Paramutt"(2001), "Aprenda Colorir Gozando Gozar Colorindo" (1968-2003) e dois trabalhos da série "Construtivismo Rural" (1999) estarão expostos no parque Ibirapuera.
A LOT(E)
Quando: abertura hoje, das 19h às 23h; de ter. a sex., das 11h às 19h; sáb., das 11h às 17h; até 4/11
Onde: galeria Brito Cimino (r. Gomes de Carvalho, 842, Vila Olímpia, tel. 3842-0635)
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