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17/11/2000 - 04h56

Susan Sontag entra para seleto clube da ficção americana

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da Folha de S.Paulo

A escritora norte-americana Susan Sontag, 67, entrou anteontem para um clube do qual autores como John Updike, Philip Roth, Thomas Pynchon e Don DeLillo exibem orgulhosamente a carteirinha.

Ela venceu a categoria ficção do National Book Award, o prêmio literário mais importante dos Estados Unidos, ao lado do Pulitzer.

Mais conhecida por seus ensaios, como "A Doença Como Metáfora" (sobre a Aids), Sontag foi premiada pelo romance "Na América", que sai no Brasil em agosto de 2001 pela editora Companhia das Letras.

"Dizer que estou perplexa é pouco", declarou a escritora após ter seu nome anunciado pelo comediante (e agora também romancista) Steve Martin, em uma cerimônia no hotel Marriott Marquis, em Nova York.

A surpresa de Sontag talvez seja justificável, uma vez que seu livro, baseado na vida da atriz polonesa do século 19 Helena Modjeska, recebeu ataques de todos os recantos do jornalismo literário americano, sendo inclusive acusado de plagiário.

O primeiro romance dela depois do aclamado "A Amante do Vulcão" foi classificado pelo "The New York Times" como "uma narrativa banal e repleta de platitudes".

O outro grande destaque da noite de premiações foi Nathaniel Philbrick. O historiador norte-americano fisgou o prêmio de não-ficção com "No Coração do Mar", que sai ainda neste mês no Brasil também pela editora Companhia das Letras.

O livro trata do episódio que inspirou Herman Melville a escrever o clássico "Moby Dick". Em 1820, o baleeiro Essex, de mais de 230 toneladas, foi atacado nas águas do Pacífico Ocidental por uma baleia cachalote enfurecida e afundou em seguida.

Os prêmios de poesia para Lucille Clifton, por uma coletânea de textos feitos entre 1988 e 2000, e de literatura juvenil para Gloria Whelan, por "Homeless Bird", completaram a noite.

O vencedor de cada uma das quatro categorias levou US$ 10 mil e a tradicional escultura de cristal que simboliza o NBA, como o prêmio, criado há 51 anos pela Fundação Nacional do Livro, é apelidado.

Seguindo outra de suas tradições, o prêmio também foi acompanhado da entrega da medalha pela colaboração às letras americanas, desta vez para o autor de ficção científica Ray Bradbury, 80, do já clássico "Fahrenheit 451".

Em seu discurso de agradecimento, o autor relembrou quando tinha 10 anos e ia até as bibliotecas escutar "as vozes silenciosas de Poe, Dickens, Verne, Burroughs e Wells". "Este prêmio veio para mim das profundezas dessas bibliotecas."
(CASSIANO ELEK MACHADO)
 

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