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11/10/2006 - 10h12

Peça no Rio marca dez anos da morte de Renato Russo

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LUIZ FERNANDO VIANNA
da Folha de S.Paulo, no Rio

"Renato Russo", a peça, estréia no Rio hoje, dia em que, há dez anos, morria na cidade Renato Russo, o cantor e compositor. A homenagem no palco do Centro Cultural Correios procura captar a atemporalidade do líder da Legião Urbana.

Uma música como "Que País É Este?", feita nos anos 70 e gravada nos 80, permanece, infelizmente, atual, e muitas outras criações de Renato Manfredini Jr. continuam comovendo pessoas da geração dele --nascido em 1960-- e das que vieram depois.

Divulgação
Bruce Gomlevsky canta sucessos do Legião
Bruce Gomlevsky canta sucessos do Legião
"A sensação que eu tenho é de que ele ruma para a eternidade. Vai passar o tempo e o que ele expressou não vai perder a força", acredita o diretor Mauro Mendonça Filho. "Nós, da família, não esperávamos isso. Afinal, dizem que este é um país sem memória.

Achávamos que, dois anos depois de morrer, ele já estaria esquecido. Mas parece que os fãs estão aumentando", diz Carmen Teresa Manfredini, 43, irmã do cantor. Carmen assistiu ao ensaio de anteontem. Disse que se emocionou e que "viu" várias vezes o irmão em Bruce Gomlevsky, ator que interpreta Russo. Mas não deixou de fazer ressalvas.

Uma delas quanto à cena em que o irmão aparece usando heroína. "Ele não se picava, porque odiava qualquer tipo de injeção", contou ela, que também disse ter ficado um tanto triste com a peça. "Ele também era alegre, jocoso. Talvez possa haver um equilíbrio", sugeriu.

Foi há dois anos que Gomlevsky decidiu que queria ser Russo no palco. Ele e a dramaturga Daniela Pereira de Carvalho iniciaram uma pesquisa que incluiu entrevistas com parentes e amigos e consultas a livros como "Renato Russo, um Trovador Solitário", do crítico de música e jornalista Arthur Dapieve --que estava esgotado e agora ganhou reedição, chegando às livrarias.

"Do texto, 70% são literais, coisas que ele disse, e 30% são liberdade nossa", calcula Daniela. "Renato Russo" é um monólogo. Gomlevsky passa duas horas em cena acompanhado apenas da banda Arte Profana. A peça começa na adolescência em Brasília, época em que ele passou dois anos numa cadeira de rodas por causa de um mal ósseo chamado epifisiólise.

"A gente chama essa época de incubadora, porque ele passou a ler muito e podia ter se fechado num gueto intelectualizado, mas canalizou tudo para criar coisas que chegassem ao coração de qualquer pessoa", diz Mendonça.

O roteiro ainda passa pela banda Aborto Elétrico, a alegria e as dores da Legião, o filho Giuliano e o assumir-se gay --ele morou no Rio com o americano Robert Scott Hickmon.

"É um musical fora dos padrões de espetáculos biográficos, porque Renato não era careta. É peça, show, tem projeções, banda ao vivo. E eu procuro, com a maior humildade possível, me aproximar dele, mas sou só um ator, não um cantor", diz Gomlevsky, que, com voz menos grave do que a de Russo, interpreta 22 músicas. Algumas delas são grandes sucessos da banda.

Três filmes relacionados ao cantor estão em pré-produção: "Religião Urbana", de Antonio Carlos da Fontoura, sobre a vida dele entre 17 e 23 anos; "Faroeste Caboclo", roteiro de Paulo Lins e direção de René Sampaio, baseado na música; e "Eduardo e Mônica", roteiro de Denise Bandeira inspirado na letra.

Renato Russo
Quando: de qui. a sáb., às 19h30; dom., às 19h; até 12/11
Onde: Centro Cultural Correios (rua Visconde de Itaboraí, 20, Rio, 0/xx/21/2253-1580)
Quanto: R$ 20

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