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Dupla Air volta em clima "paz e amor"
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BRUNO YUTAKA SAITO
editor-assistente da Ilustrada
Já fazia dois dias do anúncio da morte de Claude Lévi-Strauss, um dos mais importantes pensadores franceses do século 20, e Jean-Benoît Dunckel, do Air, nome central da música pop francesa atual, não sabia de nada.
"Ele morreu?", perguntou espantado o músico de 40 anos de idade, que falou à Folha por telefone, de Paris. "Não sabia que ele estava vivo. É que, para mim, ele tem sido parte tão sólida e fundamental da história da humanidade..." Dunckel vive no mundo da lua, sem nenhum remorso.
Luciana Val/Franco Musso/Divulgação |
O duo Air é formado por Nicolas Godin (esq.) e Jean-Benoît Dunckel; grupo lança "Love 2" |
Em 1998, ao lado de Nicolas Godin, ajudou a fazer da sempre desacreditada música francesa um item de exportação, com um álbum intitulado justamente "Moon Safari" (safári na Lua). Se a sonoridade retrô, propositalmente kitsch, é característica essencial do Air, eles acrescentam um tom "paz e amor" ao sexto álbum, "Love 2".
É um disco "quente", como diz Dunckel, em oposição a trabalhos anteriores, mais sombrios, como "10,000 Hz Legend" e "Pocket Symphony". Para quem imediatamente associa a sonoridade do Air a uma versão moderninha do muzak, do lounge ou, mais simplesmente, da música de elevador, vai levar um chacoalhão.
A melhor faixa, a instrumental "Be a Bee", por exemplo, tem uma batida rápida que remete tanto às melhores bandas do pós-punk (no estilo Joy Division) quanto ao famoso tema de James Bond. "Adoraríamos gravar uma música para algum filme da série. Mas, você sabe, não é fácil ser convidado", diz.
Cinema, aliás, é um campo constantemente visitado pelo Air. Fizeram a trilha de "Virgens Suicidas" (1999), de Sofia Coppola, e atualmente trabalham no novo longa de Sam Garbaski (de "Irina Palm"), "Quartier Lointain" (área distante). Um bom jeito para entender o universo do Air é dizer que fazem trilhas sonoras para filmes imaginários.
Se "Love 2" fosse um filme, qual seria? "Amor à Flor da Pele" [a climática história de amor sofrido do chinês Wong Kar-wai], aponta Dunckel.
Tristes trópicos
Apesar de dizer que gosta de Os Mutantes ("ouvi pela primeira vez quando tinha uns 20 anos e me pareceu algo incrivelmente novo, psicodélico"), Dunckel diz que a música "Tropical Disease" não tem nada a ver com o Brasil nem com a tropicália. "É para falar de quando você viaja para o exterior, conhece uma mulher, se apaixona e volta para casa. É como uma doença tropical."
Dunckel diz que o grupo pode vir ao Brasil em outubro, já que a agenda do Air está livre, mas não se empolga muito com a ideia. "Para falar a verdade, não me vejo no "mood" [clima] de ir ao Brasil. Minha cultura é diferente, não me vejo dançando nas ruas", diz, em tom de brincadeira. "Gostaria de me tornar um ser humano mais aberto para todas as coisas."
LOVE 2
Artista: Air
Gravadora: EMI (R$ 30, em média)
Avaliação: bom
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