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15/10/2006 - 11h56

TVs infantis dizem vetar abuso de comerciais para crianças

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LAURA MATTOS
da Folha de S.Paulo

Entre um programa educativo e outro, o Discovery Kids, cujo público alvo são as crianças em idade pré-escolar, exibe comerciais de fast food e até de livro para lidar com problemas da adolescência, como uso de drogas e tendência ao suicídio.

Na TV Rá Tim Bum, elogiados programas como "Castelo Rá-Tim-Bum" e "Cocoricó", são cortados por propaganda de bonecos da novela trash mexicana "Rebelde", do SBT.

Apesar dos exemplos, Discovery Kids, TV Rá Tim Bum e outros canais infantis dizem fazer triagem dos comerciais. São contrários a uma lei que regulamente a propaganda e apóiam a auto-regulamentação.

O Discovery Kids afirmou seguir as restrições de cada país. Em e-mail da assessoria de imprensa, disse que procura passar "mensagens positivas" e que é um dos canais infantis com menor porcentagem de anúncios para crianças.

O diretor de marketing da TV Cultura e da Rá Tim Bum, Cícero Feltrin, falou que há um controle dos comerciais. A respeito do exemplo citado, perguntou: "Quem são "Rebeldes'?". Após ser informado, respondeu que provavelmente a análise não levou em conta o conteúdo da novela, mas que analisará o caso. A Folha apurou que há na Fundação Padre Anchieta um grupo que quer o fim da publicidade para crianças na TV Rá Tim Bum e nas oito horas de programação infantil na Cultura.

Esse é o caso da TVE do Rio, que não veicula anúncios de produtos. "Se uma TV pública quer exibir propaganda, que pelos menos a programação infantil seja preservada. Do ponto de vista de nossa missão, exibir comercial infantil é gritante", afirma Beth Carmona, presidente da TVE e diretora da TV Cultura nos anos 90.

A Globo ("Sítio" e "Xuxa") enviou um parágrafo para responder a cinco questões da Folha. "A Globo considera que o Brasil é um dos países mais avançados na área de ética na publicidade, que consegue conciliar responsabilidade com liberdade de expressão, graças ao sistema de auto-regulamentação. A Globo confia no posicionamento do Conar [Conselho Nacional de Auto-Regulamentação Publicitária]."

Gilberto Leifert, presidente do Conar, diz que a entidade defende a "liberdade de expressão comercial" e que anunciantes, agências de publicidade e veículos de comunicação têm capacidade de conciliar "liberdade com responsabilidade".

Segundo ele, o Conar está monitorando os meios de comunicação e recebe reclamações pelo www.conar.org.br. "Nossa avaliação do primeiro mês de vigência das novas normas de publicidade infantil é positiva, mas sabemos que aqui e ali haverá desvios que vão exigir a intervenção do Conar."

Rafael Davini, vice-presidente de marketing da Turner do Brasil (inclui Cartoon e Boomerang) disse já ter recusado um comercial desde que as normas do Conar estão em vigor. "Mostrava uma menina virando princesa ao vestir a roupa do anúncio. Avaliamos que passava falsa promessa."

Vetos também já ocorreram no Nickelodeon, segundo Fátima Zagara, diretora sênior de vendas publicitárias. "Se percebemos que o comercial não tem como foco nosso público-alvo, se é ofensivo, enganoso e abusivo, não entra no canal."

A ABA (Associação Brasileira de Anunciantes) também endossa o Conar. "Há vários projetos de lei para a publicidade. Quando deixamos quem não tem expertise tratar do assunto, sai coisa que não é boa nem para o público. Não é função do governo regulamentar tudo na vida do cidadão", diz Ricardo Bastos, presidente da ABA e vice da Johnson & Johnson.

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