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19/10/2006 - 11h58

Filme inglês relembra Guerra das Malvinas no Festival de Roma

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da Ansa, em Roma

O filme "This Is England" de Shane Meadows, exibido ontem em concurso na Festa Internacional do Cinema de Roma, foi aplaudido pelo público do evento. A produção tem como pano de fundo a Guerra das Malvinas (1982).

O filme conta a história de um adolescente órfão desse conflito no Atlântico Sul que fica fascinado com a força dos skinheads. Aos poucos, ele percebe as idéias racistas do grupo. Assustado e enojado pela violência, decide se afastar e atirar ao mar a bandeira de São Jorge (cruz vermelha sob fundo branco), símbolo do nacionalismo britânico mais radical.

O conflito das Malvinas, que fez brotar em muitos ingleses a nostalgia pelas batalhas imperiais, é uma metáfora da guerra empreendida pelos skinheads contra a sociedade. A cega violência machista com a qual se expressam também não está muito distante da reação da então primeira-ministra Margareth Thatcher diante da presença militar argentina no arquipélago, em 1982.

"As Malvinas nos anos 80 do século passado são para o Reino Unido o que o Iraque é hoje, com a diferença de que nos damos conta mais rapidamente de quão equivocada é esta guerra", declarou o produtor do filme, Mark Herbert.

O diretor e roteirista Shane Meadows ficou conhecido com uma trilogia sobre Midlands, "Once Upon a Time in the Midlands", uma das regiões mais pobres e marginalizadas da Inglaterra, e principalmente com "Dead Man's Shoes", sobre um soldado que volta à sua cidade para se vingar dos gângsteres que brutalizaram seu irmão.

Seu novo filme se inspira em sua própria biografia. O jovem protagonista Thomas Turgoose, verdadeira revelação do filme, também usou algumas de suas vivências pessoais, como o sentimento de desamparo pela ausência do pai.

"A pura masculinidade dos skinheads associada à violência física e à extrema segurança em si mesmos não podiam deixar de me fascinar quando criança, já que substituíam a falta de uma figura masculina de referência", declarou Meadows. "O fato de ser adotado pelo grupo me fazia sentir protegido. No fundo, é o que todos sentimos com Margaret Thatcher", acrescentou.

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