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30/10/2006
-
10h16
SILVANA ARANTES
da Folha de S.Paulo
O filme "Cartola", que tem hoje sua última sessão na Mostra de São Paulo, não era sequer um projeto dos diretores Lírio Ferreira e Hilton Lacerda. Mas acabou se tornando uma obsessão da dupla, que levou oito anos para concretizá-lo.
Quando ainda saboreavam o sucesso de "Baile Perfumado" (1996), que Ferreira co-dirigiu com Paulo Caldas, e Lacerda roteirizou, o trio de pernambucanos foi convidado por um instituto cultural a desenvolver um filme em torno da biografia do carioca Angenor de Oliveira, o Cartola (1908-1980).
Até ali, Ferreira diz que conhecia o mestre da Mangueira "muito superficialmente". O projeto acabou sendo arquivado --pelo instituto. Ferreira e Lacerda seguiram adiante.
"O que nos cativou foi que mergulhamos no universo de Cartola, começamos a freqüentar a Mangueira e descobrimos a urgência e a dívida que o cinema tinha com ele", diz Ferreira.
"Cartola", o documentário, alinhava a biografia de Cartola ao panorama histórico que sua vida atravessa, desde o nascimento. "Machado de Assis morre no ano em que Cartola nasce. É a transição de uma cultura literária, acadêmica, para uma cultura também mulata, mas de traço mais popular", afirma o diretor.
Com uma extensa pesquisa de imagens de arquivo, o filme acabou sendo também um registro da história do audiovisual brasileiro. Ferreira acha interessante observar como as imagens dos carnavais dos anos 20 priorizam o centro do Rio de Janeiro e "só as pessoas brancas eram filmadas. "Na década de 40, já se filma Copacabana e, nos 60, com a bossa nova, Ipanema começa a aparecer".
Abordar um "caleidoscópio de coisas" foi a maneira que os diretores encontraram de traduzir sua pretensão "não de explicar Cartola, mas de reconstruí-lo dentro de seu tempo". Os fãs do músico, porém, terão a chance de acompanhar no filme as principais passagens da vida de Cartola narradas por quem fez parte delas. É o caso do relato de dona Zica (1913-2003) sobre eles dois.
Especial
Saiba tudo sobre a 30ª Mostra de Cinema de SP
"Cartola" resgata dívida do cinema com bamba da Mangueira
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da Folha de S.Paulo
O filme "Cartola", que tem hoje sua última sessão na Mostra de São Paulo, não era sequer um projeto dos diretores Lírio Ferreira e Hilton Lacerda. Mas acabou se tornando uma obsessão da dupla, que levou oito anos para concretizá-lo.
Quando ainda saboreavam o sucesso de "Baile Perfumado" (1996), que Ferreira co-dirigiu com Paulo Caldas, e Lacerda roteirizou, o trio de pernambucanos foi convidado por um instituto cultural a desenvolver um filme em torno da biografia do carioca Angenor de Oliveira, o Cartola (1908-1980).
Até ali, Ferreira diz que conhecia o mestre da Mangueira "muito superficialmente". O projeto acabou sendo arquivado --pelo instituto. Ferreira e Lacerda seguiram adiante.
"O que nos cativou foi que mergulhamos no universo de Cartola, começamos a freqüentar a Mangueira e descobrimos a urgência e a dívida que o cinema tinha com ele", diz Ferreira.
"Cartola", o documentário, alinhava a biografia de Cartola ao panorama histórico que sua vida atravessa, desde o nascimento. "Machado de Assis morre no ano em que Cartola nasce. É a transição de uma cultura literária, acadêmica, para uma cultura também mulata, mas de traço mais popular", afirma o diretor.
Com uma extensa pesquisa de imagens de arquivo, o filme acabou sendo também um registro da história do audiovisual brasileiro. Ferreira acha interessante observar como as imagens dos carnavais dos anos 20 priorizam o centro do Rio de Janeiro e "só as pessoas brancas eram filmadas. "Na década de 40, já se filma Copacabana e, nos 60, com a bossa nova, Ipanema começa a aparecer".
Abordar um "caleidoscópio de coisas" foi a maneira que os diretores encontraram de traduzir sua pretensão "não de explicar Cartola, mas de reconstruí-lo dentro de seu tempo". Os fãs do músico, porém, terão a chance de acompanhar no filme as principais passagens da vida de Cartola narradas por quem fez parte delas. É o caso do relato de dona Zica (1913-2003) sobre eles dois.
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