Saltar para o conteúdo principal

Publicidade

Publicidade

 
 
  Siga a Folha de S.Paulo no Twitter
09/11/2006 - 11h17

Mesmo sem Picasso, Christie's arrecada US$ 491 mi em leilão

Publicidade

ALEJANDRA VILLASMIL
da Efe, em Nova York

A retirada na última hora de uma obra de Pablo Picasso do leilão de quarta-feira à noite na Christie's não influenciou o entusiasmo dos compradores, que levaram as vendas da casa a um nível histórico. O leilão de arte moderna e impressionista da Christie's totalizou US$ 491 milhões, superando a estimativa de US$ 490 milhões e duplicando o recorde de 1990.

As vendas foram puxadas por quatro pinturas de Gustav Klimt e um óleo de Paul Gauguin. "Levamos 16 anos para chegar aqui. Foi uma venda extraordinária de começo ao fim, apesar do problema com o Picasso", disse Christopher Burge, presidente honorário da Christie's e leiloeiro da noite.

A "tragédia do Picasso" foi a retirada, a quatro horas do início do leilão, do "Retrato de Ángel Fernández de Soto", avaliada entre US$ 40 e 60 milhões. A Christie's aceitou a retirada num acordo com o atual proprietário da obra, a Fundação Andrew Lloyd Weber. O herdeiro de um antigo dono do quadro reivindica sua propriedade e abriu um processo na Justiça.

"Isso não teve impacto algum. O mercado está entendendo que a questão da restituição de obras é muito complicada, e que tem tanto um lado bom quanto um lado mau", disse o conselheiro delegado da Christie's, Edward Dolman.

A tela de Picasso não era a única do leilão ligada à espoliação de colecionadores judeus por parte de nazistas. As quatro obras de Klimt postas à venda foram restituídas neste ano a seus proprietários originais, os herdeiros de Ferdinand e Adele Bloch-Bauer, após quase dez anos de litígio.

O "Retrato de Adele Bloch-Bauer II" (1912) foi vendido a US$ 87,9 milhões, um número muito acima de seu valor estimado de US$ 60 milhões, bem acima do recorde anterior do artista austríaco, que era de US$ 29 milhões.

A pintura mostra Adele Bloch-Bauer, mulher do mecenas de Klimt, Ferdinand Bloch-Bauer, e a única modelo retratada duas vezes pelo artista, surgindo gloriosamente num colorido jardim.

As outras pinturas de Klimt, três paisagens, também foram vendidas acima do preço estimado e ficaram na lista dos dez melhores lotes da noite. "Bosque de Bétulas" (1903) chegou aos US$ 40 milhões; "Macieira I" (1912), US$ 33 milhões; e "Casas em Unterach sobre o Attersee" (1916), US$ 31 milhões.

Outros artistas que bateram recordes foram Gauguin, com a venda de sua obra "Homem com machado" (1891), por US$ 40 milhões, e o expressionista alemão Ernst Ludwig Kirchner, por "Berliner Strassenszene" (1913-1914), por US$ 38 milhões.

Outro artista austríaco, Egon Schiele, também bateu um recorde pela venda de "Einzelne Hauser" (1915), por US$ 22 milhões.

Dois Picassos ficaram entre os dez melhores do leilão: "O Tomateiro" (1944), por US$ 13 milhões, e "Femmes à fontaine" (1901), por US$ 12 milhões.

Foram vendidos 78 dos 84 lotes oferecidos (93%). Entre os compradores, 40% foram dos Estados Unidos, 41% da Europa, 4,3% da Ásia, 2,9% da América Latina, 1,4% da Rússia e 10% de outras regiões.

Especial
  • Leia o que já foi publicado sobre leilões de quadros
  •  

    Publicidade

    Publicidade

    Publicidade


    Voltar ao topo da página