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10/11/2006
-
09h04
SÉRGIO RIZZO
do Guia da Folha
O habitual cardápio de referências utilizado pelo espanhol Pedro Almodóvar inclui, em "Volver", um trecho de "Belíssima" (51), do italiano Luchino Visconti, em que Anna Magnani interpreta uma mãe decidida, custe o que custar, a transformar a filha em estrela de cinema. Homenagem a uma atriz notável mas também um elogio ao poder ilimitado do amor materno e às características peculiares dos relacionamentos entre mães e filhas.
Todo o pacote de alusões faz sentido. "Volver" é quase exclusivamente um filme de atrizes. Apenas dois ou três homens abrem a boca, e falam pouco; uma seqüência de velório apresenta, de modo significativo, um grupo deles em silêncio. O próprio elenco dá sentido particular ao "retorno" do título: é o primeiro filme de Carmen Maura com Almodóvar desde "Mulheres à Beira de um Ataque de Nervos" (88) e a volta de Penélope Cruz à Espanha depois de cinco anos de carreira internacional.
Três gerações de mulheres da mesma família, cujas raízes estão em um vilarejo de gente supersticiosa próximo a Madri, convivem: mãe (Carmen) e tia (Chus Lampreave), filhas (Penélope e Lola Dueñas) e neta (Yohana Cobo), mais uma amiga de infância que equivale a meia-irmã (Blanca Portillo). Embora o túmulo da primeira seja limpo no início do filme, quem é morta também aparece nesta crônica sobre medos, desejos e fantasmas femininos.
A trama de "Volver" tem estrutura mais simples e linear do que as de "Fale com Ela" (02) ou "Má Educação" (04), mas o encanto narrativo se alimenta justamente da concentração na personagem de Penélope, em uma ambientação que --fruto de um hipotético encontro entre um suspense de fundo falsamente sobrenatural de Alfred Hitchcock com um melodrama de Douglas Sirk-- pertence inequivocamente ao planeta Almodóvar.
Especial
Leia o que já foi publicado sobre o filme "Volver"
Leia o que já foi publicado sobre o diretor Pedro Almodóvar
Após sucesso na Mostra, "Volver" chega ao circuito comercial
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do Guia da Folha
O habitual cardápio de referências utilizado pelo espanhol Pedro Almodóvar inclui, em "Volver", um trecho de "Belíssima" (51), do italiano Luchino Visconti, em que Anna Magnani interpreta uma mãe decidida, custe o que custar, a transformar a filha em estrela de cinema. Homenagem a uma atriz notável mas também um elogio ao poder ilimitado do amor materno e às características peculiares dos relacionamentos entre mães e filhas.
Todo o pacote de alusões faz sentido. "Volver" é quase exclusivamente um filme de atrizes. Apenas dois ou três homens abrem a boca, e falam pouco; uma seqüência de velório apresenta, de modo significativo, um grupo deles em silêncio. O próprio elenco dá sentido particular ao "retorno" do título: é o primeiro filme de Carmen Maura com Almodóvar desde "Mulheres à Beira de um Ataque de Nervos" (88) e a volta de Penélope Cruz à Espanha depois de cinco anos de carreira internacional.
Três gerações de mulheres da mesma família, cujas raízes estão em um vilarejo de gente supersticiosa próximo a Madri, convivem: mãe (Carmen) e tia (Chus Lampreave), filhas (Penélope e Lola Dueñas) e neta (Yohana Cobo), mais uma amiga de infância que equivale a meia-irmã (Blanca Portillo). Embora o túmulo da primeira seja limpo no início do filme, quem é morta também aparece nesta crônica sobre medos, desejos e fantasmas femininos.
A trama de "Volver" tem estrutura mais simples e linear do que as de "Fale com Ela" (02) ou "Má Educação" (04), mas o encanto narrativo se alimenta justamente da concentração na personagem de Penélope, em uma ambientação que --fruto de um hipotético encontro entre um suspense de fundo falsamente sobrenatural de Alfred Hitchcock com um melodrama de Douglas Sirk-- pertence inequivocamente ao planeta Almodóvar.
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