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11/12/2006 - 10h09

Começa reta final para visitar a Bienal de SP, em cartaz até domingo

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GUSTAVO FIORATTI
Colaboração para a Folha de S.Paulo

A Bienal Internacional de São Paulo, no parque Ibirapuera, termina no próximo domingo. Se você deixou para visitar a megaexposição de arte na reta final, o Folhateen vai recomendar o que é imperdível nesse que é o principal evento de artes plásticas do Brasil. Três dos monitores da Bienal, Paola de Marco, 21, Débora Querido, 23, e Júlio Meiron, 24, que estão lá desde o dia 7 de outubro, dão uma força. Eles já avisam logo de cara: sexo e violência são os assuntos que mais chamam a atenção do público jovem.

Júlio, artista plástico, exemplifica: "Sexo é assunto que aparece em obras como o lote da Daspu, com roupas feitas por prostitutas; ou em "Studio Butterfly", de Virgínia Medeiros, instalação com depoimento de travestis", explica.

Já a violência é assunto da instalação de Thomas Hirschborn, precedido por cartaz com a frase: "Esta obra contém fotos de mutilação humana".

"São obras legais para introduzir a visitação, pois mesmo quem chega com resistências à Bienal acaba se abrindo depois de passar por elas", diz Paola, estudante de artes visuais.

A monitora Débora, estudante de história, destaca a intensidade com que as pessoas reagem às certas obras, como o trabalho de Virgínia Medeiros, que mostra nu frontal de travestis. "Alguns visitantes abandonaram a explicação. Mas, quando viram que a discussão foi para frente, voltaram."

Neste ano, o tema da Bienal é "Como Viver Junto". O norte dado por ele, no entanto, não é percebido por meio de peças que tratam de sexo e violência. Política por excelência, essa Bienal ainda traz trabalhos sobre problemas sociais, conflitos políticos, racismo e outros temas que merecem reflexão.

Interpretar obras, portanto, pode ser uma chance de exercitar o pensamento crítico, como fez Paulo Porto, 16, ao analisar a obra "Not Impressed by Civilization", da mexicana Minerva Cuevas, na qual um Ronald McDonald junkie anda pelas ruas de Istambul. "Tem coisa que todo mundo sabe, mas ninguém tem coragem de falar assim abertamente", diz.

Confira 5 destaques da Bienal

Este É o Mundo Disney
Se o título despertou a imagem de um lugar fantasioso e colorido, pode esquecer. Esra Ersen, autora deste trabalho, só usou a palavra Disney como contraponto ao mundo desencantado que registra em vídeo, com depoimentos de adolescentes de Istambul. Os relatos trazem problemas comuns também em São Paulo, como violência, alcoolismo, brutalidade.

"Educação Superior" --Servet Kocygit -artista nascido em Istambul, mas com residência em Amsterdã-- não brinca em serviço, ainda que suas instalações carreguem ligeiro ar jocoso. Para a Bienal, traz a foto de uma instalação com carteiras escolares empilhadas, formando uma espécie de pirâmide. Estudantes estão sentados normalmente sobre a estrutura, como se a aula transcorresse normalmente.

Linha Dupla de Trabalho
Esse é o trabalho de um artista australiano bastante jovem, com cara e jeito de skatista, chamado Shaun Gladwell, que sempre usa skate e tecnologia como suporte para seus trabalhos. "Linha Dupla de Trabalho" não foge à regra. Duas projeções em vídeo no chão onde está o trabalho reproduzem as imagens registradas por câmeras colocadas embaixo do skate em movimento.

Not Impressed by Civilization
É uma das obras mais comentadas entre adolescentes, segundo monitores da Bienal. Um Ronald McDonald meio junkie, meio barrigudo, vai andando pelas ruas da cidade do México, fazendo relatos em público sobre as condições de trabalho, os gastos com publicidade e outros detalhes da rede de fast food mais famosa do planeta. A obra, da mexicana Minerva Cuevas, é mais uma alfinetada nas grandes corporações.

Os Meninos do Morrinho
Os tais meninos do Morrinho são adolescentes que trabalham com arte e arte-educação na ONG Morrinho, da artista Paula Trope, no Rio de Janeiro. O trabalho exposto na Bienal traz auto-retratos desses meninos, à frente de maquetes montadas por eles. Preste atenção em como um artista, como faz Paula, pode se apropriar de imagens de autoria alheia, em processos colaborativos.

No Ar
Não tem como não ver o edifício de bolhas de ar feitas de plástico pelo argentino Thomas Saraceno ocupando o vão de três andares do prédio da Bienal. O público pode entrar na estrutura e escalar seus três andares (isso quando a obra não está em manutenção, como tem ocorrido com certa freqüência). É o hit dessa edição. Dependendo do movimento do dia, para entrar no trabalho é preciso pegar fila.

Especial
  • Leia o que já foi publicado sobre a Bienal Internacional de São Paulo
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