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14/12/2006 - 10h37

Chef transforma cozinha em inferno no reality "Hell's Kitchen"

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BRUNO SEGADILHA
da Folha de S.Paulo

Se você acha seu emprego estressante, pense que alguns ambientes podem se tornar um verdadeiro inferno. O nome do diabo? Gordon Ramsay, um dos maiores chefs da Inglaterra, famoso pelo seu temperamento explosivo e pelas humilhações que profere a seus discípulos na cozinha de seus restaurantes.

O purgatório? A "Hell"s Kitchen", cozinha do infernal reality show de mesmo nome, que entra na sua segunda temporada a partir de hoje, no canal pago GNT, ás 22h30.

No programa, 12 participantes de diferentes idades e profissões disputam a chance de abrir seu próprio espaço culinário e, para tanto, devem cumprir a rotina de uma cozinha de restaurante sempre supervisionados pelo irritado Ramsay.

Já no primeiro episódio na nova temporada, o chef dá uma mostra de que seu discurso deve se tornar ainda mais agressivo e virulento do que na edição passada. Assim que chegam à cozinha do Hell's Kitchen, restaurante inaugurado em Hollywood especialmente para o "reality show", Ramsay pede que os participantes preparem uma prato, em meia hora, com os ingredientes de que dispuserem, para posterior apreciação.

"Parece vômito de criança", diz, cuspindo a comida preparada por um dos aspirantes, na avaliação mais delicada do dia. A outro, pede que estenda o boné para usar de lixeira.

Cozinhas de verdade

Nas cozinhas "de verdade", o clima de vez em quando também esquenta, contam chefs de restaurantes badalados entrevistados pela Folha. "Tudo é relativo. No começo, eu achava o ambiente agressivo. No final, vi que, para a coisa andar, o chef tem que ser mais duro. Para conseguir o resultado que ele quer atingir, tem que ser desse jeito. Se o chef aceita menos que isso, não chega à perfeição", diz Renato Ades, dono do Ici Bistrô, que acredita que uma certa dose de agressividade é necessária para o bom funcionamento de qualquer restaurante.

Flávia Quaresma, chef do Carême Bistrô concorda com a idéia, mas afirma tentar se controlar para não passar da medida. "É preciso ter liderança, mas sem humilhações, não acho que isso seja produtivo. Não sei também até que ponto o programa exagera", diz.

Para o chef do Sallvattore, Hamillton Mellão, o programa reproduz fielmente o ambiente de algumas cozinhas, regidas por gênios temperamentais. "Já vi um chef famoso espetando a perna dos funcionários com um garfo e jogando panelas em cima deles. Acho que não é assim que se ganha respeito. O cliente com um mínimo de sensibilidade vai sentir essa energia na comida", afirma Mellão, que acha que tal comportamento é no fundo, um sinal de fraqueza. "Insegurança de quem não sabe ensinar nem liderar. Aí, no desespero, acabam gritando", diz.

O temperamento explosivo do chef escocês parece não ter assustado o público do canal. Segundo dados fornecidos pelo Ibope Telereport, a série ocupa o terceiro lugar no ranking dos programas mais assistidos do canal no horário nobre. Em outubro, o "reality show" foi assistido por pouco mais de meio milhão de pessoas. Ao que tudo indica, maldade e sadismo "bombam" no ibope.

Colaborou GABRIELA LONGMAN

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