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18/12/2006 - 11h51

Novo museu em Atenas vai reunir peças que estão fora da Grécia

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da Efe, em Atenas

O Novo Museu da Acrópole, em Atenas, está sendo construído com as dimensões necessárias para acolher mármores e frisos do Partenon que se encontram no Museu Britânico e de coleções provenientes de outros países.

Segundo Dimitris Pandermalis, presidente do Organismo para a Construção do Novo Museu da Acrópole, "o edifício coloca o problema das devoluções nas dimensões corretas".

Será o único museu no mundo que unificará peças importantes de um sítio arqueológico espalhadas por diversos museus ou em outros países, disse o arqueólogo.

"Não se trata de exigências nacionalistas. O museu mostra os fragmentos que estão separados e que devem se unir. O Partenon é um monumento que pertence à herança cultural universal", acrescentou.

O projeto foi iniciado há 30 anos a partir de uma necessidade de construir um museu maior do que o que já existe para abrigar todas as peças dos monumentos da Acrópole.

Ele inclui a recuperação de 60% dos frisos do templo do Partenon que se encontram no Museu Britânico de Londres após terem sido extraídos pelo diplomata Lorde Elgin (1766-1841), com a permissão do antigo Império Otomano há dois séculos.

"Trata-se de um museu urbano e o mais avançado conceito de um parque arqueológico, como uma árvore que surge da terra", disse o chefe do projeto, que conta com 130 milhões de euros e que deve ser inaugurado em 2008.

Projeto

O museu se tornou um projeto de tal dimensão que unirá deuses mitológicos, heróis e mortais aos pés da colina sagrada da Acrópole, 2.500 anos depois da construção do templo.

Foi como Pandermalis, que é arqueólogo, o concebeu. Após cinco anos de perseverança, ele acompanha diariamente pela janela de seu escritório o crescimento do edifício de toneladas de vidro e aço, mármore e cimento, com 14 mil metros quadrados.

O arquiteto suíço Bernard Tschumi e o grego Mikhail Fotiadis, que ganharam o concurso para a construção do novo museu, puderam conjugar em uma extensão de 2.500 metros quadrados os diversos períodos do passado da Acrópole e seus entornos, que abrangem desde a época clássica de Péricles até o século 12 d.C.

Durante as longas escavações, foram encontradas ruínas inteiras escondidas durante séculos abaixo do que hoje é a Atenas contemporânea.

"Em alguns casos foi necessário mudar os parâmetros de um estudo para movimentar as bases do edifício para outro lugar para não danificar as relíquias", disse Pandermalis.

Estrutura

O museu não contará com "salas" em si, mas cada compartimento superior terá uma vista direta do conjunto de monumentos da Acrópole, com uma visão panorâmica das colinas de Filopapo e de Likabetus, do monte Imitos e do mar com a ilha de Egina ao fundo.

De suas magníficas vidraças, o público terá uma perspectiva diferente da conhecida fachada da Acrópole com os monumentos do templo do Erection e do Odeon de Herodes Ático.

A vista dará para a parte sul da cidade, com o templo do Partenon em primeiro plano, o teatro de Dionísio, o santuário de Asclépio e o templo de Atenea Nike, que está em reconstrução.

No primeiro piso serão exibidos todos os elementos encontrados nas ladeiras da colina da Acrópole, utensílios da vida cotidiana, restos de um altar dedicado às mulheres prometidas em casamento, restos de ruas, casas e oficinas.

No andar superior, dedicado ao Partenon, serão expostas as peças originais do que ainda resta do friso do templo de 160 metros, que representa as Grandes Panatenéias. Nos espaços vazios serão colocadas réplicas cobertas por um véu para destacar o contraste e a ausência, segundo Pandermalis.

"O caso dos monumentos da Acrópole é único, já que é inquestionável que é preciso unir os pedaços espalhados e, uma vez conseguido, deve-se pensar em levá-los a Londres ou Atenas", disse Pandermalis.

O governo grego não reivindica os títulos de propriedade dos mármores do Partenon, mas pediu uma "exposição por longo tempo" e trocará coleções com o Museu Britânico, que se recusa a devolver as peças para não abrir um precedente em relação às demais relíquias mundiais de seu acervo.

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