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26/12/2006
-
11h29
da Efe, em Paris
Um quadro tradicionalmente atribuído a Diego Velázquez (1599-1660) que o Museu do Louvre cedeu para uma exposição no Grande Museu de Atlanta é objeto de polêmica devido às dúvidas levantadas entre alguns especialistas em história da arte.
O jornal francês "Libération" voltou a disseminar a polêmica ao publicar uma carta de resposta assinada pelo administrador-geral do museu do Louvre de Paris, Didier Selles, que defende a autenticidade do retrato da infanta Margarita, encomendado em 1653 pela rainha da França, Ana de Áustria, a seu irmão, o rei da Espanha.
Felipe 4º encarregou Velázquez de fazer o retrato, que chegou à França em 1654 e desde então decorou o quarto da rainha durante mais de um século, só saindo do palácio (o atual museu do Louvre) para exposições recentes, lembra Selles.
"É reconhecido como original e, evidentemente, é exposto como tal", afirma o administrador. Ele argumentou que, de 53 publicações que consagraram a obra, 47 a catalogam como tendo sido pintada unicamente por Velázquez; quatro, como elaborada pelo gênio espanhol e por membros de seu ateliê; e em só duas como tendo sido feita pelos ajudantes do pintor.
Selles insiste ainda que "todos reconhecem a inegável qualidade do quadro", que nos últimos 15 anos foi exposto em diversas cidades fora da França, como Cidade do México, Bolonha, Moscou e Tóquio, e sempre atribuído somente a Velázquez.
"É arriscado relegar a obra, com base apenas em três breves entrevistas, à condição de simples cópia, tendo sido ela considerada desde sua chegada ao Louvre, em 1654, um original do artista e confirmada como tal por dezenas de historiadores da arte desde então", reforça.
"Acima de quaisquer polêmicas, 'A Infanta Margarita' é um quadro cuja história se confunde com a própria história da arte. Por acaso, não teria sido diante dele que, por admiração comum, Manet e Degas se conheceram no Louvre?".
O próprio jornalista Vincent Noce, que havia feito ressurgir a polêmica no início do mês, defende que seu primeiro artigo limitou-se a "afirmar que o Velázquez exposto em Atlanta era até agora considerado uma cópia de ateliê". "O fato é que os reconhecidos especialistas [José López Rey, Javier Portus, representante do Museu do Prado, de Madri, e Juliet Wilson-Bareau] consideram o retrato como pintura de ateliê", afirma Noce.
Como se não bastasse, Noce referiu-se ao fato de que um ex-presidente do Louvre, Pierre Rosenberg, que trabalhou por 32 anos no departamento de pinturas, havia declarado que a ausência de Velázquez era "o buraco mais cruel" do grande museu francês.
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Um quadro tradicionalmente atribuído a Diego Velázquez (1599-1660) que o Museu do Louvre cedeu para uma exposição no Grande Museu de Atlanta é objeto de polêmica devido às dúvidas levantadas entre alguns especialistas em história da arte.
O jornal francês "Libération" voltou a disseminar a polêmica ao publicar uma carta de resposta assinada pelo administrador-geral do museu do Louvre de Paris, Didier Selles, que defende a autenticidade do retrato da infanta Margarita, encomendado em 1653 pela rainha da França, Ana de Áustria, a seu irmão, o rei da Espanha.
Felipe 4º encarregou Velázquez de fazer o retrato, que chegou à França em 1654 e desde então decorou o quarto da rainha durante mais de um século, só saindo do palácio (o atual museu do Louvre) para exposições recentes, lembra Selles.
"É reconhecido como original e, evidentemente, é exposto como tal", afirma o administrador. Ele argumentou que, de 53 publicações que consagraram a obra, 47 a catalogam como tendo sido pintada unicamente por Velázquez; quatro, como elaborada pelo gênio espanhol e por membros de seu ateliê; e em só duas como tendo sido feita pelos ajudantes do pintor.
Selles insiste ainda que "todos reconhecem a inegável qualidade do quadro", que nos últimos 15 anos foi exposto em diversas cidades fora da França, como Cidade do México, Bolonha, Moscou e Tóquio, e sempre atribuído somente a Velázquez.
"É arriscado relegar a obra, com base apenas em três breves entrevistas, à condição de simples cópia, tendo sido ela considerada desde sua chegada ao Louvre, em 1654, um original do artista e confirmada como tal por dezenas de historiadores da arte desde então", reforça.
"Acima de quaisquer polêmicas, 'A Infanta Margarita' é um quadro cuja história se confunde com a própria história da arte. Por acaso, não teria sido diante dele que, por admiração comum, Manet e Degas se conheceram no Louvre?".
O próprio jornalista Vincent Noce, que havia feito ressurgir a polêmica no início do mês, defende que seu primeiro artigo limitou-se a "afirmar que o Velázquez exposto em Atlanta era até agora considerado uma cópia de ateliê". "O fato é que os reconhecidos especialistas [José López Rey, Javier Portus, representante do Museu do Prado, de Madri, e Juliet Wilson-Bareau] consideram o retrato como pintura de ateliê", afirma Noce.
Como se não bastasse, Noce referiu-se ao fato de que um ex-presidente do Louvre, Pierre Rosenberg, que trabalhou por 32 anos no departamento de pinturas, havia declarado que a ausência de Velázquez era "o buraco mais cruel" do grande museu francês.
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