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03/01/2007
-
11h59
da France Presse, em Los Angeles
Rocky Balboa, Rambo, John McClane e até Indiana Jones: o cinema norte-americano tenta agora ressuscitar seus heróis dos anos 80 com os mesmos atores, apesar do risco de que os cinquentões ou sessentões não tenham o pique de antes para protagonizar um filme de ação.
Em um período de seis meses, Hollywood iniciou as filmagens da quarta parte do "Duro de Matar" com Bruce Willis, 51, lançou nos cinemas estrangeiros Sylvester Stallone, 60, em seu "Rocky Balboa", sexto filme sobre o boxeador, e começou preparar "Rambo 4".
Além disso, Steven Spielberg e George Lucas anunciaram um novo filme da série "Indiana Jones" com Harrison Ford como protagonista, apesar do ator já ter 65 anos.
"Um artista morre duas vezes e a segunda morte é a mais fácil", filosofou Stallone em uma entrevista concedida em novembro ao "New York Times", ao comentar sua decadência no final da década de 90, depois de 20 anos de reinado nas bilheterias norte-americanas.
Após o estrelato
A carreira de um ator de filmes de ação toma um rumo perigoso quando ele chega aos 50 anos, a não ser que mude de gênero ou passe para a cadeira de diretor, como fez Clint Eastwood.
O ator Charlton Heston serve como um bom exemplo: herói recorrente em longas-metragens épicos, não encontrou nenhum grande papel depois de 1975.
Arnold Schwarzenegger, depois do último filme da série "O Exterminador do Futuro", preferiu dedicar-se à política em 2003, aos 56 anos.
"De qualquer maneira, ninguém ia ver seus filmes", ironiza o crítico Lew Harris, do site "Movies.com".
Os produtores, ainda assim, não desistem de dar novas oportunidades aos atores de filmes de ação nos papéis que os levaram ao estrelato. O sexto filme da série "Rocky" arrecadou o dobro de seu orçamento em duas semanas em cartaz, apesar da incongruência de ver um sexagenário como pugilista.
Arriscar também pode valer a pena, como demonstra a 21ª fita do espião James Bond. O filme, "Cassino Royale", no qual pela primeira vez, desde 1971, um trintão (Daniel Craig) interpreta o agente 007, se transformou no maior sucesso comercial da franquia, muito acima de "Na Mira dos Assassinos" (1985), a maior bilheteria de Roger Moore no papel, então aos 58 anos.
"Não sei se as calças vão servir, mas o chapéu vai", brincou Harrison Ford no anúncio das filmagens do quarto "Indiana Jones". O estúdio Paramount espera que o arqueólogo lidere as bilheterias em meados de 2008, 19 anos depois de "Indiana Jones e a Última Cruzada".
Os últimos filmes de Ford foram retumbantes fracassos comerciais, assim como os mais recentes longas-metragens de Bruce Willis, longe dos 750 milhões de dólares arrecadados pelos três "Duro de Matar" entre 1988 e 1995.
Preguiça
"Os produtores de Hollywood ficaram preguiçosos e os atores idosos têm demonstrado uma falta de consciência sobre eles mesmos em um nível extraordinário", afirma Lew Harris.
O site IMDb, especializado em cinema, já fez piada ao afirmar que o próximo "Indiana Jones" se chamará "Os Estragos do Tempo". Para Howard Suber da Universidade da Califórnia em Los Angeles, Hollywood é muito mais clemente com os atores do que com as atrizes.
"Não há nada diferente acontecendo agora. É um truísmo da indústria, as mulheres têm problemas para conseguir papéis quando passam dos 30, com certeza quando passam dos 40, mas Cary Grant interpretava papéis românticos até os 60".
"A história de Hollywood é repleta de atores que continuam trabalhando até os 60. Os que hoje são considerados com alguns dos melhores filmes de John Wayne foram feitos quando ele tinha mais de 60. Os homens fazem filmes de ação até que não consigam mais esconder a artrite", acrescenta.
O crítico Harris discorda. "Você realmente quer ver um cara de 55-60 anos atirando nas pessoas, pulando sobre carros e evitando explosões?", pergunta. "Você quer ver Tom Cruise fazendo 'Missão Impossível 15'? Existe um ponto em que vira estupidez", conclui.
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Rocky Balboa, Rambo, John McClane e até Indiana Jones: o cinema norte-americano tenta agora ressuscitar seus heróis dos anos 80 com os mesmos atores, apesar do risco de que os cinquentões ou sessentões não tenham o pique de antes para protagonizar um filme de ação.
Em um período de seis meses, Hollywood iniciou as filmagens da quarta parte do "Duro de Matar" com Bruce Willis, 51, lançou nos cinemas estrangeiros Sylvester Stallone, 60, em seu "Rocky Balboa", sexto filme sobre o boxeador, e começou preparar "Rambo 4".
| Divulgação |
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| Ator norte-americano Sylvester Stallone sobe ao ringue novamente em "Rocky Balboa" |
"Um artista morre duas vezes e a segunda morte é a mais fácil", filosofou Stallone em uma entrevista concedida em novembro ao "New York Times", ao comentar sua decadência no final da década de 90, depois de 20 anos de reinado nas bilheterias norte-americanas.
Após o estrelato
A carreira de um ator de filmes de ação toma um rumo perigoso quando ele chega aos 50 anos, a não ser que mude de gênero ou passe para a cadeira de diretor, como fez Clint Eastwood.
O ator Charlton Heston serve como um bom exemplo: herói recorrente em longas-metragens épicos, não encontrou nenhum grande papel depois de 1975.
Arnold Schwarzenegger, depois do último filme da série "O Exterminador do Futuro", preferiu dedicar-se à política em 2003, aos 56 anos.
"De qualquer maneira, ninguém ia ver seus filmes", ironiza o crítico Lew Harris, do site "Movies.com".
Os produtores, ainda assim, não desistem de dar novas oportunidades aos atores de filmes de ação nos papéis que os levaram ao estrelato. O sexto filme da série "Rocky" arrecadou o dobro de seu orçamento em duas semanas em cartaz, apesar da incongruência de ver um sexagenário como pugilista.
Arriscar também pode valer a pena, como demonstra a 21ª fita do espião James Bond. O filme, "Cassino Royale", no qual pela primeira vez, desde 1971, um trintão (Daniel Craig) interpreta o agente 007, se transformou no maior sucesso comercial da franquia, muito acima de "Na Mira dos Assassinos" (1985), a maior bilheteria de Roger Moore no papel, então aos 58 anos.
"Não sei se as calças vão servir, mas o chapéu vai", brincou Harrison Ford no anúncio das filmagens do quarto "Indiana Jones". O estúdio Paramount espera que o arqueólogo lidere as bilheterias em meados de 2008, 19 anos depois de "Indiana Jones e a Última Cruzada".
| Reuters |
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| Ator Harrison Ford, 65, reviverá o herói Indiana Jones na telona sob direção de George Lucas |
Os últimos filmes de Ford foram retumbantes fracassos comerciais, assim como os mais recentes longas-metragens de Bruce Willis, longe dos 750 milhões de dólares arrecadados pelos três "Duro de Matar" entre 1988 e 1995.
Preguiça
"Os produtores de Hollywood ficaram preguiçosos e os atores idosos têm demonstrado uma falta de consciência sobre eles mesmos em um nível extraordinário", afirma Lew Harris.
O site IMDb, especializado em cinema, já fez piada ao afirmar que o próximo "Indiana Jones" se chamará "Os Estragos do Tempo". Para Howard Suber da Universidade da Califórnia em Los Angeles, Hollywood é muito mais clemente com os atores do que com as atrizes.
"Não há nada diferente acontecendo agora. É um truísmo da indústria, as mulheres têm problemas para conseguir papéis quando passam dos 30, com certeza quando passam dos 40, mas Cary Grant interpretava papéis românticos até os 60".
"A história de Hollywood é repleta de atores que continuam trabalhando até os 60. Os que hoje são considerados com alguns dos melhores filmes de John Wayne foram feitos quando ele tinha mais de 60. Os homens fazem filmes de ação até que não consigam mais esconder a artrite", acrescenta.
O crítico Harris discorda. "Você realmente quer ver um cara de 55-60 anos atirando nas pessoas, pulando sobre carros e evitando explosões?", pergunta. "Você quer ver Tom Cruise fazendo 'Missão Impossível 15'? Existe um ponto em que vira estupidez", conclui.
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