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08/01/2007 - 11h55

Projeto do Museu do Louvre nos Emirados Árabes gera polêmica

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da Efe, em Paris

A negociação entre o governo francêse as autoridades de Abu Dhabi (capital dos Emirados Árabes) para a construção de um Museu do Louvre gera polêmica na França.

Os jornais "Le Figaro" e "Libération" publicam na última semana reportagens sobre o projeto de construção de um Louvre Abu Dhabi, que poderia ser inaugurado em 2012.

Delegações francesas e do emirado se reuniram nas últimas semanas para negociar um acordo pelo qual o famoso museu de Paris cederá sua marca a um centro cultural em Abu Dhabi.

O projeto de contrato é confidencial, embora o "Libération" indique que a França poderia receber cerca de 500 milhões de euros em troca não só de permitir o uso da marca Louvre, mas também de assessoria de seus técnicos aos do emirado durante vários anos para a constituição de coleções artísticas, conservação e gestão de museus.

O protesto contra o projeto é liderado por uma ex-responsável do organismo que supervisiona todos os museus públicos da França, Françoise Cachin, que há algumas semanas escreveu um artigo no "Le Monde" com o título "Não se vendem museus".

Conservadores de museus e historiadores da arte apoiaram o movimento de rejeição, assinando declarações públicas, e não escondem sua preocupação com o fato de que o acordo seria com uma nação sem tradição do ponto de vista artístico.

Um elemento para reflexão fornecido pelos críticos é a vinculação do projeto ao fato de que Abu Dhabi é um importante parceiro comercial da França. O país exportou 2,757 bilhões de euros ao emirado nos dez primeiros meses de 2006, com especial ênfase no setor aeroespacial.

Diante desta reflexão, a atual diretora de Museus da França, Francine Mariani-Ducray, respondeu a sua antecessora com garantias de que o acordo não menosprezará o Louvre e que se baseará em assessoria e no empréstimo pontual de algumas obras, algo comum entre todos os museus do mundo.

O ex-ministro da Cultura socialista Jack Lang saiu em defesa do projeto hoje no "Libération" e criticou "uma minoria de pessoas que praticam a apropriação cultural e moral e que quer reservar as obras de arte para uma população restrita".

O "Le Figaro" publicou neste fim de semana um editorial no qual lembra que em 1963 o intelectual e político André Malraux, quando era ministro de Cultura, enviou aos Estados Unidos a "Mona Lisa", a obra mais emblemática do Louvre.

O jornal ressalta que os grandes museus têm "uma missão para com todo o país e uma vocação internacional, porque as obras são patrimônio mundial da Humanidade".

O Louvre de Paris, que recebe cerca de oito milhões de visitantes ao ano, cedeu sua marca ao High Museum de Atlanta (EUA), que deu esse nome a um ala do centro.

Além disso, está em construção na França um Museu Louvre de Lensa e o Centro Pompidou iniciou há alguns meses as obras de sua filial em Metz.

Especial
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