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09/01/2007 - 11h15

Enrique Metinides, o "fotógrafo do desastre", expõe em NY

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da Efe, em Nova York

Vítimas de acidentes de carro, eletrocutados, afogados e suicidas são os protagonistas das impactantes imagens com as quais o fotógrafo mexicano Enrique Metinides abre uma exposição em Nova York.

A galeria Anton Kern mostra, até meados deste mês, cerca de 35 fotos desse repórter fotográfico de 72 anos, atualmente aposentado, mas lembrado no meio por seu trabalho para as crônicas sensacionalistas dos populares tablóides mexicanos.

Divulgação
Imagem de avião em Texcoco, México (1970)
Imagem de avião em Texcoco, México (1970)
As mordazes imagens --coloridas ou em preto-e-branco-- reunidas na exposição percorrem 50 anos da carreira de Metinides, que entre 1940 e 1993 trabalhou para os jornais mexicanos "La Prensa" e "Crime". A exposição significa um importante salto para Metinides. Com ela, o fotógrafo sai das páginas de notícias sensacionalistas para as paredes de uma galeria nova-iorquina.

Metinides estreou nos Estados Unidos recentemente, com uma exposição individual na galeria Blum & Poe de Los Angeles. Desde 2002 ele expõe em importantes museus da Europa.

O mundo da arte o acolheu pela beleza formal e pela humanidade que emanam das cenas mais cruas e brutais da vida diária. É de se admirar a calma que tem para conseguir um enquadramento artístico quando o que está em foco são lágrimas ou sangue.

Metinides perdeu o medo da morte quando tinha apenas 11 anos, quando viu um cadáver decapitado em uma delegacia do México. Desde então, desenvolveu "estômago" para fotografar, com uma estética semelhante à dos filmes de detetive, as mais grotescas catástrofes, desde suicídios e assassinatos até assaltos, devastadores incêndios, enforcamentos e afogamentos.

Algumas de suas fotografias mais famosas, como o primeiro plano de uma loira enrolada e impactada contra um poste de luz na avenida Chapultepec da cidade do México, em 1979, têm uma textura mais de montagem que de registro de fatos reais.

Em uma dessas cenas, uma mulher chora desconsolada junto ao cadáver de seu namorado minutos após ter sido esfaqueado no parque de Chapultepec, após resistir a um assalto.

Outra fotografia mostra o cadáver de Jesus Bazaldua Barber, um empregado da empresa Teléfonos de México que foi eletrocutado enquanto instalava uma nova linha telefônica no quilômetro 13 da estrada México-Toluca, em 1958.

Para fotografar estes desastres pouco depois de terem acontecido, Metinides fez treinamentos em primeiros socorros e embarcou em ambulâncias e carros policiais. Sua proximidade com a tragédia não foi só na qualidade de paparazzo, já que mais de uma vez teve de decidir entre ajudar as vítimas ou permanecer na condição de espectador.

Agora aposentado da profissão, Metinides acompanha, minuto a minuto, as informações dos telejornais e se dedica a catalogar em seu escritório, na Cidade do México, um extenso arquivo de material audiovisual sobre acidentes.

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