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19/01/2007 - 10h30

Filmado em SP, "12 Horas até o Amanhecer" é lançado direto em DVD

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SILVANA ARANTES
da Folha de S.Paulo

A Cracolândia, no centro de São Paulo, foi o endereço em que o ator hollywoodiano Brendan Fraser filmou seu próximo longa, depois de ser o marido de Sandra Bullock no aclamado "Crash - No Limite", de Paul Haggis, vencedor do Oscar 2006 de melhor filme.

No elenco de "12 Horas até o Amanhecer", filmado no Brasil e dirigido pelo norte-americano Eric Eason, estão também o americano Scott Glenn ("O Silêncio dos Inocentes"), como o pai de Fraser; a colombiana Catalina Sandino Moreno (indicada ao Oscar por "Maria Cheia de Graça"), no papel da mulher que pai e filho disputam; e brasileiros como Alice Braga ("Cidade de Deus"), Matheus Nachtergaele ("Amarelo Manga") e Milhem Cortaz ("Carandiru").

Locadoras

O longa foi lançado no mês passado. Se você não o viu nos cinemas, não é por falta de atenção. "12 Horas até o Amanhecer" desembarcou direto nas locadoras, em DVD. Nos EUA, acaba de sair em DVD, sem haver estreado nas salas.

Divulgação
Matheus Nachtergaele em cena do filme "12 Horas até o Amanhecer", lançado em DVD
Matheus Nachtergaele em cena do filme "12 Horas até o Amanhecer", lançado em DVD
Quando um filme salta a estréia nos cinemas, é indício de que não deu certo. Ao menos, não tanto quanto deveria, para valer a aposta na campanha de marketing e na fabricação de cópias --aspectos que acompanham todo lançamento e fazem
deles uma operação custosa.

Responsável pelo lançamento de blockbusters como "Homem-Aranha" e "O Código Da Vinci", o distribuidor Rodrigo Saturnino Braga, que dirige as filiais brasileiras da Sony e da Disney, diz que "essa é uma decisão econômica sempre, mas
não é tão fria assim".

Saturnino Braga nada tem a ver com o filme de Eason. Ele foi consultado pela Folha por ser um dos maiores especialistas no mercado de cinema.

Prestígio

O executivo explica que a palavra final sobre a ida de um filme para as telas ou sua desova nas locadoras envolve considerações sobre "o prestígio do filme e do diretor" --daí não ser "tão fria assim".

Uma regra, porém, é indesviável: "Se o filme é ruim, o prejuízo no cinema é certo e grande", diz. Já no mercado de vídeo doméstico, "é quase impossível perder dinheiro, porque os custos de produção e lançamento são baixos, e a venda é certa, pois as locadoras compram para fazer volume, já que precisam ter oferta grande".

Outra norma dada como infalível nesse negócio estabelece que, sem ter sido um grande êxito no cinema, um filme jamais será um sucesso em DVD.

Maria Rosa Sandoval, diretora de marketing da Imagem Filmes, que distribui "12 Horas até o Amanhecer" no Brasil, diz
que não é bem assim.

"Depende do gênero do filme e do momento em que foi lançado. Às vezes, você pode não ter um momento bom para o
filme nos cinemas e, com um elenco conhecido, ele vai superbem no vídeo", afirma.

Sandoval diz que cogitou lançar "12 Horas até o Amanhecer" nos cinemas. Como a agenda de dezembro apontava "concorrência muito acirrada", optou por levá-lo direto ao vídeo.

Para impulsionar "12 Horas até o Amanhecer" nas locadoras, a Imagem Filmes destacou "o elenco do filme e o fato de ser
rodado no Brasil", afirma ela.

O título vendeu 10 mil unidades. Questionada se é um bom resultado, Sandoval afirma: "É bom, dependendo do período.
Está na média. Esperávamos um pouquinho mais dele, mas acabou vendendo a média".

Já Deborah Amodio, diretora da Swen do Brasil, co-produtora com os EUA de "12 Horas até o Amanhecer", diz que "de maneira alguma o fato de um filme ser lançado diretamente em DVD pode ser entendido como fracasso, muito pelo contrário".

Amodio afirma que "hoje em dia, o lucro é bem maior com o DVD do que com cinema, e esse filme foi projetado para ser lançado dessa maneira".

A produção do longa custou estimados US$ 6,2 milhões (R$ 13,2 milhões), cifra que Amodio não confirma. "Preferimos não divulgar valores, mas sim a qualidade do trabalho, que não ficou devendo nada para os padrões americanos", afirma.

"12 Horas até o Amanhecer" é o segundo longa-metragem de Eason, que estreou com "Manito" (2002) --premiado no Festival de Sundance e selecionado para mostras na Argentina e na Colômbia.

"Viajando pelo circuito de festivais na América do Sul, em 2002, encontrei pessoas que pareciam fugir de suas vidas, tentavam escapar de algo em seu passado", diz o diretor, explicando a origem da idéia de filmar "12 Horas até o Amanhecer", em depoimento contido no material extra do DVD.

No longa, Sinatra (Glenn) trocou os EUA pelo Brasil, tornando-se dono de um bordel em São Paulo. Quando um cliente é assassinado no local, sobra para ele uma mala de cocaína. Sinatra tentará vendê-la em sociedade com seu filho Paul (Fraser), jogador compulsivo e viciado em cocaína.

Para a transação, feita com africanos, os dois recorrem às pressas ao lavador de pratos do bordel, Wemba (o rapper americano Mos Def), imigrante africano fluente em ioruba.

Wemba substitui o negociante original, que morre de infarto durante um programa com o travesti Nazda (Nachtergaele).

O caminho de Wemba cruzará o de Monique (Alice Braga), que tenta escapar de um namoro em crise, enquanto Milhem
Cortaz é Rodrigo, espécie de capanga de Fraser.

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