25/01/2007 - 18h55

Chiclete e Timbalada levantam 1º noite de festival de Salvador

LIGIA BRASLAUSKAS
Editora de Mundo da Folha Online

Cerca de 35 mil pessoas lotaram a área do palco principal do Festival de Verão de Salvador nesta quarta-feira para ver a apresentação dos shows do primeiro dia do evento, marcado pelo axé music, que teve como ponto alto as bandas Chiclete com Banana [visivelmente a banda mais esperada da noite], liderada pelo vocalista Bell Marques, e os tambores da Timbalada. A noite foi aberta pela Banda Eva, e teve ainda Cidade Negra e o cantor de reggae americano Matisyahu.

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Show do Chiclete com Banana foi o mais animado do primeiro dia do festival

À meia-noite e meia, o Chiclete entrou no palco e levou à loucura a multidão, que respondeu exibindo cartazes e faixas gigantes com o nome da banda. Os chicleteiros --como são chamados os fãs e seguidores do Chiclete com Banana-- pularam sem parar durante pouco mais de uma hora e trinta minutos de apresentação, cantando sucessos como "Erva Venenosa", "100% Você" e "Cabelo Raspadinho". Bell Marques conduziu um show animado e interativo sem perder o fôlego, a exemplo do que faz no Carnaval quando arrasta atrás de seu trio elétrico milhares de pessoas pelas ruas de Salvador.

As outras áreas do Parque de Exposições de Salvador, onde acontece o festival, foi um bom termômetro para medir a força do show do Chiclete. A agitação e o ritmo acelerado da banda acabou atraindo a maioria dos que estavam em outras áreas para o palco principal.

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Arena de esportes do festival

Quem viu a apresentação do Chiclete talvez tenha se perguntado que tipo de show poderia dar seqüência à adrenalina deixada no ar. A resposta veio cerca de 30 minutos depois, quando entraram no palco os tambores da Timbalada. Com um show colorido e aberto a misturas --sinal de que a influência positiva de Carlinhos Brown continua na banda--, a Timbalada fez uma homenagem aos cem anos do frevo, levando ao palco um grupo de dança de Recife e os tradicionais bonecos do carnaval de Olinda.

Os vocalistas do grupo, Amanda e Denny, conseguiram manter a "pegada" do Chiclete mantendo a interação com o público, que seguia à regra as coordenadas de jogar as mãos para cima, sair do chão [pulando] e se movimentar de um lado a outro. Nos poucos momentos em que a Timbalada diminuiu a aceleração, apresentando músicas mais lentas e românticas, conduzidas pelos vocalistas em apresentações em que o principal 'motor' do grupo, os tambores, parecia um mero instrumento de acompanhamento, o público ajudou e cantou junto, mas nitidamente esperavam pela retomada do batuque forte.

Olodum e Matisyahu

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Show do judeu ortodoxo Matisyahu no Festival de Verão da Salvador

A maior curiosidade da noite ficou por conta do americano Matisyahu, o judeu ortodoxo que canta reggae foi indicado ao Grammy 2007 como melhor álbum em sua categoria musical. Matisyahu subiu no palco às 4h15 e teve de lidar com uma debandada do público, que na parte mais próxima ao palco --cujo acesso é permito apenas aos que têm ingresso para os camarotes-- já não era volumoso. Depois da terceira música, Matisyahu pôde contar com uma platéia mais presente, o som agradou e parte das pessoas voltaram.

Muito bem acompanhado --a banda é excelente--, Matisyahu foi meio tímido no palco e não soube como se aproximar do público [não deve ser fácil cantar reggae em inglês para uma multidão louca por tambor, suor e cerveja]. Mas Matisyahu mostrou saber que sua missão não seria tão fácil. Para esquentar, chamou ao palco um convidado muito conhecido dos baianos, o Olodum, e o show foi salvo.

Com o Olodum, o até então tímido Matisyahu se movimentou pelo palco e ficou em pé em cima de uma estrutura dos equipamentos com os braços abertos, como se incorporasse a energia devolvida pelo público. Foi o momento mais empolgante do show, mais uma mostra do que é capaz a interação dos ritmos e do talento da música brasileira.

Show "morno"

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Público no show do Cidade Negra na primeira noite do festival

Os dois primeiros shows da noite, Banda Eva e Cidade Negra fizeram shows "mornos" e que não conseguiram animar o público --nitidamente receptivo a todos os artistas do evento. A Banda Eva optou por apresentar os sucessos de seus 25 anos de carreira, mas não conseguiu impor a empolgação latente no Carnaval. Eles entraram no palco com 30 minutos de atraso, mas aos primeiros sons, conseguiram levaram o público para perto do palco. Talvez tenha faltado aquecimento à banda.

O Cidade Negra também não levantou o público. O grupo privilegiou músicas de seu mais recente CD, "Direto", e Toni Garrido sugeria romance e dancinha colada, antes de cantar músicas românticas do novo trabalho. Não deu certo. Os sucessos da banda ["O Erê", "Pensamento" e "Onde Você Mora"] foram acompanhados pelo público, que também respondeu bem à homenagem feita a Cazuza, com a música "O tempo Não Pára".

Muito bom

- banheiros químicos
- acesso fácil a todos os palcos
- bares

Ruim

- Estacionamento
- Congestionamento na entrada
- Poucos locais de descanso com bancos

A jornalista Ligia Braslauskas viaja a convite do Festival de Verão de Salvador

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