Saltar para o conteúdo principal

Publicidade

Publicidade

 
 
  Siga a Folha de S.Paulo no Twitter
25/01/2010 - 11h45

Vampire Weekend rejeita padrões do pop em novo disco

Publicidade

THIAGO NEY
da Folha de S.Paulo

Tudo bem que atualmente a vendagem de CDs é bem menos volumosa do que nos anos 90, mas a parada da "Billboard" ainda é simbólica por revelar quais discos estão sendo procurados pelos norte-americanos. Na semana passada, os números não deixaram dúvida: o que mais se procurou nos EUA foi "Contra", o segundo lançamento da banda Vampire Weekend.

Divulgação
Os nova-iorquinos do Vampire Weekend, que lançam o segundo disco de sua carreira
Os nova-iorquinos do Vampire Weekend, que lançam o segundo disco de sua carreira

"Contra" estreou no primeiro lugar da parada dos EUA, deixando para trás álbuns nomões como Lady Gaga, Susan Boyle e Ke$ha, nova popstar teen. Nada mau para um grupo indie formado por estudantes universitários de Nova York e que não é apoiado por nenhuma grande gravadora.

O primeiro lugar de "Contra" é surpreendente porque o disco é uma coleção de dez faixas que está longe dos padrões da atual música pop --não contém hits radiofônicos, mas canções com harmonias percussivas, elementos afros, dancehall e referências ao lado político do The Clash. "Contra" é inspirado parcialmente por "Sandinista!" (contras, sandinistas, Nicarágua...), disco triplo do Clash de 1980 e o mais ambicioso da banda punk britânica, misturando reggae, folk, dub e rap. Joe Strummer, vocalista do Clash, é indiretamente lembrado em "Diplomat's Son" (música que traz sample de uma faixa da anglo-cingalesa M.I.A.).

Clash e M.I.A. parecem não combinar? Pois é, não há fronteiras impossíveis para o Vampire Weekend. Para o bem e para o mal: a banda parece se levar tão a sério, tenta colocar tantas cores ao mesmo tempo que chega a irritar em "Taxi Cab" e "California English". Esse tipo de pedantismo cabeça era o que enfraquecia o primeiro disco da banda, homônimo, lançado em 2008. "Contra" vai em direção oposta, revelando uma certa ingenuidade do Vampire Weekend.

"Horchata", por exemplo, inicia o disco com versos nonsense (em que o vocalista Ezra Koenig rima "horchata" com "balaclava") e caminha por terrenos africanos, assim como a segunda faixa do novo álbum, "White Sky". Primeiro single do disco, "Cousins" traz uma melodia quebrada e imediatista que remete ao Arctic Monkeys. "Run" carrega uma forte brisa caribenha, enquanto "Holiday" é um passeio ensolarado embalado por ska.

O disco fecha com "I Think UR a Contra", espécie de balada que funciona como um manifesto -nas rimas, entram "rock and roll" e "complete control". É como uma síntese de todo o disco, produto de indies cerebrais que fogem do controle no caos do rock and roll.

CONTRA
Artista: Vampire Weekend
Lançamento: XL Recordings
Quanto: US$ 9,50 (R$ 18, sem taxa de envio; www.amazon.com)
Avaliação: bom

 

Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página