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16/02/2007 - 09h30

Clint Eastwood traduz honra oriental em "Cartas de Iwo Jima"

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SÉRGIO RIZZO
do Guia da Folha

O par de longas-metragens realizados por Clint Eastwood a partir da batalha de Iwo Jima (que ocorreu entre 19 de fevereiro e 20 de março de 1945), parecia ter em "A Conquista da Honra" o favorito para as glórias: custou bem mais (US$ 90 milhões, cerca de R$ 189 milhões) e, da perspectiva norte-americana, redimensiona o conceito de heroísmo atribuído à tomada da ilha japonesa no Pacífico (e não só ali).

Divulgação
"Cartas de Iwo Jima" concorre a quatro Oscar, entre eles melhor filme e melhor diretor
"Cartas de Iwo Jima" concorre a quatro Oscar, entre eles melhor filme e melhor diretor
Coube a "Cartas de Iwo Jima", no entanto, a primazia de receber os principais elogios, prêmios e disputar o Oscar de melhor filme e direção, embora tenha custado "apenas" US$ 20 milhões (cerca de R$ 42 milhões) e seja falado quase todo em japonês. Mais do que falado: foi planejado e executado "em japonês", na tentativa de captar o que via e sentia o inimigo do outro lado da trincheira.

Destacado para comandar os 23 mil soldados que buscaram resistir à invasão norte-americana, o general Kuribayashi (Ken Watanabe, de "O Último Samurai") protagoniza situação quase insustentável: viveu nos EUA e se sente atraído pela sua cultura, mas precisa fazer disso um trunfo militar, ao mesmo tempo em que procura manter elevado o ânimo de uma tropa condenada à morte.

As cartas de Kuribayashi forneceram a base para o argumento, escrito por Íris Yamashita e Paul Haggis (roteirista de "Menina de Ouro" e diretor de "Crash"), mas outras vozes se fazem ouvir enquanto se aproxima a inevitável capitulação --recriada, como em "Conquista", por idas e vindas no tempo que mantêm o drama em um presente em suspenso, interminável.

A reconhecida dificuldade dos EUA em compreender outras culturas torna "Cartas de Iwo Jima" ainda mais incomum e grandioso, exercício de alteridade que esmiúça o conceito oriental de honra e que, à luz do cenário internacional de hoje, caminha em sentido contrário à política intervencionista do governo Bush.

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