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16/02/2007
-
10h16
THIAGO NEY
Enviado especial da Folha de S.Paulo ao Chile
Mais do que um show de rock, uma apresentação do Coldplay é uma sessão de elevação espiritual. Não só para o público mas também para a banda. Difícil encontrar um grupo que aparente tanta felicidade e bom-mocismo sobre o palco quanto o quarteto inglês, que iniciou turnê sul-americana anteontem na capital chilena.
Essa simpatia toda, tão rara no rock de hoje, será vista no Brasil no fim do mês --o Coldplay toca em São Paulo entre os dias 26 e 28/2, no Via Funchal, já com ingressos esgotados. Antes, a banda passa pela Argentina; encerra o giro no México.
Chris Martin, o líder e vocalista da banda, é um anti-rockstar --não fala palavrão, não briga com ninguém, é vegetariano, trata bem os fãs, é casado com Gwyneth Paltrow e costuma se envolver em causas sociais.
Além disso, suas músicas são construídas em torno de melodias agradavelmente melancólicas, com letras muitas vezes pueris e descaradamente românticas --receituário que faz roqueiro virar as costas.
Mas o apelo do Coldplay é fazer de suas baladas momentos celebratórios --suas canções falam do amor que está por vir, e não do amor que se foi e que agora só nos resta chorar.
O povo adora isso --tanto que a banda já vendeu, segundo a EMI, 29 milhões de cópias de seus três discos: "Parachutes" (2000), "A Rush of Blood to the Head" (2002) e "X&Y" (2005).
Na primeira apresentação chilena (o grupo tocaria no país ontem e hoje), nem a determinação para que todos os 4.200 pagantes permanecessem sentados diminuiu a animação dos fãs. Por opção da banda, os shows (inclusive os do Brasil, para 2.757 pessoas cada) são montados em formato teatral, com cadeiras numeradas. Mas o público não agüentou muito tempo... assim que a banda pisou no palco, o povo, em gritaria, começou a pular.
Semanas atrás, a banda divulgou que pretendia fazer da turnê latina uma espécie de laboratório para novas canções. Isso não aconteceu anteontem. A apresentação, de 15 músicas e 1h20 de duração, foi ancorada pelos hits do grupo.
Apareceram a guitarra pegajosa de "Yellow"; "Fix You" e sua letra desesperada e apaixonada; "Talk" e o riff chupado de "Computer Love", do Kraftwerk (como ninguém havia pensado nisso???)...
Desde que surgiu, o Coldplay é comparado a Radiohead. Não é por aí. A conexão é muito mais com o U2. O timbre da voz de Chris Martin faz lembrar Bono; a guitarra de Jonny Bucland ecoa The Edge; mas, o que é pior: principalmente nas canções mais recentes, o Coldplay se apega a um rock conservador e quadrado, típico do U2.
No show, felizmente, esses momentos são a exceção. A regra é ver Chris Martin dançar de um jeito desengonçado --ele contorce o corpo, cai no chão. Fala bastante, mexe com o público, oferece canção para os namorados. É bom-mocismo e simpatia até não poder mais. Às vezes é isso que falta no rock.
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Enviado especial da Folha de S.Paulo ao Chile
Mais do que um show de rock, uma apresentação do Coldplay é uma sessão de elevação espiritual. Não só para o público mas também para a banda. Difícil encontrar um grupo que aparente tanta felicidade e bom-mocismo sobre o palco quanto o quarteto inglês, que iniciou turnê sul-americana anteontem na capital chilena.
Essa simpatia toda, tão rara no rock de hoje, será vista no Brasil no fim do mês --o Coldplay toca em São Paulo entre os dias 26 e 28/2, no Via Funchal, já com ingressos esgotados. Antes, a banda passa pela Argentina; encerra o giro no México.
Cristian Soto/El Mercurio |
Coldplay fez platéia levantar no Chile |
Além disso, suas músicas são construídas em torno de melodias agradavelmente melancólicas, com letras muitas vezes pueris e descaradamente românticas --receituário que faz roqueiro virar as costas.
Mas o apelo do Coldplay é fazer de suas baladas momentos celebratórios --suas canções falam do amor que está por vir, e não do amor que se foi e que agora só nos resta chorar.
O povo adora isso --tanto que a banda já vendeu, segundo a EMI, 29 milhões de cópias de seus três discos: "Parachutes" (2000), "A Rush of Blood to the Head" (2002) e "X&Y" (2005).
Na primeira apresentação chilena (o grupo tocaria no país ontem e hoje), nem a determinação para que todos os 4.200 pagantes permanecessem sentados diminuiu a animação dos fãs. Por opção da banda, os shows (inclusive os do Brasil, para 2.757 pessoas cada) são montados em formato teatral, com cadeiras numeradas. Mas o público não agüentou muito tempo... assim que a banda pisou no palco, o povo, em gritaria, começou a pular.
Semanas atrás, a banda divulgou que pretendia fazer da turnê latina uma espécie de laboratório para novas canções. Isso não aconteceu anteontem. A apresentação, de 15 músicas e 1h20 de duração, foi ancorada pelos hits do grupo.
Apareceram a guitarra pegajosa de "Yellow"; "Fix You" e sua letra desesperada e apaixonada; "Talk" e o riff chupado de "Computer Love", do Kraftwerk (como ninguém havia pensado nisso???)...
Desde que surgiu, o Coldplay é comparado a Radiohead. Não é por aí. A conexão é muito mais com o U2. O timbre da voz de Chris Martin faz lembrar Bono; a guitarra de Jonny Bucland ecoa The Edge; mas, o que é pior: principalmente nas canções mais recentes, o Coldplay se apega a um rock conservador e quadrado, típico do U2.
No show, felizmente, esses momentos são a exceção. A regra é ver Chris Martin dançar de um jeito desengonçado --ele contorce o corpo, cai no chão. Fala bastante, mexe com o público, oferece canção para os namorados. É bom-mocismo e simpatia até não poder mais. Às vezes é isso que falta no rock.
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