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21/02/2007 - 09h00

"My Fair Lady" estréia mês que vem; SP terá mais duas peças

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GUSTAVO FIORATTI
da Folha de S.Paulo

A estréia de "My Fair Lady" no próximo dia 8, no teatro Alfa, é uma evidência de que os musicais de orçamentos milionários conquistam público em São Paulo. Com direção de Jorge Takla e custos iniciais calculados em R$ 4 milhões, essa é a terceira opção no roteiro da capital para quem quer assistir a um espetáculo americano sem ter de viajar aos EUA.

As outras duas montagens em cartaz são "O Fantasma da Ópera", no teatro Abril, e "Sweet Charity", no Citibank Hall. Ainda vêm por aí, via CIE-Brasil, "Miss Saigon", com estréia prevista para junho, e "Peter Pan", cuja temporada deve começar em julho no Credicard Hall. "Miss Saigon" vai custar R$ 12 milhões --cifra que bate os investimentos feitos em "O Fantasma da Ópera", que chegaram a R$ 10 milhões.

Divulgação
Amanda Acosta e Boaventura em cena da montagem "My Fair Lady"
Amanda Acosta e Boaventura em cena da montagem "My Fair Lady"
Mas Takla não montou "My Fair Lady" no esquema de franquias que a CIE costuma empreender. Ou seja, não transpôs a produção americana, detalhe por detalhe, para solo nacional. "Essa é uma montagem legitimamente brasileira da peça", diz ele. O espetáculo tem cenário e figurino originais, assinados por Daniela Thomas e Fábio Namatami. Tem também "um ritmo mais ágil e mais latino", diz. "No fim das contas, não é nada diferente de montar um Shakespeare."

O que segue inalterado são as músicas de Frederick Loewe, com texto e letras de Alan Jay Lerner, responsáveis pelo sucesso de "My Fair Lady" desde 1956 --em montagens no palco e no cinema. Adaptado de "Pigmaleão", peça do irlandês Bernard Shaw, o musical conta a história de uma vendedora de flores de modos não muito elegantes. Um professor de línguas especializado em fonética aposta com um amigo que pode transformar a moça em "lady".

O visual, com Londres ao fundo, responde por parte do impacto. Um dos pontos altos da montagem é uma troca de cenário realizada em 40 segundos: sai de cena a ambientação de uma biblioteca de dois andares, com mezanino, estantes, mesas e cadeiras. A cortina se fecha. Quando volta a ser aberta, um salão de baile todo branco, com uma imensa escadaria, já está no palco.

Folha Imagem
Cantor e ator Daniel Boaventura vira galã dos espetáculos paulistanos
Cantor e ator Daniel Boaventura vira galã dos espetáculos paulistanos
Para quem torce o nariz diante da possibilidade de ver os musicais se multiplicarem por aqui, vale ouvir Cláudio Botelho, experiente diretor do gênero que, além de assinar a tradução de "My Fair Lady" e de "O Fantasma da Ópera", co-dirigiu "Sweet Charity". "Essa é uma postura muito atrasada. Os musicais são apenas um gênero em um cenário que agrega vários outros tipos de teatro."

Para Cláudio, a presença de técnicos americanos orientando profissionais brasileiros na execução de produções de grande porte deixa uma herança proveitosa. "Sinto que os intérpretes, hoje, chegam às audições já sabendo cantar", diz. "Há dez anos, um ensaio de som era um pesadelo. Os americanos nos ensinaram como agilizar o processo."

Cláudio provou os benefícios desse intercâmbio ao produzir e dirigir "Sassaricando", comédia musical pontuada por marchinhas, sucesso no Rio de Janeiro, que deve chegar a São Paulo no segundo semestre. Ainda entre os projetos do diretor, está o musical "7", inspirado na história de Branca de Neve, "só que mais violento", que terá música de Ed Motta.

Há, porém, quem levante dúvidas sobre os valores destinados a essas produções, em parte provenientes de renúncia fiscal do governo, por meio da Lei Rouanet.

"Acho ingênuo considerar que uma produção peca só porque foi cara. Mas é necessário que os investidores e o governo tenham consciência do valor que eles estão destinando ao entretenimento e ao experimento artístico", diz o diretor Felipe Hirsch, da Sutil Cia. de Teatro. Dos R$ 12 milhões que devem ser investidos até o final da temporada de "My Fair Lady", segundo a produção, 50% serão capitalizados pela Lei Rouanet.

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