Saltar para o conteúdo principal

Publicidade

Publicidade

 
 
  Siga a Folha de S.Paulo no Twitter
22/03/2007 - 20h23

Documentário revela interesse econômico em caso Elián Gonzáles

Publicidade

da Efe, em Miami

Por trás do caso do menino Elián González houve interesse econômico de uma empresa dos Estados Unidos, que financiou as despesas da devolução da criança para Cuba, segundo denuncia o documentário "Las Ratas Debajo", do diretor Agustín Blázquez.

O documentário expõe as ligações econômicas do caso de Elián González, o menino cubano que, em 2000, foi devolvido à ilha com seu pai --caso de grande repercussão entre as relações dos EUA e exilados com Cuba.

"O filme examina quem foram as pessoas envolvidas na devolução de Elián a Cuba e qual foi a corporação dos EUA que financiou a operação", disse hoje o cineasta, de origem cubana.

Elián González saiu de Cuba rumo aos EUA, em 1999, em uma frágil balsa, acompanhado de sua mãe e de seu padrasto, que morreram no mar. Após uma longa batalha legal entre seus parentes de Miami e as autoridades dos EUA, o menino foi tirado à força da casa de seu "tio-avô" para ser entregue a seu pai.

Segundo Blázquez, quem realmente esteve por trás do caso foi a empresa agrícola Archer Daniels Midland Corporation (ADM), com sede em Decatur (Illinois), que pagou o advogado do pai de Elián e cedeu um de seus aviões para o transporte dos avós da criança a Cuba.

"A empresa sempre esteve muito ligada ao governo dos Estados Unidos, mas seu fim não é político. Querem ganhar dinheiro para o pagamento de políticos, tanto do partido democrata como do republicano", disse o cineasta.

"Neste caso, interessava fazer negócio com Fidel Castro e, para isso, ajudaram a devolver Elián a Cuba", acrescentou o diretor, que se baseou no livro "Ratas en el Grano", de James Lieber, para elaborar o documentário.

Filmando Cuba

"Las Ratas Debajo", de 2006, pertence a uma série que Blázquez reuniu sob o nome "Filmando Cuba" --assim como "Elián", de 2003, sobre a viagem do menor aos EUA. "São documentários em inglês direcionados ao público dos EUA, que está muito mal informado pela imprensa de seu país sobre Cuba", disse o diretor, que, apesar de se considerar um artista e detestar política, classificou este trabalho como um "dever".

O cineasta afirmou que o desconhecimento gera um "ódio extraordinário" com relação aos cubanos que moram nos Estados Unidos e, especialmente, aos que vivem em Miami. "São acusados de serem mafiosos, reacionários e direitistas, o que não é certo", afirmou Blázquez.

"A comunidade cubana não merece isso, pois veio para este país para trabalhar e fez de Miami o que é hoje por seu próprio esforço", afirmou.

O projeto "Filmando Cuba" começou em 1995, com um documentário homônimo que mostrava os primeiros cubanos que chegaram aos Estados Unidos após a revolução de 1959. "La Siguiente generación", de 2001, fala sobre os filhos e netos dos exilados que estão instalados nos Estados Unidos e falam inglês fluentemente.

Especial
  • Leia o que já foi publicado sobre Elián Gonzalez
  •  

    Publicidade

    Publicidade

    Publicidade


    Voltar ao topo da página